T.H.: Monstrinhos - Parte 1

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Você não se sentia cansada, embora acordou cedo para arrumar suas crianças para a escola, correu para a universidade, almoçou com seus bebês, e foi trabalhar. Não se sentia cansada, talvez porque o trabalho não foi tão puxado como costumava ser depois de alguns feriados.

- Mamãe, você gosta? - Seu filho se curvou um pouco para lhe mostrar a pintura, você tinha certeza que se tratava da tarde em que tiveram com o vizinho.

Embora o papel só mostrasse gravetos coloridos, você entendia cada traço. O maior com certeza era o vizinho, e os dois menores ele mesmo e sua irmã gêmea Thalia.

- Sim, é muito bonito - você foi sincera acariciando os cabelos castanhos avermelhados do filho - Tenho certeza de que o Tom irá amar.

- O babá é muito legal - Isaque disse animado pintando seus gravetos animadamente.

- Ele nos ensinou a dar cambalhotas hoje - Thalia disse abraçando sua boneca - Você quer ver mamãe?

- Prefiro ver com ele segurando vocês - você disse observando o quinto bocejo e o esfregar dos olhos dos seus filhos - Hora de dormir!

Houve resmungos e gemidos, mas os dois caminharam até o quarto, deitando em suas respectivas camas.

- Boa noite meu pequeno jedi - você beijou a testa de Isaque, e o cobriu. A criança respondeu brevemente, caindo no sono.

- Boa noite minha princesa - Thalia não respondeu, pois já dormia.

Claramente não haveria história aquela noite, as crianças pareciam cansadas.

Você teria o dia seguinte de folga, portanto, não se importou em abrir uma garrafa de vinho, antes de começar a arrumar a bagunça das suas crianças, parando para analisar alguns desenhos de Thalia na parede.

De fato sua filha tinha um olhar artístico belíssimo, cada traço parecia preciso e significativo. O que era interessante, porque você não era uma pessoa artística, quer dizer, não conseguia achar seus "sentimentos" em obra alguma, além da própria bagunça de cores.

Suspirou percebendo que teria que estudar um pouco de artes para ajudar a sua filha, porque ela tinha talento.

Toc Toc

Você escutou batidas na porta e foi abrir a porta imaginando quem era.

- Os monstrinhos já dormiram? - ele sussurrou e estendeu dois sacos de comida picante do Nando's. Você sorriu o deixando entrar, fazendo sinal de silêncio.

Tom era seu vizinho a cinco anos. Era um homem atraente, com certeza alguém em que você poderia ter imaginado formar a família que tanto queria, e tentaram, ao menos você tentou.

Alguns passeios e jantares, encontros românticos e você achou que podiam estar prontos para avançarem calmamente alguns níveis até chegar o momento.

Porém a vida de Tom era corrida, e o que pareceu era que ele não estava interessado nos seus objetivos, embora sempre tivesse os compartilhados com ele.

Você respeitava a decisão dele, e seu lado racional tentava convencer o emocional de que você também não o amava o suficiente para aquilo. E convencia imensamente bem.

Ambos foram até a cozinha do seu apartamento, servindo os pratos e talheres.

- Como foi seu dia hoje? - ele perguntou te abraçando por trás, beijando os ombros e o pescoço. O contato dos lábios dele contra sua pele exposta, a fez se arrepiar, aquela era uma das partes em que vocês não conseguiram se desfazer, o carinho enamorado.

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