Capítulo 4

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Voltei pra dentro e encontrei Luke cantarolando a música que gravamos ontem enquanto botava a última xícara no escorredor.

- Fã? - cutuquei de longe.

Ele se virou pra mim.

- Um pouco. Você deveria também - ele respondeu.

Ele secou as mãos e passou por mim indo na direção do sofá da sala.

- O que faremos hoje? - Luke me perguntou com a cara mais lavada do mundo.

Ele tava realmente se sentindo em casa.

- Nós - eu disse apontando pra nós dois - não faremos nada hoje.

- Deixa de ser durona.

- Deixa de ser babaca.

Ele revirou os olhos.

- Você quer um pedido de desculpas?

- Eu não quero um pedido de desculpas! - fiz minha pose de braços cruzados.

Ele me levava ao limite.

- Eu não sou sempre assim, ok?

- E o que te mudou pra você virar esse imenso babaca grosso?

- Você não é uma flor também, Julie.

Sim, eu era.

Ele pegou o controle da TV.

- Eu tenho minhas razões, mas agora eu só tô refletindo o que você mesmo começou.

Nos olhamos em silêncio por alguns segundos.

Acabei sentando na outra ponta do sofá enquanto passava algum filme triste de guerra.

Não consegui prestar muita atenção porque meu sangue fervia perto dele.
Por que ele achava que podia tratar mal as pessoas quando ele quisesse e depois fingir que nada tinha acontecido?

Sendo mimado do jeito que é, ele nunca reconheceria as próprias falhas.

No meio do filme eu já estava deitada, quase cochilando abraçada numa almofada.

Senti Luke pegar o meu pé e começar a fazer massagem. O que me despertou.

Olhei assustada pra baixo.

Ele fazia a massagem quase que no automático. E era muito bom. Ele parecia estar acostumado, não tirava os olhos da TV.

Diante da técnica, tentei relaxar. Pensei que talvez fosse algo que ele costumava fazer em sua mãe, ou em Sierra. De qualquer forma, era bom.

Ele subiu as mãos para massagear a minha panturrilha.

Em dado momento, estava tão acostumada ao toque dele que, quando ele passou para as minhas coxas, se levantando um pouco do sofá, eu apenas virei de bruços e deixei.

Eu bloqueei da minha cabeça que era ele ali e que aquilo poderia parecer estranho. Estava tão bom que eu não deixaria a minha mente entrar no meio.

Naturalmente, ele subiu para as minhas costas, por cima da blusa. Ele era bom naquilo. Pelo semi profissionalismo dele, não havia maldade no toque.

Nenhum de nós dois prestava atenção no filme, eu estava de bruços, de olhos fechados, deixando Luke Hemmings massagear meu corpo.

Nada nessa frase faria sentido 24h antes, mas ele era tão bom em fingir costume que eu achei perfeitamente normal ele começar a massagear a minhas costas por debaixo da blusa.

Eu poderia fingir costume.

Mas, dessa vez, o toque me arrepiou.

Pareceu íntimo demais.

Lover of Mine | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora