A.R.: Resistência - Parte 8

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Um mês antes

– Tenente! - o Capitão se apresenta e Arvin o cumprimenta.

– Capitão! 

– Seja bem-vindo, ao nosso acampamento - as tendas do seu batalhão estão do lado esquerdo - Você tem certeza que vai dormir com eles, tenente? Posso mandar arrumar uma barraca pra você, como os outros têm.

– Eu prefiro estar com os homens que me acompanham no campo de batalha, capitão.

– Claro, eu tomei a liberdade de colocar mais um soldado em seu batalhão, Philip Seymour. Tenho certeza que ele será útil!

Arvin suspirou enquanto os homens o olharam incrédulos.

– Quem é o bastardo? - Tiko perguntou enquanto andavam até a tenda - Eu espero que ele saiba que precisa merecer estar na família!

– Como se você fez por merecer - Darwin diz e os homens riem. 

Arvin esperava por de tudo antes de abrir a tenda, talvez um homem sério com rosto cheio de marcas, com fala sombria e com o olhar afetado pela guerra. Ele esperava por tudo mesmo, exceto Philip Seymour. 

– Olá! - o garoto literalmente pulava de alegria a sua frente, com sorriso infantil e olhos brilhantes, um simples olhar pra ele e Arvin pensou ser seu irmão mais novo, é só uma criança com o rosto cheio de espinhas - Oi! 

– Ele é animado, fiquei tonto - Tiko disse coçando os olhos.

– Olá, sou o Darwin - ele se apresentou com o mesmo entusiasmo - Esse é o nosso tenente, Arvin Russell.

– É um prazer, senhor! - Philip sorriu largo - Estou muito animado de fazer parte de um batalhão.

– Você não estava em um antes? - Humbert perguntou.

– Não, eu escrevia cartas para o Capitão Leonard… acho que ele se cansou de mim.

– Não imagino o porquê - Tiko disse se instalando em uma cama.

Arvin se sentiu minúsculo, era só uma criança, uma pequena, animada e feliz criança no inferno. Era sua obrigação protegê-lo, ele sentiu raiva, odiava a situação em que todos estavam. Ele se instalou observando Philip Seymour pulando de um lado para o outro sendo amigável. 

– E eu peguei revistas do Capitão Leonard - Ele mostrou a capa de mulheres nuas estampadas e Arvin riu da animação dos homens. 

– Agora sim, garoto! - Jonas pegou uma revista rapidamente. 

– Você quer uma, tenente? - o garoto lhe ofereceu.

– Não, garoto. Pode ficar com essa. 

– Obrigado, senhor! 

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– Eu peço, Capitão, que reconsidere a posição do Soldado Philip Seymour - Arvin diz depois do jantar na cabine do Capitão - É só uma criança!

– Foi homem o bastante para decidir servir ao país. 

– Ele vai morrer se for…

– Um órfão a menos na América! Minha decisão é final, Tenente! - o Capitão disse grosseiro, mas logo suspirou cansado - Ninguém aguenta o garoto, eu tentei, juro que tentei. Tenha uma boa noite!

Arvin saiu da cabine bufando de raiva, os homens deveriam estar jantando, pois a tenda continuava vazia, mas Philip entrou de qualquer forma.

– Tenente!

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