A.R.: Persistência - Parte 9

667 60 17
                                    

A cidade inteira procura Bouvier. Você tenta parecer indiferente. Está tão estressada, assustada e ansiosa com tudo. Não consegue parar de pensar: "e se alguém descobrir?"; você nem dorme, ou come ou escuta as pessoas.

Arvin está calmo em comparação a você. Ele traz você para a realidade várias e várias vezes, sempre abraçando e sussurrando palavras bonitas. A mudança para Washington, agora, é totalmente necessária. Ele acredita que te manter longe da cidade vai te fazer bem.

De certa forma, a preocupação de Arvin com você, o fez esquecer, temporariamente, o que lhe aconteceu no Vietnã. Ele se mantém ocupado em manter Philip ocupado. Ele sabe que tem algo errado, ele quer saber o que é, mas Arvin fez uma promessa a você, e concorda que colocar as crianças no meio dessa história, pode se tornar algo ruim.

É fácil distrair Albert, ele está alheio a tudo, na verdade ele está se aproveitando que está distraída para repetir waffles e panquecas.

Seu pai comenta sobre Bouvier o tempo todo e você sente que pode explodir a qualquer minuto.

– S/n! - Arvin grita por você, ele tira a panela pegando fogo no fogão e leva até a pia - Você está bem?

– Sim - Você caminha pela cozinha para abrir a janela - Estava pensando, que você deveria ir à festa do meu pai, só para saber o que eles estão fazendo para procurar por Bouvier.

– Não importa o que estão fazendo, vamos para Washington...

– E isso não vai parecer que estamos fugindo?

– Não. O meu trabalho é em Washington! Vai parecer que estamos mudando - Arvin está cansado de ter essa conversa - Estou achando que vou precisar fazer uma lavagem cerebral em você!

– Você deve ir, e saber o que estão fazendo para procurá-lo!

– S/n! Já conversamos sobre isso!

– Por favor - você começa a chorar. Arvin se aproxima de você, ele se sente culpado por ter te deixado sozinha, por perder a paciência. Ele abraça você.

Quando a noite chega, Arvin está arrumando para ir a casa do seu pai, para uma noite de bebidas, charutos e jogos. Ele passa pelo quarto de Philip que está arrumando suas coisas para a mudança.

– Eu vou até a casa do seu avô...

– Achei que não gostava dele - Philip sequer se vira para olhar o pai.

– Eu fui convidado, seria horrível se eu recusasse - Arvin suspira cansado de toda a situação - Você pode descer e ficar com sua mãe e Albert?

– Por que? Uma hora você diz: Arruma suas coisas, Philip! E em outra você diz: Fique de bobeira! Que merda tá acontecendo?

– Olha a boca! - Arvin jamais se incomodou com palavras sujas, mas você havia literalmente o deixado de castigo por xingar a torradeira em voz alta. "Eu não vou aceitar palavras sujas sobre o meu teto, Arvin Russell!" Você disse pra ele, e havia concordado que as crianças serão repreendidas se xingar.

– A mamãe matou Bouvier, não foi?

– O que? Não! - Arvin gelou no mesmo instante.

– Eu tenho pensado nisso, quando chegamos da caminhada ela estava estranha, continua estranha. Eu ouvi você saindo com tio Harrison naquela madrugada, mamãe estava chorando, todos os panos de chão e de pratos da casa sumiram misteriosamente, junto com o tapete da sala. E Bouvier desapareceu.

– Esqueça isso, Philip. É tudo uma coincidência.

– O tapete e os panos criaram pernas? Saíram porta a fora?

ImaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora