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Timothy Ray WhiteContinuei pelas redondezas observando os futuros passos dos polícias e das pessoas de dentro da delegacia

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Timothy Ray White
Continuei pelas redondezas observando os futuros passos dos polícias e das pessoas de dentro da delegacia.

Fiquei agachado, escondido muitas vezes no meio das moitas olhando para lá.
A recepcionista não estava nos meus planos, nunca esteve, se ela não interferisse ela não precisaria se preocupar, porém não foi o que aconteceu.

Callahan já tinha tudo pronto, ele é bem mais prático e rápido que eu.
Foi então que às 21:35 ela saiu, e eu a segui com os olhos, vi ela saindo sem olhar para os lados, despreocupada e calma, imaginei que ela fosse entrar em algum dos muitos carros estacionados em frente a delegacia, mas não, ela foi andando.

Ela estava sozinha, estava caminhando e parecia estar de fones, não me aproximei muito estava a metros de distância.
Callahan queria tomar o controle, então permiti e eu parei de andar fazendo barulho ao longe

Callahan
Ela olhou para trás e parou de caminhar, eu me escondi rapidamente e em seguida ouvi o barulho dos saltos dela andando em passos largos e bem mais rápidos, sorri com isso.

O som, o cheiro, a demonstração do medo é como um anestésico ou um alimento para mim, e esse tipo de gente fraca são as que mais me fortalecem nesse quesito.
Ela foi rápida, mas não mais que eu, eu continuei a observando de longe até que ela entrou em casa e trancou a porta.

Eu podia a atacado a qualquer momento, não tinha nada a perder, nessa cidade morta não tem bichos na rua quem dirá pessoas, não iriam ter testemunhas nem nada parecido, mas qual seria a graça de fazer isso?

Ela estava com as janelas abertas, a casa não tinha dois andares, era longa com grandes janelas.

Observei o momento em que ela entrou no quarto e tirou a blusa, tirou o resto das roupas e ficou semi nua se sentando na cama e mexendo no celular, ver esse tipo de cena não me trazia nenhum tipo de sensação, era como jogar o lixo fora, algo fútil que não me chamava atenção.

Resolvi começar com os jogos, não pretendia estender muito o que eu tinha para fazer, tinha muito trabalho então queria terminar tudo em uma noite.

Gina (a recepcionista)
Estava em casa, mas não me sentia segura, no caminho escutei um barulho estranho, talvez um estalo de galhos quebrando? Quem sabe! Queria poder falar com alguém, mas não tenho para quem ligar, as pessoas não gostam de mim simplesmente porque tenho uma personalidade forte, não gostam da minha sinceridade, procurei alguém para mandar mensagem mas não encontrei ninguém disposto a me ouvir.

Ouvi arranhões na janela e olhei rápido para o lugar de onde veio o som agudo.
Fiquei alguns segundos encarando o local até que tomei coragem e me aproximei para fechar a cortina.

Enquanto estava na janela direita escutei o mesmo barulho na janela esquerda, encostei na parede olhando para o outro lado do quarto, já estava muito assustada

O que fez esse barulho? Por que tudo começou a acontecer comigo?

Fui correndo até a janela esquerda e fechei as cortinas, corri para a porta que estava apenas fechada, tranquei a mesma e voltei para o quarto.
Foi nesse momento que escutei sons de toque por fora da casa que rodeiam todo o quarto, era como se tivesse alguém batendo nas paredes do quarto rodeando a minha casa, parecia ser uma pessoa, era assustador!

Já estava trêmula, fui até meu celular e simultaneamente a luz se apagou.

Dei um grito estridente com o celular em mãos, a luz do meu celular iluminou minhas pernas, liguei a lanterna e olhei para o redor, não conseguia enxergar muito pois tremia incontrolavelmente.

Eu tinha um gerador, mas estava fora de casa, entre ficar no escuro e sair para consertar a luz eu preferia ficar dentro de casa.

Foi então que de repente escutei barulhos de risadas e outros sons bem baixos que me fizeram sentir um arrepio na espinha.
Quem está me perseguindo? Por que isso está acontecendo logo comigo? Eu não estou ficando louca, isso não pode ser algo sobrenatural!

Todos os sons e ruídos estavam se repetindo várias e várias vezes e com medo eu coloquei minha cabeça entre as pernas agachando no chão, tudo se repetiu sem parar e de repente, a luz voltou e os sons silenciaram.
Tudo estava em completo silêncio, não havia som algum, tudo parecia estar normal como se nada tivesse acontecido nesses últimos minutos, como se tudo não tivesse passado de uma alucinação.

Me senti confortável para ver o que havia acontecido fora de casa, para ter certeza que isso aconteceu com as outras pessoas e não só comigo, aos poucos me levantei e fui até a porta de entrada, encarei a rua pelo vidro e depois de alguns minutos abri a porta.

O vento frio da rua veio de encontro ao meu corpo semi nu, senti frio e rapidamente fechei a porta, não tinha coragem para ir lá fora.

Enquanto ainda estava de frente para a porta a luz do teto piscou mais uma vez e eu olhei para cima, quando olhei novamente para a porta fechada vi através da mesma um homem alto e assustador, não consegui sequer ter reação.

Callahan
Eu entrei pela porta, ela foi até rápida, mas não tão rápida quanto eu.

Quando ela menos esperava apareci atrás dela, antes que ela pudesse gritar tapei a boca da mesma e a coloquei contra o meu peito, segurando e levantando a cabeça dela a fazendo olhar para cima.
Ela olhava nos meus olhos enquanto eu tapava a boca dela, foi nesse momento que eu passei rapidamente uma faca afiada no pescoço dela, de um lado ao outro.

Aos poucos os olhos dela foram ficando sem vida e o sangue espichou por todos os lados, a soltei e o corpo morto caiu no chão de qualquer maneira, vi o sangue aos poucos escorrendo para de baixo da porta e percebi que essa era a hora de ir.

Eu estava de luvas e botas, não tinham digitais nem provas de que eu estava ali, por enquanto não queria ser responsável por esse crime, podiam me atrapalhar e aí mais pessoas iriam morrer, não que eu me importasse, mas isso iria adiar ainda mais o que estava por vir.

Pela mesma porta que entrei eu saí e fui embora para meu esconderijo na minha cidade natal, a porta estava encostada, ela não havia trancando.

Eu só precisei de um apagão e alguns segundos para entrar.

Mais uma.

O Monstro Que Eu CrieiOnde histórias criam vida. Descubra agora