Patricinha

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Você saiu do shopping. 

Seus saltos altos plataforma contra a calçada das ruas de Nova York. 

Você vestia meia calça preta fina, blusa branca de botões, para dentro de sua saia de couro sintético. Mas ninguém poderia ver a blusa, pois estava com o moletom do seu namorado por cima. 

Peter Parker, um sorriso involuntário surgiu em seu rosto ao lembrar dele. Mas continuou a caminho da sua cobertura, onde morava com seus pais. 

Sua bolsa Dolce Gabanna no braço direito, com seu caderno e livro de História da arte. O professor tinha pedido duas páginas sobre o nono capítulo, mas você tinha escrevido cinco, porque era impossível falar sobre o Renascimento sem mencionar um pouco da história grega, e fazer metáforas sobre a arte moderna. 

Inclusive, você fez careta para uma arte de rua esquisita.

- Parece que o Hulk vomitou nesse treco! - reclamou baixo consigo mesma. 

Jogou seu cabelo para trás e arrumou suas duas sacolas Calvin Klein na mão esquerda. 

Escutou seu celular vibrar na bolsa, mas não deu atenção. 

Peter sempre reclamava que o seu celular nunca tocava. E de verdade, desde que você ganhou de presente ele nunca saiu do modo vibrar. E por isso muitas vezes, você não via as mensagens dele. 

Três quadras do seu prédio, você atravessou a rua desfilando, e percebeu o movimento de dois caras atrás de você. 

Óbviamente você revirou os olhos, eles provavelmente levariam sua bolsa. E a polícia, que era o seu pai, ou o seu namorado, sendo o Homem Aranha os pegaria. E teria sua bolsa de edição limitada de volta. 

Você se virou, exibindo seu cabelo e charme de patricinha, cruzou os braços e olhou melhor para os dois vagabundos surpresos por ter se virado.

-Posso saber porque os dois projetos de Loki estão me seguindo? - você perguntou, colocando um peso sobre a perna direita, inclinando levemente a cabeça. 

Peter dizia que poderia perder o controle se fizesse aquele tipo de intimidação com ele. 

Bem, vendo por esse lado, seu namorado podia ser gentil, romântico e um pouco bobo. Mas o que ele tinha de safadeza, era de porcentagem somada com os três adjetivos acima. 

- Passa a bolsa - um dos homens disse se aproximando. Você levantou uma sobrancelha, o olhando ainda de forma intimidadora, como aprendeu com sua mãe.

- Por que eu deveria fazer isso? Sabe o que eu fiz pra conseguir ela? Pra começar, aguentei meu pai com suas piadas ridículas por três horas até a casa do meu avô, que fica no meio do nada, com pernilongos enormes devoradores de sangue, eu esqueci o meu condicionador com azeite de oliva e óleo de lavanda, sabe a hidratação que eu paguei pra ele voltar a normal? Eu estudei química, álgebra, física, e eu odeio números. Aumentei minhas notas, entrei no curso avançado de sueco, e eu nem pretendo visitar a Suécia. E não fui a uma festa por dois meses. Sem falar nos encontros escondido que eu tive com o meu namorado. - Você olhava para o vagabundo do mesmo jeito que sua mãe olhava para um criminoso em um tribunal, intimidadora, acusadora, manipuladora e poderosa. 

Mas enquanto os dois homens recuavam, você apertou seu broche acima do peito esquerdo, o broche que Peter te deu. 

Era uma mini aranha preta, um dispositivo ligado ao traje e o celular dele. Caso você precisasse de ajuda, era só apertar o broche, e ligava o GPS emergencial, pelo menos foi o que Peter lhe disse. 

Mas você apertava para qualquer coisa que achasse emergência. 

Por exemplo, quando você ficou menstruada e não tinha um absorvente na gaveta. Peter apareceu na janela do seu quarto, com o traje do Homem Aranha em vinte segundos.

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