T.H.: Os homens da minha vida - Parte 4

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Raiva e dor, você observa algumas notícias, de famílias que não aceitam suas crianças, você quer gritar, tudo isso poderia acontecer com eles, mas não, aconteceu com você, seu filho só conhecerá o pai através de suas palavras. Você joga o jornal longe. Sua ira muda seu humor rapidamente. 

Você observa Harry brincar com seu bebê, podia ser Harrison, podia ser seu Harrison. 

Você está com raiva da situação.

-A polícia ligou? Temos alguma nova informação? 

- Não, mas eles vão ligar.

- Alguém matou duas pessoas e que merda estão fazendo? - Você diz e Harry te observa rapidamente, o ruivo apenas carrega o pequeno o levando para ver as galinhas. 

- Eu vou perguntar isso a eles - Tom diz calmamente.

- Eu vou com você! - você diz terminando seu café.

- Não precisa…

- Já disse que vou!

Tom sempre entende você, e quando não está pensando na sua dor, você o entende, odeia ver Tom sofrendo, acabava com você, porque era como ver Harrison sofrendo do outro lado. Sua raiva agora está passando do limite de entender qualquer coisa, e você não consegue ver a dor em Tom. E vocês dois andam trabalhando juntos, ele tem sido o seu apoio e você o dele. Simples assim. 

Você se irrita com sua situação, você tem um diploma, mas não consegue trabalhar sendo mãe tão recente, você tem um anel de noivado, mas seu pretendente morreu, você teve um filho com ele, e ele morreu. Você ainda não consegue aceitar, e isso te deixa furiosa. 

Você briga com Harry, mas ele não liga, Harry sempre esteve em outro planeta mentalmente, ele nem se preocupa com seus surtos, você briga com Tom e ele escuta e depois chora por causa da sua dor. E você chora abraçando seu bebê, com raiva da sua situação. 

Você briga com a polícia por tão pouca informação, os fãs de Harrison apoiam você, mas tudo é tão sufocante que você não quer suas palavras. Todo mundo parece desmoronar, e você gasta seu tempo cuidando do seu bebê. 

Ele é quieto e sorridente, aparentemente ele gosta de dormir nos braços de Tom. Ele sempre prefere você quando pode, mas Tom é sempre uma opção para seu pequeno. 

A sua raiva está passando dos limites, você sabe, e pior não consegue controlar. Você sabe que Tom precisa começar a trabalhar em breve, as gravações de Cherry estão quase próximas e implorando por ele. E você sabe que ele se mantém próximo de você como uma obrigação, então, decidiu que estava na hora de voltar para sua casa. 

-Você não pode ficar sozinha! - sua mãe diz enquanto passeiam pelo parque, Harrison no carrinho de bebê sendo empurrado pela sua mãe - Você está viúva com um bebê, e tudo é tão recente. Estar sozinha não vai lhe fazer bem.

- Obrigada por me lembrar da minha situação, eu não estava ciente! É o que eu quero! - você range os dentes zangada - Eu estou cansada dessa merda! Os fãs me sufocam, Tom é um grude, Harry é aluado e você sempre me olha como se eu fosse quebrar! Eu estou cansada, exausta de vocês!

- Tudo bem, eu sei…

- Não, você não sabe! - você explode tomando o carrinho, Harrison ameaça começar a chorar - Você nunca foi mãe e viúva ao mesmo tempo! Você sequer amava o papai! Eu amo Harrison, e ainda espero que ele volte pra casa! Você nunca passou por isso, então não sabe como é! Então não me diga que entende, porque não entende!

Você caminha apressada até a casa de Tom, Harrison fica no carrinho enquanto arruma as malas.

– Ei, o que está fazendo? - Tom entra no quarto tirando o bebê do carinho para abraçá-lo, Harrison que ama seu padrinho, logo boceja se aconchegando nele - Estranho você arrumar as malas, é como se estivesse lendo meus pensamentos.

– Como assim? - você para, o observando.

– Eu gostaria que você e Harrison viessem comigo para Cleveland, acho que pode fazer bem para vocês, nós, uma mudança de ar. 

– Não, você vai trabalhar, eu vou voltar pra casa com Harrison. 

– O que, como assim? - Tom pergunta, segurando sua mão rapidamente.

– Eu preciso de espaço, preciso lidar com isso. E vocês estão me sufocando, eu não sei como lidar com toda essa merda, e todos vocês estão sempre do meu lado e eu não sei o que sentir. - Você anda até o seu quarto, e Tom te acompanha - Eu perdi o meu noivo, perdi meu Harrison, e isso dói como o inferno.

– Você acha que eu não sei? Eu perdi meu irmão, S/n - Tom chora e o pequeno Harrison ameaça começar a chorar também - Harry! 

O ruivo aparece rapidamente tomando o bebê nos braços. Tom encara você, e você senta em sua cama desesperada.

– Existe uma ótima psicóloga em Atlanta, ela ajuda os atores a saírem de seus personagens problemáticos, ela está disposta a ajudar você. 

– Não é isso que eu quero fazer, eu preciso de espaço - Você discute.

– Isso não é justo, eu sei, que você sente dor, eu também sinto, mas você está ferindo a todos nós.

– Então sai de perto de mim! 

– S/n, meu Deus, você se afastou da mãe dele, e nem sequer percebeu da falta que a mãe dele sente do próprio filho, ela só queria ver o neto.

– Eu não consigo lidar com isso agora. Eu posso ser egoísta apenas uma vez e pensar na minha dor e não em todos vocês? Pelo amor de Deus! O meu filho não é o pai dele, ele é meu!

– Não, você não o fez com a porra do dedo! ELE FAZ PARTE DE OUTRA PESSOA TAMBÉM! - Tom grita em desespero e você se enfurece, voltando a arrumar suas malas - Ele faz parte de Harrison e logo faz parte da família dele. Você não consegue entender o que essa dor está fazendo com você?

– EU PODERIA VER SE VOCÊS NÃO ESTIVESSEM ME SUFOCANDO! - você empurra Tom com toda a sua força, você está uma bagunça, existe choro e desespero.

– Por favor, não faça isso comigo - Tom chora implorando - Não tire Harrison de mim.

– Eu só preciso de espaço, você poderá vê-lo logo!

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Então, você se isolou, voltou para o apartamento que um dia foi seu e de Harrison, você chorou e seu bebê chorou. Você estava ali, sozinha olhando para as paredes, o quarto de bebê estava intacto, você acomodou seu pequenino e arrumava o apartamento, enquanto chorava. O perfume dele ainda estava no ambiente, a lembrança fazendo sua mente ver pequenos vultos. Você chora a maior parte do tempo. Você não atende ninguém, nem mesmo Tom ou sua mãe. Tom tenta entrar no apartamento, preocupado com você e o pequenino. 

Você sabe da saudade do seu bebê por Tom, todas as noites o castanho o mantinha em seus braços, lendo livros sobre o universo, Tom havia comprado quase uma coleção inteira sobre estrelas, cosmos e planetas. Você tentava ler para o pequeno Harrison, mas não surtiu o mesmo efeito. 

Semanas se passaram até sua mãe abrir o apartamento com um pé de cabra. E agora faz terapia, ainda mantendo sua independência com uma porta nova. 

Você se mantém afastada do mundo, Tom parou de ligar, assim como todos os Holland e Osterfield, você se sente mais leve e consegue aceitar.

Seu pequeno Harrison agora consegue se virar sozinho no berço, e você nem consegue acreditar em como ele cresceu. 

Você segue sozinha, tentando aceitar, aceitar e aceitar, isso vira o seu mantra. E então começa a chorar menos, até parar. 







All the love, DS 🍉

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