A.R.: Bonnie & Clyde - Parte 6

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120 dólares de vendas de geleias, aquilo não era merda nenhuma. Você bufou.

Mesmo assim, pôs o dinheiro em sua mala de mão, depois que pegou o essencial para você e Arvin.

Você encontraria com ele na igreja, vocês tinham uma arma alemã, Arvin estava com ela. 

Você desceu para ver Marie, furtando um pouco da comida e sorrindo com ela, ainda tinha tempo, e você amava Marie.

-Você sempre gostou desse mingau de farinha, a culpa é do seu pai, ele amava alimentar você com aquela porcaria. Ele fazia caretas enquanto você comia, mantinha você quieta - Ela riu enquanto você comia uma maçã.

- É melhor que mingau de aveia! - você bateu o pé.

- Ah, não mesmo! - Marie riu da sua birra.

Você não queria se despedir dela, a amava muito para isso, seu coração dizia que você a veria novamente. Você a ama tanto.

-Marie - você a chamou e ela se virou para você.

- Sim, minha menina? - ela esteve com você desde que nasceu, foi ela quem ajudou sua mãe a trazer você ao mundo, foi Marie quem arrumava você todos os dias até que conseguisse por conta própria, quem ajudou você na primeira menstruação, quem ajudou você com Arvin. Talvez, por isso, não conseguiu dizer adeus.

- A sopa está derramando - você disse para ela antes de sair. Você tinha mais alguém para ver, seu pai.

Seu precioso pai, você o ama de forma avassaladora, se lembra da paciência dele para ensinar você a ler e andar de bicicleta, a lutar e tiro ao alvo. Seu pai te ensinou tudo que deveria saber e mais. Sempre se esforçando ao máximo para que tivesse uma vida confortável, amando você da melhor forma que podia, embora estivesse sempre em luto pela esposa. Seu pai, você percebeu, nunca deixou de vestir preto desde que sua mãe partiu. Ele esteve e sempre estará de luto, disse Marie uma vez, ele amava sua mãe, e eu espero que você tenha um amor quase tão grande quanto o de seu pai para sua mãe.

-Você está indo a algum lugar? - você encontrou seu pai no seu quarto, olhando sua mala de mão em cima da cama.

- Eu quero muito ver a minha propriedade no Canadá - Você disse escolhendo bem as suas palavras.

- Com Arvin Russell? - ele perguntou gentilmente. Sua mente entrou em alerta máximo.

- Como…? O que? Não?! - você claramente ficou confusa.

- Eu achei que era apenas uma questão de tempo até ele descobrir que o Demônio na igreja estuprou a irmã dele, por isso lhe dei a propriedade no Canadá, longe o bastante para a autoridade não chegar até vocês - seu pai disse quase tão suave, quanto um dia explicou a você porque o céu era azul - Eu espero que vocês tenham mais do que 120 dólares. Como conseguiu esse dinheiro, inclusive?

- Vendi geleias - você encolheu os ombros, tímida por ter achado que conseguiriam esconder alguma coisa do seu pai.

- Vou pegar mais dinheiro - seu pai saiu rapidamente e trouxe notas altas com bolos enormes de dinheiro, colocando no fundo da sua mala.

- Como você soube? - você teve coragem de perguntar.

- Quando o demônio chegou na cidade, mais precisamente quando você e Arvin se olharam na igreja, sua mãe e eu nos olhávamos do mesmo jeito - seu pai disse com ternura, provavelmente lembrando dela, pela forma que também acariciou a aliança em seu dedo, ele sempre fazia isso quando se lembrava dela.

- Papai - você correu para abraçá-lo, e ele correspondeu, beijando sua testa.

- Eu amo você, sempre vou amar você - ele chorou um pouco - Aqui - ele tirou uma arma da cintura - É sua, tem balas na sua mala, tudo bem? Ainda sabe atirar, não é?

- Sim, você me ensinou muito bem - você disse, pegando a arma travada, escondendo na sua cintura.

Seu pai beijou sua testa rapidamente.

- Um homem precisa de uma mulher ao seu lado para se manter na linha, mas quando se trata de amor, isso é mais do que a própria vida!

- Você a amava mesmo, não é? A mamãe - você sorriu olhando o retrato pintado dela na sua mala.

- Às vezes mais do que a mim mesmo - seu pai sussurrou antes de beijar você mais uma vez - Não se esqueça de mandar um telegrama de onde você estiver.

Com isso você saiu, a arma travada escondida na sua cintura, seu cabelo meio preso, saia preta até os joelhos e blusa rosa e o casaco de sua mãe nos ombros. Sua vida começa agora.









To dopadinha de remedinhos kkkkkkkkkkkk, enfim, beijinhos amo vocês.

Agradeço por todos os comentários e votos, alegram meu dia, de verdade.

P.S.: amo melancia

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