hate and sadness

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David Ray WhiteEstava em casa tranquilamente quando inesperadamente recebi uma ligação do meu filho, Alfred

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David Ray White
Estava em casa tranquilamente quando inesperadamente recebi uma ligação do meu filho, Alfred.

— Filho! Quanto tempo, o que houve? — perguntei animado

PAI! — ele deu um longo grito seguido de um choro que me assustou me fazendo entrar em alerta imediatamente

— Alfred o que houve? — perguntei com seriedade, a última coisa que esperava ouvir era um grito estridente desse vindo do meu filho

A mãe... A Sarah — ele sussurrou entre gritos de dor e um choro carregado de tristeza

— O que houve com elas, diga! — gritei impaciente, estava nervoso e confuso com tudo que estava ouvindo

Elas estão mortas! — ele falou de uma só vez e eu fiquei em silêncio paralisado

— Alfred, isso não tem um pingo de graça! — falei esperando que ele dissesse que tudo não passava de uma brincadeira

Elas estão mortas dentro de casa... A Sarah está no banheiro — ele afirmou ainda chorando, eu agora estava sem chão, parecia mesmo que era verdade

Não sabia o que dizer ou fazer, estava completamente travado com o celular no ouvido apenas escutando o choro incessante do meu filho.

Agora não importa mais o que aconteceu, eu iria voltar para aquela cidade e só sairia quando tivesse certeza que tudo não passou de um mal entendido, elas não podem ter morrido... Eu não quero acreditar nisso.

— Eu estou indo para aí — desliguei o celular, correndo quase voando arrumei minha mala e Abigail apareceu na porta me olhando com curiosidade

— Onde vai? — ela perguntou e eu continuei em silêncio arrumando minhas coisas, minha mente estava cheia de medos e conflitos, ignorei completamente a pergunta dela focando apenas em Sarah e Adelaide — Você vai sair para onde? — ela tornou a perguntar e eu estava impaciente com medo da verdade então sem pensar muito passei a mão pelo meu rosto tentando me acalmar, tentando segurar uma resposta arrogante

— Vou atrás de Adelaide e Sarah. — respondi forçando uma paciência inexistente

— Você vai atrás da sua ex mulher? Como tem coragem de dizer isso na minha frente? — respondeu ela e eu me irritei.

Ela não sabia que a minha "ex mulher" estava supostamente morta porém eu me esqueci disso

— Como você se atreve a falar algo assim dela? Você não sabe o que pode ter acontecido?! Eu não posso deixar que nada aconteça com ela, ela é a mãe dos meus filhos! A minha filha está em perigo! — falei ignorando a palavra morte, elas não podem ter morrido, eu não acredito nisso

Ao terminar de arrumar minhas coisas corri para o carro e sem me despedir de Abigail saí de casa, não sabia para onde iria ao certo mas voltaria para aquela cidade eles me querendo lá ou não

Hanna Ray White
Bruce já tinha sido atendido e minha mãe acabou precisando de atendimento também, ver um filho naquela situação não é para qualquer um, tem que ter um estômago forte, coisa que ela não tem.

Deveria ter ido sozinha, minha mãe não tem mais idade para lidar com esse tipo de coisa, talvez se ela fosse mais velha poderia ter sofrido um ataque cardíaco ou algo semelhante, não posso deixar ela se colocar em riscos assim e nem concordar em por ela em riscos desse tipo

Bruce de repente abriu os olhos e nós duas nos levantamos rapidamente indo em direção a cama dele, ao nos ver ele fechou os olhos com força tentando se virar para direção contrária a nossa

— Não faça esforço, por que está tentando evitar a gente? — ele tossiu fraco

— Eu não quero que vocês me vejam assim — ele explicou com as poucas forças que tinha e com a voz extremamente rouca

— Agora já passou, vamos ter tempo para falar disso depois...  — ele olhou de lado para minha mãe

— Essa é a questão mamãe, eu não queria que tivesse tempo depois... Eu não queria estar aqui. — disse Bruce e nós abaixamos a cabeça tristes na mesma hora, o peso dessas palavras eram demais para nós

— Bruce... Podemos conversar? Por mais que você não queira tocar nesse assunto, é necessário... — perguntei e ele respirou fundo entrando em um longo silêncio

Depois de alguns segundos esperando uma resposta ele olhou para minha mãe e ela entendendo no mesmo momento saindo do quarto deixando eu e Bruce sozinhos

— Olha, eu não posso dizer que sei como é perder alguém amado... Sabe, não nesse nível de intimidade. — brinquei com meus dedos tentando conter o nervosismo — Nós perdemos o Tony e foi difícil para mim, ter que lidar com a ausência dele e com a saudade é difícil até hoje, nós nunca conseguimos superar ninguém por completo. Perder o nosso irmão foi horrível, eu imagino que deve ter sido péssimo para você ter perdido a sua namorada, o que aconteceu com ela é injustificável, porém ela amava a polícia, e ela corria esses riscos, ela morreu fazendo o que amava e eu não estou querendo romantizar a morte dela, eu estou tentando dizer que ela está em paz, ela se foi e pelo pouco que eu conheci e vi as mudanças que ela te trouxe eu imagino que ela fosse querer que você também ficasse em paz, mas não dessa forma tentando acabar com a própria vida, imagine para nossa mãe quão difícil foi e está sendo? Ela perdeu o nosso pai, ela sabe o que você está sentindo e mesmo assim ela não desistiu.
Ela perdeu mais que um amor, ela perdeu um ser que tinha um vínculo inexplicável com ela Bruce... E mesmo assim ela continua sendo forte por todos nós, não estou desmerecendo a sua dor, eu sei que dói, mas isso não pode te desmotivar de viver, você tem que tentar passar por isso pois quando você menos esperar isso vai ser só uma lembrança amarga e não uma dor penetrante. — ele me olhava com o olhar vazio e um semblante cansado — Você tem a todos nós aqui, nós somos a sua família, é nossa obrigação te dar apoio quando você precisar, eu sou sua irmã e você pode sempre contar comigo...

— É difícil... — ele disse entre lágrimas — Olhar para a farda dela e ter que aceitar que nunca mais eu vou vê-la naquela roupa, ouvir os áudios e saber que nunca mais vou ouvir aquela voz, nunca mais vou ouvir um eu te amo dela... — toquei no braço dele tentando oferecer conforto

— Mas você não pode deixar isso te consumir, você não está sozinho — o olhei com piedade

— Eu não sinto só tristeza... — ele respondeu simultaneamente me surpreendendo

— Como assim?

— Eu sinto raiva, se eu descubro quem fez isso com ela sou capaz de qualquer coisa Hanna! — ele confessou com raiva

— Não fique com tanto rancor no coração...

— Você quer que eu esqueça a tristeza? — fui interrompida — Deixe que eu a substitua pelo ódio. Deixe que eu ache o culpado pela morte da Janice e aí sim eu vou voltar a ser como antes! — ele finalizou.

O Monstro Que Eu CrieiOnde histórias criam vida. Descubra agora