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Naquela noite, enquanto Severus dormia ao seu lado, Harry se questionou; Como ele poderia fazer Severus se abrir com ele, se ele mesmo não fazia isso?

Harry entendia que algum dia ele iria precisar falar com alguém. O problema era o sentimento de vulnerabilidade que isso trazia, a dor de reabrir suas feridas que ainda sangravam no fundo da sua alma. Ele não queria reviver tudo novamente, nem em suas lembranças, nem com palavras. Era tudo muito doloroso.

Ele sabia que podia confiar em Severus, mas ele poderia confiar em suas emoções, sentimentos e atitudes? Como Harry saberia se falar sobre seus traumas iria ser melhor e não piorar? Como poderia ter certeza que não aconteceria novamente? Como garantir que ele iria superar?

Harry entendeu que nunca esqueceria, mas se deixasse todas as coisas ruins que ele viveu em sua morada com seus tios e primo o dominarem, ele poderia enlouquecer, ou agora que ele tinha poder o suficiente; matá-los. E em seu íntimo Harry sabia que ele não sentiria o mínimo de remorso por esse ato. Pois em sua mente, eles mereciam, e isso o deixava com medo, essa era a comprovação de que ele poderia se tornar um assassino por vontade própria.

Harry se levantou da cama com cuidado para não acordar Severus que dormia tranquilamente ao seu lado e foi para a cozinha preparar um chá para si. Talvez isso fizesse suas preocupações se dissiparem um pouco.

Ele optou por um chá de hortelã. Harry não gostava de chá com leite, várias pessoas bebiam, mas ele simplesmente não conseguia gostar.

Harry colocou a chaleira com água no fogão e a deixou lá, ele não usou magia para a água esquentar mais rápido, havia algo satisfatório em deixá-la esquentar com apenas a temperatura do fogo, sem falar que ele deixava a água apenas morna, pois não conseguia beber o líquido muito quente e não tinha paciência para deixar esfriar um pouco. Uma vez ele usou um feitiço para esfriar mais rápido, mas acabou esfriando demais e ele não tomou o chá.

Depois de algum tempo a água ficou perfeita e Harry desligou o fogo, pegou uma caneca de porcelana bege, pegou um sachê de chá no sabor de hortelã e adicionou dentro da caneca para em seguida por a água e um pouco de açúcar. Depois de mexer o chá e tomar um gole experimental ele soltou uma exclamação de contentamento. O chá estava perfeito.

Harry sentou-se em uma cadeira na mesa da cozinha e começou a tomar seu chá lentamente perdido em seus pensamentos, mas a sensação de algo subindo por sua perna o fez olhar para baixo.

- Não está com sono Haz? - Perguntou a cobrinha no colo de Harry.

- Não, não estou pequena.

- Também não estou com sono- Falou e subiu a mesa, ficando de frente para Harry.

Harry olhou um tempo pensativo para a serpente é inclinou a cabeça para o lado, depois tomou um gole de seu chá e deixou a caneca na mesa.

- Já sei! - Exclamou

A jovem cobra tinha seus olhos negros brilhando em confusão, logo ela inclinou a cabeça para o lado e silibou para Harry.

- Sabe o que?

Harry sorriu para ela e silibou de volta.

- Seu nome. Já passou do tempo de você ter um não é?

Os olhinhos negros brilharam em animação e curiosidade.

- E qual é? Espero que seja bonito.

- Eu particularmente gosto desse nome, mas se você não quiser tudo bem, posso pensar em outro.

- Bem, Primeiro você precisa me falar o nome para que eu decida se gosto ou não- falou de forma petulante. Ela estava curiosa e Harry estava  enrolando muito.

Por detrás da máscaraOnde histórias criam vida. Descubra agora