Timothy foi um homem que na infância presenciou coisas que nenhuma criança deveria presenciar e cresceu com as consequências dos traumas causados principalmente por sua própria mãe.
Ele então se torna um adulto cheios de conflitos internos e uma dup...
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February 15th
Hillary Ray White O sol havia nascido o dia havia acabado de começar, o céu parecia diferente, o clima não era mais agradável como nos outros dias, os pássaros voavam apressados e os corvos estavam a corvejar incessantemente, olhei da minha janela e só tinha visão de uma paisagem sem vida, acho que as descobertas que tive nesses últimos dias me fizeram olhar o mesmo cenário que olho todos os dias de outra forma.
Passei o dia pensando em o que iríamos fazer, quando deu a noite saímos para tentar encontrar Timothy.
Meus filhos só tiveram disponibilidade a noite, então combinamos de ir ao local quando já fosse tarde, mesmo que fosse perigoso eu estava disposta a correr riscos para pelo menos achar algo relacionado ao meu neto.
— Estão prontas? — perguntou Bruce parado na frente ao carro
É claro que eu não estava pronta, mas tinha que fazer isso, parecia ser uma obrigação, não sei se é culpa mas vou trazer meu neto de volta
Entramos no carro e não falamos uma palavra, estávamos todos tensos, a madrugada fria deixava tudo mais desconfortável ainda, Bruce dirigiu por uma longa estrada e por alguns minutos ficamos em uma completa escuridão, olhava para as paisagens imaginando o que faria quando finalmente encontrasse meu neto, como eu iria reagir? Como ele iria reagir?
Depois de um bom tempo na estrada o carro de Bruce parou frente a um matagal, ao lado de um arbustos muito grande, olhei para o meio daquele mato sem entender por que ele tinha parado alí
— Aqui. — ele apontou — Foi nesse lugar que eu tive a impressão de ter visto ele — encaramos o muro de arbustos
— Vamos sair então — Hanna segurou na trava do carro pronta para abrir
— Mas antes estacione mais longe, aqui é proibido parar e precisamos de luz, deixe o carro ligado, eu não vou entrar nesse matagal perigoso com essa escuridão — Bruce balançou a cabeça positivamente
Ele então dirigiu e parou o carro do outro lado da rua deixando o farol ligado em direção ao matagal que estávamos prestes a nos aproximar.
Estava extremamente frio, já havia nevado mais cedo, fumaça saia das nossas bocas ao expirar, não conseguimos ter visão de muita coisa, quanto mais perto estávamos do matagal mais escuro e profundo ele parecia ser
Ficamos parados frente aquele monte de folhas esperando para ver quem seria o corajoso de entrar lá dentro para averiguar se havia uma passagem ou algo do tipo mas ninguém se prontificou a ir. Quando começamos a andar juntos para perto do mato para nossa surpresa começamos a ouvir barulhos, como se fossem galhos se quebrando por conta de passos.
Nos assustamos e voltamos para perto do carro, estávamos paralisados, parados apenas esperando para ver o que iria sair de dentro daquele matagal. Pensando bem era muito insano fazer o que estávamos fazendo, nos colocando em perigo por conta de uma possibilidade que poderia ser irrealista, nessa hora percebi que poderíamos estar em um perigo bem maior do que eu podia imaginar, e se um louco saísse daquele arbusto? E se ele nos atacasse? Agora vir até aqui estava me parecendo uma péssima idéia mas não tínhamos o que fazer, afinal, já estávamos aqui.
De repente um pequeno guaxinim apareceu e toda a tensão foi substituída por risadas de alívio, ficamos bem mais tranquilos, acredito que assim como eu eles também esperavam algo fantasmagórico e assustador
Nos aproximamos do guaxinim e com medo ele correu para longe, apenas observamos ele escalar uma árvore e por um minuto nos esquecemos do matagal
Foi nesse momento que o farol do carro foi coberto por uma sombra escura, olhamos rapidamente para trás e tivemos visão de uma silhueta, era uma silhueta masculina, robusta e alta, não era uma silhueta qualquer, eu conhecia aquela pessoa
Hanna Ray White Quando vi aquela pessoa meu corpo congelou por completo, estava tremendo de medo, sequer havia passado pela minha mente quem poderia ser aquele estranho, o pavor atrapalhou todo o meu raciocínio.
Bruce Ray White Sentia meu coração bater mais rápido e meu peito formigando, minha carne tremia e tinha medo de respirar, aquela silhueta estranha estava bem ali, parada em nossa frente, nos observando, estava contra a luz e não conseguimos ver o seu rosto, parecia algo vindo diretamente para nos torturar, para nos assombrar.
Hillary Ray White Continuei encarando aquele homem alto e tive certeza que não era um estranho
— Timothy? — disse involuntariamente e Hanna abriu um sorriso de alívio
— Nós te achamos! — disse Hanna que tentou se aproximar lentamente, aparentemente se esqueceu das últimas cartas
Enquanto eu olhava para aquela silhueta tive um flashback, em segundos voltei para o dia em que Timothy brigou com Jeffrey, mais especificamente depois da confusão quando fui até o quarto dele e o vi de costas, a mesma silhueta assombrosa estava bem na minha frente
Segurei o braço de Hanna fazendo ela parar de caminhar e continuei encarando a silhueta em silêncio.
— Não vá até lá. — cochichei imóvel e Hanna me olhou confusa
— Por que? Nós não estávamos procurando ele? — não tirei meus olhos dele que também estava parado
— Esse não é o Timothy. — Hanna me olhou assustada e em seguida olhou para a silhueta
Aqueles olhos fundos e sem vida não eram de Timothy, pareciam vermelhos, aquelas cicatrizes não estavam no meu neto, o corpo podia ser dele mas alto me dizia que dentro não era Timothy.
Callahan Eu sentia que ela me conhecia, ela me olhava no fundo dos olhos e eu a olhava sorrindo
Ela tinha medo, os três tinham medo, o odor de pavor me dava mais vontade de ir até eles e os recepcionar ferozmente. Ela me já me viu a anos atrás, acho que ela não se esqueceu, a sorte dela foi que quem estava no comando era Timothy, mas agora ele não podia fazer nada.
Ele não ficava quieto, Timothy gritava o tempo inteiro na minha cabeça mandando que eu me afastasse deles, eles estavam bem ali, ninguém iria me parar, o que eu tinha a perder?
