A.R.: Persistência - Parte 5

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Você deixa que Arvin arrume Albert para o almoço com seus pais. Isso te dar um pouco de folga para se arrumar melhor, diferente da bagunça que você se tornou se dedicando ao seu filho menor. Você faz penteado no cabelo, escolhe o melhor vestido de verão, calça saltos pequenos, se maquia rapidamente e escolhe demoradamente um brinco para pôr nas orelhas. 

Arvin entra no quarto de modo silencioso, observando você em frente a um grande espelho no quarto, a cortina está fechada, como sempre, e entra pouca luz. Ele abre a cortina rapidamente e você o observa, e ele se vira para observar você. Não faz ideia alguma, em como Arvin agradece aos céus por dar a ele mais uma chance para estar com você, por todos os quatros anos, trabalhando forçadamente, recebendo chicotadas e sofrendo com a desnutrição e sede, ele rogava silenciosamente para ter apenas mais uma chance de se dedicar totalmente a você e em seus filhos, ele fazia promessas atrás de promessas, procurando desesperadamente uma salvação e uma chance. Ele deveria ter entrado naquele avião com você. Ele também prometeu que sempre faria o que você pedisse.

– Você está linda - ele diz com sinceridade, e você cora - Eu tenho algo pra você - ele tira do bolso duas alianças, e você observa com um sorriso - Olivia me ajudou a comprá-las em Londres.

– Elas vieram de Londres pra mim? - você pergunta envergonhada.

– Sim - Arvin sorri como resposta, ele toma a sua mão com gentileza, beijando-a com carinho, ele desliza a aliança pelo seu dedo e você sente o círculo de ouro gelado acariciando sua pele anelar. 

Vocês estão se olhando com ternura, ele observa suas íris e seus cílios cheios de rímel, a maquiagem apenas realça uma das coisas que ele mais ama em você. E você observa as íris de chocolate, com aquelas pequenas e delicadas rugas nos olhos. Vocês expressam amor, compaixão, união… é algo surreal para se colocar em palavras. 

Você desliza a aliança dele, sem quebrarem o contato visual, finalmente devidamente casados para a sociedade, vocês se beijam, a algo calmo e terno com a troca de beijos, é como se reconectar um ao outro, nada dos sentimentos de vocês mudaram, mas existe algo mais maduro dessa vez.

Vocês caminham até a casa de seus pais, Philip boceja em alguns momentos, e Albert segura a mão de Arvin durante todo o caminho. Você observa os olhares das pessoas em vocês. Você sabe o que elas estão pensando, e se dá por satisfeita, embora um pouco revoltada, ninguém tinha sido gentil com você quando era viúva, mas agora, com uma aliança em seu dedo e um homem do seu lado, as pessoas te cumprimentam. 

Chegando na casa de seus pais, você tenta não entrar em pânico. Passam pelo jardim de entrada e tocam a campainha, sua mãe abre a porta com um grande sorriso, e você sorrir de volta.

– VOVÓ! - Albert, como sempre, abraça sua mãe com amor, e ela o carrega rapidamente, vocês sabem do amor entre avó e neto envolvido ali. 

– Olá, meu amor - sua mãe beija a testa de Albert, deixando uma marca de batom - Philip, venha aqui.

Philip inicialmente resmunga, ele não gosta muito de ser amassado pela mulher, sua mãe está sempre bagunçado o cabelo dele e o enchendo de beijos deixando marcas pelo menino. No começo, quando ele tinha apenas 15 anos, Philip costumava se esconder da avó, apenas para fugir desses carinhos exagerados. Mas agora, ele não tinha mais tamanho para se esconder embaixo da cama ou das mesas. 

Tudo que ele pode fazer, é deixar ser amassado pela avó. Ela sempre comenta que ele está se tornando um homem muito bonito enquanto beija o rosto dele. Philip no fundo, ama esse carinho, apenas é orgulhoso demais para dizer em voz alta. 

As crianças entram para furtar um pouco da sobremesa com o avô, eles descobriram, não faz muito tempo, que o avô tem uma paixão enorme por doces, e enquanto a esposa atende a porta, ele come a sobremesa escondido e logo ensinou as crianças a fazerem o mesmo. Você sabia, é claro, porque foi uma criança um dia. 

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