Timothy foi um homem que na infância presenciou coisas que nenhuma criança deveria presenciar e cresceu com as consequências dos traumas causados principalmente por sua própria mãe.
Ele então se torna um adulto cheios de conflitos internos e uma dup...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Entramos em viaturas diferentes pois David se negou a sentar do meu lado, tudo estava sendo uma grande surpresa para mim, eu não sei o que ele ouviu ou viu, mas eu não tinha absolutamente nada a ver com tudo isso!
Aparentemente os corpos eram de fato da minha sobrinha e cunhada, fui surpreendido tão rapidamente pelos socos de David que não parei para pensar que elas tinham de fato morrido, céus, minha sobrinha... Eu caminhei com Sarah, seu irmão e meus filhos quando pequenos, eu levei a todos no lago diversas vezes e agora ela se foi... E Alfred viu tudo, que catástrofe.
David Ray White Depois de um bom tempo chegamos em uma pequena unidade penitenciária, provavelmente ficaremos aqui uma ou duas noites, brigamos dentro de uma delegacia e causamos uma pequena confusão, isso não é motivo para ficar preso muito tempo.
Saímos de nossas respectivas viaturas no mesmo momento, igualmente algemados caminhamos para dentro da penitenciária, lá ficamos sentados enquanto os outros policiais faziam nossa "ficha"
Ficamos sentados um pouco perto e eu não conseguia olhar nos olhos do meu irmão, diferente dele que me encarava de forma tão frenética que era possível sentir, eu estava desolado e aos poucos o peso da perda ia caindo sobre os meus ombros, quando lembrei-me do que tinha visto meu estômago revirou e mesmo irritado por tudo o que tinha acontecido senti meus olhos arderem e meu rosto queimar, eu tentei ao máximo reprimir o que eu estava sentindo naquele momento porém não foi o suficiente já que Jeffrey começou a me chamar
— Por que você está assim? David, eu estou aqui, fale comigo! — ele suplicou enquanto eu evitava olhar em sua direção
— Eu só queria entender o que foi que elas fizeram... Por que — falei desolado
— Eu não sei o que aconteceu, mas vão encontrar quem fez isso — o encarei com fúria
— Você fez isso!
Quase que subitamente toda tristeza se foi e a raiva que eu sentia voltou apenas por eu ter olhado nos olhos dele
— Ei! Vocês dois — um policial chamou nossa atenção — De pé, vamos cada um para sua cela, vou levá-los. - ele nos separou antes que uma nova briga começasse
— Quanto tempo eu vou ficar aqui? Eu tenho dois velórios para organizar — questionei o homem de forma fria
— Meus pêsames, mas você vai ficar aqui o tempo que for necessário, ninguém me disse nada referente a tempo. — segui caminhando de cabeça baixa apenas pensando sobre o que ele havia dito
Rapidamente chegamos a uma área separada da recepção onde vi Jeffrey ser desalgemado para entrar em sua cela que ficava na entrada da área onde estávamos Depois de fazer todo o procedimento, o policial repetiu tudo comigo me soltando e me encarcerando em minha cela, depois disso ele saiu deixando eu e Jeffrey sozinhos meio a todos os outros espaços vazios
Essa cidade nunca foi tão movimentada, nunca aconteceram tantos crimes então não era de se surpreender que aqui estivesse vazio, apenas com um assassino e um inocente, que sou eu. Estava rezando mentalmente para que Jeffrey ficasse quieto, não tentasse falar nada e não tentasse pedir desculpas pois eu era capaz de me revoltar ainda mais
Por que eu abri mão da minha família dessa forma?
Eu não ganhei absolutamente nada em todos esses anos, sinto que toda a "felicidade" que tive com Abigail nunca existiu, eu estava tão cego pela tentação de algo proíbido... Só consegui me tornar ainda mais vazio do que eu já era, agora além do vazio por dentro me sinto vazio por fora sem as pessoas que eu amava ao meu lado.
Minha consciência me julgava incessantemente e me questionava se eu realmente amava minha família e se amava por que eu tinha abandonado tudo, eu não tinha resposta para nenhuma das milhões de perguntas que eu me fazia, mas sabia de alguma forma que eu amava tudo o que eu abri mão pois eu senti uma dor gigantesca quando vi minha filha sem vida, aquela imagem não saía na minha cabeça em momento nenhum e em determinado momento me perguntei como Abigail conseguia sorrir imaginando o filho dela morto.
Aquele menino, morreu tão novo e passou por tanta coisa, Tony era a única pessoa que zelava por ele, aquele menino foi judiado em toda a vida, eu também tinha culpa nisso, me sentia um idiota por ter feito o que fiz no lago, eu era um homem com uma mentalidade tão infantil, eu quase matei uma criança por conta de vingança inútil, o que se passava na minha cabeça? Que tipo de pai e adulto eu era? Que tipo de gente eu sou?
— Vamos desligar as luzes para dormir. — me assustei com a voz do policial que vinha de fora e imediatamente me deitei no fino colchão que fazia o papel de cama daquele lugar, tudo era muito frio e sem vida, olhava para o teto cinza e para as luzes que vinham de fora da minúscula janela da parede pensando em quanto tempo isso tudo vai durar.
Espero que a noite passe o mais rápido possível, se possível espero que tudo o que aconteceu hoje seja fruto da minha imaginação e que amanhã eu possa acordar deste pesadelo terrível.