February 20
Joseph
Estava despedaçado, o que houve para que minha esposa viesse morrer? O que foi que aconteceu quando eu não estava perto?Levamos o corpo dela para o Medico-Legal Institute (IML) e depois de mais uma perícia no mesmo dia foi constatado que ela foi assassinada, alguns policiais falavam em suicídio pela forma em que ela foi encontrada, amarrada pelo pescoço na frente de casa, mas não, ela foi colocada lá pelo assassino.
Ela não tinha cortes, apenas hematomas, muitos por todo o corpo, o frágil corpo dela estava repleto de sangue pisado por todos os lados, não tinha condições de olhar para aquele corpo.
Não me permitiram voltar na casa enquanto todo o cenário não fosse averiguado, eu estava fora de suspeita já que durante o momento de crime eu estava com meus colegas policias na delegacia e meu álibi foi aceito já que haviam muitas testemunhas, mas eu não podia ficar de braços cruzados enterrando minha esposa e meu amigo sem saber quem foi que fez essa covardia com eles, quais foram os motivos para bater e matar alguém que esse assassino não conhecia?
Fui até minha casa e ignorando as restrições pelo caminho entrei porta a dentro me surpreendendo com tudo.
Diferente do que eu imaginava tudo estava na mais perfeita ordem, tudo da forma que eu deixei ao sair para trabalhar, e da forma que minha falecida esposa costumava arrumar, o assassino não fez escândalo, ou sujeita, ele a matou cruelmente mas não deixou uma marca anormal, não haviam marcas de sangue em lugar nenhum, esse monstro é um doente extremamente cauteloso.Por que tinha que ser a minha esposa? O que ela fez para que isso acontecesse com ela? Eu nunca vou entender o que aconteceu, eu nunca vou aceitar que isso aconteceu.
Senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto quando vi um porta retrato com uma foto de minha esposa, eu iria encontrar esse maldito de qualquer forma.
Saí da casa e dirigi de volta para a delegacia, chegando lá procurei por todos os policiais porém não encontrei ninguém, apenas uma substituta da antiga recepcionista na recepção e mais ninguém, fui até uma das salas no interior da delegacia e vi todos reunidos, assim que entrei todos pararam de falar olhando para mim em completo silêncio
— O que aconteceu? Por que vocês não me chamaram? — meu superior limpou a garganta vindo em minha direção
— Nós sabemos que você foi até a sua casa mesmo com as restrições... — desviei o olhar abaixando a cabeça lentamente — Nós não podemos imaginar o quanto está difícil pra você, tudo aconteceu muito rápido com a sua esposa, estamos trabalhando no caso dela e optamos por te deixar fora disso, não queremos te trazer mais sofrimento — eu o olhei com indignação
— Não, eu quero participar! Eu me sentirei bem quando eu pegar o cara que fez isso com ela! — expliquei com raiva
— E o que vai fazer? Não vai poder fazer nada com ele! — o encarei confuso — Essa raiva que você está sentindo vai passar e quando a fixa cair vai doer, acredite em mim, vai ser melhor você ficar fora disso. E mesmo que você não aceite eu sou seu superior e a decisão já foi tomada, eu entendo a sua raiva então eu te peço, por favor vá para casa de algum parente e tente esfriar a cabeça, fique longe do trabalho um pouco, descansa a sua mente. — olhei para todos da sala que não me olhavam nos olhos, dei uma última olhada para o meu superior que me olhava com compaixão e saí furioso da sala
Saí cuspindo abelhas pelos corredores, estava possesso.
Como eles tiveram coragem de tomar uma decisão pelas minhas costas dessa forma? Uma decisão tão rápida sem o meu consentimento? Com a aprovação deles ou não eu iria atrás da pessoa que fez isso com a minha mulher e eles não podiam fazer nada para me parar.
As horas passaram e quando finalmente saí da delegacia já era noite, entrei em meu carro e pensei para onde poderia ir
Nessas horas eu talvez estaria em um bar com algumas pessoas, ou talvez indo para casa e depois estaria com a minha mulher, bem e viva.
Eu troquei ela por outras, por amigos, quanto arrependimento eu sinto.
Meu celular vibrou no meu bolso e ao pegar vi que o número era desconhecido, desliguei e voltei a prestar atenção na rua deserta com o carro desligado.
Não demorou muito para o celular voltar a tocar, o mesmo número.
Resolvi atender e por alguns segundos a pessoa do outro lado da linha ficou em silêncio, me irritei com isso.Justamente hoje, nesse dia péssimo, essas pessoas de longe decidem me ligar para passar trotes? Esse é um péssimo dia para isso.
— O que você quer? Quer me infernizar ligando e ficando em silêncio? Hoje foi um péssimo dia e você não está ajudando em nada! Apague meu número e nunca mais me perturbe novamente ou se não eu vou atrás de você, eu sou policial, pode ter certeza eu acabo com a sua vida! — briguei furioso sem pensar em minhas palavras
Quando estava prestes a desligar ouvi uma risada do outro lado da linha
Aquilo me surpreendeu, me assustou na verdade, continuei em silêncio esperando uma resposta porém o silêncio do início da chamada permaneceu após a longa risada tenebrosa
Quando estava prestes a desligar finalmente a pessoa do outro lado começou a falar
— Catherine não falaria assim, na verdade ela não teve tempo para falar muita coisa...
Escutei aquelas palavras paralisado, senti um frio na minha espinha, aquela voz falou o nome da minha esposa, aquela voz falou sobre "não dar tempo"
Ninguém faria um trote dessa magnitude, ninguém de fora sabia o nome da minha esposa, eu tinha certeza, eu estava falando com o real assassino da minha esposa.
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O Monstro Que Eu Criei
HorrorTimothy foi um homem que na infância presenciou coisas que nenhuma criança deveria presenciar e cresceu com as consequências dos traumas causados principalmente por sua própria mãe. Ele então se torna um adulto cheios de conflitos internos e uma dup...