A.R.: Resistência - Parte 7

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Seu coração está acelerado, a zona de guerra está longe de tudo que você imaginou. 

– Começaremos a campanha amanhã! Por hora, descansem! - a enfermeira chefe diz e vocês são apresentadas as tendas. 

Você ainda não o viu, e tenta conter sua ansiedade. Precisa parecer profissional e não a busca de um rosto naquela multidão de garotos magros e abatidos. Você tenta ir até a enfermaria oferecer ajuda, cuida de alguns homens em situações precárias. E fica aliviada em não ver Arvin deitado em uma daquelas camas.

– O batalhão 14 está vindo, enfermeira, pode nos ajudar, por favor? - uma enfermeira pergunta e você a acompanha com kit's médicos - Eu me chamo Leila, e você?

– S/n.

– Fica mais fácil chamar pelo nome nessa situação, use isso para marcar os que podem se recuperar - ela entrega um piloto vermelho.

– Eu não consigo fazer isso, todos eles…

– Alguns já estão mortos - Leila explica - Mesmo que conscientes! Marque na testa!

Você pega o piloto com as mãos trêmulas, e a acompanha. 

Você foca em ajudar, tenta e algumas vezes chora encontrando olhos abertos arregalados sem vida. Existe gemidos por todos os lados, e você reza para que Arvin não seja um deles. Horas se passam e vocês terminam o trabalho, não existe gemidos, apenas silêncio. A lua cheia está sobre o céu, e você está traumatizada, assustada por ainda não ter visto Arvin. 

– Tome um banho - Leila fala com você carinhosa - Coma alguma coisa e vá dormir. Obrigada por hoje.

Você não consegue responder, apenas saí, seus ouvidos estão zumbindo, você chora enquanto está embaixo do chuveiro, existe sangue enquanto você toma banho, mas não é seu. 

Você se recompõe, precisa achar Arvin e saírem dali. Se assusta com uma movimentação perto do banheiro, você está vestida com uniforme limpo. Fica estática segurando suas roupas sujas, observando as sombras. Você se esconde e tenta ver o que é. Você ouve gemidos e entra em pânico, corre nas sombras, apenas para observar Leila e o Capitão em uma tenda transando, você fica aliviada, pensava ser alguém morrendo. 

Uma mão tampa sua boca e prende seu corpo contra o dele, de início entra pânico.

– Acalme-se, sou eu! - você escuta a voz de Arvin sussurrando em seu ouvido, então para de lutar. Ele solta você - Por que você não está armada?

Você se vira e pula para abraçá-lo, você chora novamente ele sustenta seu corpo enquanto cheira você.

– Eu senti tanto sua falta, meu amor - ele segura seu rosto e beija você com um pouco de pressa - Vem, alguém pode nos ver.

– Podemos pegar comida antes? Estou morrendo de fome - você diz e ele estranha você. 

– Está vendo o tanque? - ele aponta para o automóvel escondido entre as árvores - Entre lá! Eu já estou indo!

Você o beija novamente antes de ir.

O tanque está vazio e limpo por dentro, você tem medo de tocar em qualquer coisa e destruir o acampamento. Você apenas espera e olha revistas de moças nuas espalhadas e pensa que aquele lugar não está tão limpo assim. Você escuta uma movimentação do lado de fora e fica em alerta, esperando ser Arvin, mas um garoto coloca a cabeça e sorri pra você.

– Oi, sou Philip, você é a noiva do Tenente não é?

O rosto dele parece extremamente jovem, você diria que ele tem 16 anos, com um sorriso tão infantil e agradável. Cabelos castanhos escuros e olhos verdes claro.

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