give birth

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February 14th

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February 14th

Abigail White
Foi nesse dia que dei à luz ao meu único herdeiro, estava sozinha em casa já que meu marido havia saído.
Meio a milhões de homens no mundo escolhi o pior deles para ser pai do meu filho.

Sentia no meu ventre meu filho se mexer, ele se mexia muito, mas nesse dia ele estava incontrolável.
Senti dores como se fossem cólicas que foram aumentando gradativamente hora a hora até que estavam insuportáveis.

Deitei em minha cama e lá me contrai de dor quase que pela noite inteira até que de repente senti os lençóis ficarem molhados, olhei para debaixo de minha barriga e vi sangue, sabia que meu filho estava prestes a vir ao mundo.

Não tinha para quem pedir ajuda, não tinha a quem gritar, meus pais viraram as costas para mim quando disse que estava grávida e meu marido como já disse, está perambulando pelas ruas tentando fugir da realidade, acho que procurando consolo no fundo das garrafas de álcool que ele tanto bebe.

Eu sentia muita dor, não comia direito e estava fraca quase sem forças, não tinha mais como suportar a dor então tentei expulsar o bebê de mim, segurava os lençóis e gritava alto fazendo o máximo de esforço que eu conseguia para trazer o bebê ao mundo.
Depois de horas me contraindo, chorando e gritando descontroladamente finalmente nasceu ele.

Timothy Ray White

Ele chorava muito, gritava muito e por mais que eu tentasse fazê-lo parar ele não se calava, eu tentava o amamentar mas ele me rejeitou, eu tentava fazer ele dormir mas ele não ficava quieto, estava coberto de sangue preso a mim pelo cordão umbilical, eu tentei de tudo mas ele não me queria, e ver ele preso a mim, ver todo aquele sangue e me ver sozinha me fez não querer ele.

Procurei na mesa ao lado da minha cama algo afiado e achei uma tesoura, olhei para Timothy que estava chorando muito entre minhas pernas e eu só queria ele longe de mim para que todo aquele barulho acabasse, cortei o cordão umbilical e em seguida limpei Timothy com os poucos lençóis limpos que tinham na cama, procurei no meio das roupas dele algo que o esquentasse já que estava frio naquele dia e vesti ele.

Em seguida fui até a cozinha e procurei uma bolsa, caixa ou cesta para colocar Timothy dentro e me desfazer daquela criança, não podia ficar com ele, eu simplesmente não podia...

Não achei nada então voltei para o quarto e ele ainda estava chorando alto, tapei meus ouvidos e gritei na mesma intensidade de seu choro, já estava atordoada e assustada com todo aquele barulho, me sentei no chão com a cabeça entre as pernas rangendo os dentes tentando pensar em algo para fazer com aquele bebê, naquele momento vi meu vestido banhado de sangue, estava completamente suja, aquilo em cima de minha cama acabou comigo, com o meu corpo.

Olhei para a cama e vi os travesseiros apenas com respingos de sangue e molhados de suor, peguei a tesoura que havia deixado no chão e retalhei todo o travesseiro, fiz um buraco e dentro dele coloquei o bebê, em seguida peguei ele no colo e o carreguei até às escadas, desci aquelas escadas correndo, apenas queria me livrar daquele bebê que ainda não tinha parado de gritar, já estava apática e chorava sem controle e sem emoções.

Quando estava perto da entrada da sala já imaginando o que faria com Timothy a porta de abriu e a luz da lua iluminou toda a casa escura, meu marido havia voltado, apenas levantei a cabeça olhando fixamente nos olhos dele e não conseguia entender o que seus olhares significavam, ele me olhou de baixo para cima parando seus olhos no bebê em meu colo, com um olhar congelado e frio ele estava boquiaberto e pálido como nunca o vi antes.

Ele então veio correndo em minha direção e me assustei dando um passo brusco para trás fazendo Timothy se assustar e chorar mais, eu então o larguei de meus braços deixando que ele quase caísse no chão, a sorte de Timothy foi que Anthony seu pai o pegou segundos depois que eu o havia soltado, me vi livre daquele bebê agora que ele estava na responsabilidade de outra pessoa, me senti leve e apenas queria correr daquele lugar, então fiz isso, corri de volta para o quarto e lá me tranquei, tirei toda minha roupa ficando completamente nua e entrei no banheiro, lá fiquei de baixo do chuveiro quente sentindo a água passar pelo meu couro cabeludo e limpar o sangue de minhas partes íntimas, me senti relaxada longe daquele bebê, me senti em paz novamente em uma distância onde não podia escutar o choro dele.

O Monstro Que Eu CrieiOnde histórias criam vida. Descubra agora