continuation of February 15th.
...Ela me levou até uma sala onde me fizeram mais perguntas sobre Tim e eu respondi até onde sabia.
Enfim, Timothy não era mais um fantasma, tinha uma identificação e certidão de nascimentoDepois de tudo isso peguei a certidão e fui até onde Tim estava, o vi deitado em uma encubadora e meu coração doeu por ver ele lá, não sabia o que ele tinha, mas me doía ver meu filho de longe, o médico então apareceu e pediu para que eu me aproximasse.
— Senhor White, seu filho desmaiou e isso aconteceu pois ele estava com bastante fome, o nível de açúcar sanguíneo dele estava baixíssimo, isso acabou resultando na queda da pressão arterial dele, por sorte o senhor o trouxe a tempo de fazer algo e pelo visto fez todas as coisas recomendadas, ele agora está estável, ele estava com parte do cordão umbilical ainda preso nele então cortamos da forma adequada e agora o umbigo dele está em processo de cicatrização da forma correta — ouvi tudo atentamente enquanto olhava para Tim
— Eu só vou liberar ele quando ele estiver realmente bem. — disse o médico e eu assenti com a cabeça
— Posso ver ele de perto? — perguntei receoso
— Claro — o médico respondeu abrindo espaço para que eu fosse até a incubadora, me sentei ao lado da incubadora e segurei a mãozinha de Tim, e acariciando comecei a falar com ele, ele fazia barulhinhos como se fossem respostas e se mexia muito ouvindo minha voz, eu só sabia rir de alívio olhando para ele
(...)
Passaram-se horas e eu adormeci ao lado do bebê, acho que ninguém do hospital teve coragem de me acordar, então depois de um bom tempo o policial que havia me interrogado mais cedo me acordou.
— Desculpe senhor eu nem vi o tempo passar — disse para o policial enquanto esfregava os olhos
— Tudo bem, conversei com sua esposa, tudo parece normal. O médico disse que ele já está liberado para voltar pra casa, daqui a alguns minutos ele vai vir aqui para lhe liberar. — disse o policial me fazendo sorrir de felicidade, olhei para Tim que ainda estava dormindo tranquilamente e depois voltei a olhar para o policial agradecendo com a cabeça
Algum tempo depois o médico apareceu e liberou Timothy, ele disse os cuidados que eu deveria ter para que o incidente não se repetisse então eu fui embora.
Saí com Tim nos braços em direção ao estacionamento do hospital, já era noite o vento frio estava começando a se intensificar, vi meu amigo fumando perto do carro que viemos, quando me viu ele apagou o cigarro e começou a rir um pouco sem graça.
— Você disse que tinha parado Jerry — o observei cruzando os braços
— E eu parei, mas você sabe uma hora ou outra eu acabo fumando só alguns pela noite, é impossível dormir e acredite se quiser eu tenho uma dor de cabeça persistente que só passa depois que eu fumo — ele tentou se justificar rindo eu acabei rindo também negando com a cabeça
— Ah, entre no carro vamos para casa! — ele abriu a porta para mim e entrei com Tim, ele então saiu do estacionamento e quando já estamos a bastante tempo na estrada começamos a conversar novamente
— E como ele está? — ele olhou para Timothy em meus braços — Você não me disse que era pai!
— Nem eu sabia meu amigo, descobri ontem pela noite, ele agora está bem, só estava um pouco fraco, ele tem só dois dias de vida
— E qual nome deu a ele? — sorri de lado lembrando da explicação para o nome do meu filho
— Timothy — disse orgulhoso — Minha mulher queria uma menina, mas meu sonho sempre foi ser pai de um menino, desde muito novo pensava em ter um filho e o nomear Timothy, quando tive a chance não perdi a oportunidade! — sorri assim como Jerry
— E Abigail como está? — meu sorriso se fechou, olhei para a janela pensando no que diria e se contaria a verdade
— Ela está bem apesar de tudo, só um pouco cansada, eu acho — menti
— Se precisar de qualquer coisa pode me ligar você sabe que pode contar comigo sempre, eu sei que você está sem trabalho e...
- Jerry muito obrigado por isso — o interrompi — Mas eu irei arranjar um emprego, eu te agradeço do fundo do meu coração por ter me socorrido hoje e se precisar de mim sabe onde me encontrar, mas eu não posso aceitar qualquer quantia de dinheiro, é seu dinheiro! Eu não posso gastar algo fruto do trabalho de outro, eu tenho que usufruir do que eu ganhei pelo o que eu fiz. — Jerry então parou o carro em frente a minha casa
— Eu sei que você é cabeça dura e não adianta falar, mas se precisar já sabe... — ele repetiu me passando segurança
— Não vou precisar — brinquei, porém antes de sair do carro pisquei pra ele que negou com a cabeça revirando os olhos me fazendo rir
Abri então a porta de casa e esperei Jerry ir embora para entrar, assim que entrei me senti aflito novamente só pelo fato de estar na mesma casa que Abigail.
Fui até a cozinha e abri a geladeira vendo mais leite reservado, então peguei aquele leite e dei para Tim alí mesmo, depois de alguns minutos o levei para o quarto e dei um banho nele, depois de o amamentar novamente coloquei ele para dormir.
Após tudo isso fui até o meu quarto e de Abigail e mais uma vez a porta estava trancada.
— Abigail por favor me deixe entrar — disse sem forças, estava exausto por conta do dia corrido no hospital.
— Ele está com você? Se tiver você não entra! — ela respondeu me fazendo ferver dos pés a cabeça
— Abigail ele é seu filho e vai ficar aqui conosco até o dia da minha morte, pare de se referir ao seu filho como "coisa" ou "aquilo", eu já estou cheio disso! Abra essa maldita porta agora. — gritei e bati na porta furioso, quase que imediatamente ela abriu a porta e surpreendentemente olhou em meus olhos, ela então passou por mim e desceu às escadas indo para o primeiro andar.
Entrei no quarto peguei minhas coisas e todos os meus pertences, levei tudo para o quarto do Tim e lá adaptei o um espaço para que nós dois pudéssemos ficar juntos, não sabia por quanto tempo ficaria ali, mas me acomodei.
Lá tomei um banho e após trancar a porta acabei adormecendo ao lado dele
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O Monstro Que Eu Criei
HorrorTimothy foi um homem que na infância presenciou coisas que nenhuma criança deveria presenciar e cresceu com as consequências dos traumas causados principalmente por sua própria mãe. Ele então se torna um adulto cheios de conflitos internos e uma dup...