T.H.: Os homens da minha vida - Parte 3

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Você acorda de madrugada, existe silêncio ainda, você pensa em dormir mais um pouco, mas é estranho. Já faz seis horas desde que alimentou o pequeno Harrison, e ele continua quieto. Geralmente ele acorda de quatro em quatro horas berrando de fome. 

Isso faz você se levantar para ir checá-lo, você passa pelo quarto de Harry que está roncando, o quarto do bebê fica ao lado, e você se debruça sobre o berço e fica assustada, seu bebê, não estava lá.

– Harrison? - você tira o cobertor, mas sabe que ele não conseguiria se esconder. É um recém nascido. Você escuta vozes, a voz de Tom, precisamente. Você segue em silêncio.

– Você entende como é estranho, pequeno? - Tom pergunta, e você o observa sentado no sofá, com Harrison nos braços, o bebê parecia escutar tudo atentamente - Nós nunca escolhemos quem vamos amar, e isso é mais estranho, ainda me sinto culpado, é como se eu tivesse desejado isso, e eu não queria isso, Deus não, eu a amo, mas não queria isso pra ela. 

Harrison solta alguns grunhidos incompreensíveis. Você estranha aquela conversa. Tom sempre contava as coisas pra você, mas agora, parece estranho.

– Ei - você diz suavemente, se aproximando - O que aconteceu?

– Não conseguimos dormir, decidimos fazer companhia um para o outro.

– Ele é um bom ouvinte - você comenta verificando seu bebê nos braços de Tom - Você está com fome? 

– Tome - Tom passou seu bebê pra você e começou a amamentá-lo rapidamente, você se encostou em Tom bocejando - Santo Deus, ele estava faminto, e nem me disse nada.

Você riu com um leve suspiro com as narinas.

– Ele queria ouvir toda a sua fofoca primeiro - você comenta - Como a mamãe faria.

Tom sorri baixo com você. Os olhos do bebê vagueiam entre você e Tom.

– Ele é tão bonito - Tom comenta em silêncio - Você é lindo, Harrison Stanley Osterfield.

– Eu que fiz - Você diz com orgulho, e Tom ri um pouco mais alto.

– Tudo que você faz é perfeito, então, preciso concordar com você, é óbvio que o pequeno Harrison seria o Rei da beleza.

– Você está ouvindo isso, meu amor? Seu padrinho é um babão! 

– Sou mesmo - ele diz cheio de orgulho - Ele é o meu sobrinho preferido.

– Ele é o seu único sobrinho, Thomas!

Vocês riem juntos por um momento.

– Tom, você sabe que pode falar comigo, certo? - Você diz preocupada com ele, Tom parece prestativo com você e Harrison, mas ainda assim, parece distante mentalmente, você se preocupa é claro, toda a situação de perder o melhor o amigo, dele ter deixado um filho, da polícia ainda não ter conseguido achar o dono do carro que o atropelou. Tudo mexe com você, e sabe que mexe com Tom também.

– Eu sei que posso, mas, eu só não quero falar sobre isso com você - Tom sussurrou acariciando o cabelo do bebê - Desculpa.

– Tudo bem, eu só quero que saiba que pode falar comigo - você segura a mão dele, você sente a eletricidade passando por suas pontas dos dedos, você gosta disso, mas Tom te afasta.

– Eu vou dormir, você vai ficar bem? - ele pergunta.

– Sim, boa noite.

– Boa noite - ele diz beijando Harrison e se afastando de vocês. 

Você olha para sua mão rapidamente, estranhando a eletricidade que outrora estava em suas mãos.

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