the four

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Jeffrey Ray WhiteEstava olhando para o teto, senti sono mas por algum motivo não consegui dormir, era como se meu corpo estivesse exausto mas minha mente estivesse em estado de alerta, qualquer som e barulho que vinha de fora me fazia olhar curios...

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Jeffrey Ray White
Estava olhando para o teto, senti sono mas por algum motivo não consegui dormir, era como se meu corpo estivesse exausto mas minha mente estivesse em estado de alerta, qualquer som e barulho que vinha de fora me fazia olhar curioso entre as grades procurando por algum motivo para estar acordado com certo temor.

De repente ouvi a chave da porta e pensei que iria ser liberado, me levantei rapidamente tentando olhar quem estava entrando, pelas roupas era um policial, ele estava de cabeça baixa com quepe cobrindo o rosto, não estranhei aquilo apenas observei ele entrando

— David, acorde! Vão nos libertar — falei tentando chamar meu irmão mas ele virou para a parede ignorando completamente o que eu havia dito

O policial então pegou uma cadeira e posicionou frente a entrada de onde eu estava preso, ele abriu a porta da minha cela e se sentou na cadeira que ele tinha trazido.
O homem não dizia nada e nem fazia ação nenhuma, ele estava em completo silêncio de cabeça baixa, comecei a me sentir estranho, aquela não parecia ser uma situação normal.

A luz em todo local não era das melhores então eu só conseguia enxergar a silhueta do homem à minha frente, me sentia desconfortável pois mesmo de cabeça baixa podia sentir que ele estava prestes a se levantar e fazer algo repentinamente, mediante a toda situação me sentei na "cama" que tinha na minha cela esperando o que aquele homem iria fazer.

— E cá estamos novamente, só que dessa vez eu estou do outro lado. — ele falou com uma voz rouca e baixa 

— Outro lado? Desculpe mas eu não entendi — respondi com certa desconfiança

— Talvez você não se lembre de mim mas se lembra dos quatro, sei que sonha com eles todas as noites, eles estão em seus sonhos e seus pesadelos — engoli seco

O que seria “os quatro”? Não pode ser o que eu estou pensando, não tem como ser!

— Eu ainda não sei do que você está falando — disse dessa vez mais desconfiado

— Você sabe sim. — ele afirmou levantando a cabeça e me olhando no fundo dos olhos

Senti um arrepio em minha espinha, senti um frio indescritível na barriga, mesmo sem luz eu podia ver aqueles olhos verdes, os mesmos que vejo no espelho dia após dia, os mesmos olhos que meu irmão, o pai dele tinha.
Senti que tudo em mim paralisou quando olhei no rosto daquele homem, não era qualquer estranho, era alguém que eu conhecia e muito bem, e esse era o real problema, para mim ele estava morto

Como os outros quatro...

— Timothy... — falei pausadamente sentindo minhas pernas começarem a tremer

— Como você se sente sabendo que pessoas morreram por sua culpa e quem você realmente queria matar não morreu? Como você se sente sabendo que todos eles poderiam estar vivos e trabalhando por aí se você não deixasse o seu ego estúpido tomar conta de você e te fazer cometer um erro terrível? — escutei aquelas palavras e foram como um tiro, eu realmente me sentia culpado por tudo o que aconteceu com todos eles, Timothy foi tão direto e claro, tudo era extremamente preciso e não parecia ser real

— Isso não é real, isso é um sonho, só pode ser um sonho — disse para mim mesmo olhando para o chão

Foi nesse momento que escutei risadas que me fizeram acreditar que aquilo era sim real, e se não fosse seria o pior de meus pesadelos

— Quem você quer enganar? Nem você mesmo acredita nessas suas afirmações, eu sou real, eu sou o mesmo que você matou aquele dia, Jeffrey. — ainda de cabeça baixa vi seus sapatos próximos de mim, ele estava na minha frente.

Lentamente levantei a cabeça e fui surpreendido pela mão de Timothy agarrando com força o meu pescoço e apertando sem hesitar.

Callahan
Vi ele tentando tirar minhas mãos de seu pescoço e por mais que ele fosse forte ele não era tão forte como eu, a força coloquei ele de pé e o encostei na parede soltei seu pescoço pois ainda não era a hora de acabar com tudo, qual seria a graça se fosse desse jeito?

— Você pensou que tudo ficaria como está? Que eu iria desaparecer e você iria lidar com a culpa gradativamente sem consequências? Você fez um trabalho sujo Jeffrey, um trabalho imundo! — disse com fúria e nojo por me lembrar de tudo o que Timothy passou — Você me jogou como se eu não fosse nada para morrer!

— Me perdoe, eu me sinto culpado todos os dias pelo o que eu fiz, por favor Timothy! Eu deveria ter pensado antes de tomar aquela decisão, eu me arrependo por ter feito o que eu fiz todos os dias, eu não queria que eles morressem de repente por minha culpa! Eu imploro a você Timothy me perdoe! — ele suplicou aos prantos em tom de arrependimento profundo

— Talvez pudesse existir uma chance de Timothy te perdoar, mas eu não sou ele — sorri vendo ele me olhar apavorado — Você acha que pedir perdão vai apagar tudo o que você me fez? Toda dor que causou e todo estrago que já aconteceu por sua culpa? Tudo o que você faz nessa vida retorna para você e você só tinha um único trabalho Jeffrey, ser gentil com o próximo e não causar dor a ninguém, e antes mesmo de me torturar você já fazia tudo isso — completei com ódio vendo ele perdido em seus pensamentos

— O meu karma não pode ser tão ruim assim — ele disse assustado e confuso, pela sua feição parecia estar ficando louco bem na minha frente

— Não estamos falando de karma aqui Jeffrey, estamos falando de vingança, você está colhendo o que você estava semeando há muito tempo, eu sou apenas uma das milhões de consequências que estavam por vir.

— Então é isso? Você quer vingança por todas as pessoas que eu fui injusto e matei enquanto eu era um policial corrupto e cretino? — sorri ainda mais

— Vingança por eles? Ninguém se vingou por mim quando eu era uma criança indefesa, por que eu faria isso para elas? Eu estou aqui por mim, estou fazendo vingança exclusivamente por mim e mais ninguém.

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⏰ Última atualização: May 16 ⏰

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