continuation of February 10
Timothy Ray White
Não podia falar alto como fazia quando era pequeno, estava na casa daquela mulher e ela podia me escutar então conversei com ele em silêncio, só em meu pensamento.Quando percebi que ele tinha se acalmado, deixei que Rose voltasse para o comando, só ela sabia o que dizer em momentos que fossem necessário usar empatia e outras coisas fúteis parecidas com essas e a minha missão aqui na casa de Jeffrey ainda não tinha acabado.
Rose
— Pitter? Está bem? — ouvi Jane falar do lado de fora do banheiro— Sim, estou ótimo. — abri a porta do banheiro sorrindo para ela — Esses dias tomei um medicamento para dores estomacais que aparentemente não me fizeram muito bem, estou com muitos efeitos colaterais. — menti e ela me olhou com pena
— Como está se sentindo agora? — ela acariciou meu braço
Até eu não suportava tanto contato corporal, isso era extremamente desconfortável e desnecessário, mas não podia deixar transparecer o meu descontentamento
— Estou bem, foi ótimo te ver — me afastei do toque dela — Daqui a alguns dias eu posso voltar para ver a Lisa? — perguntei com um olhar persuasivo
— Claro que sim, o dia que quiser, as portas da minha casa estão sempre abertas para você! -— ela me acompanhou até a porta
Se as pessoas soubessem com quem realmente falam e colocam dentro de suas casas pensariam duas vezes antes de dar liberdade para qualquer um ter contato com seus filhos.
Se mães e pais tivessem esse poder talvez pudessem evitar tantas mortes desnecessárias.
Uma dúvida ou um cuidado a mais iriam salvar tantas vidas...Saí daquela casa e me senti livre, era horrível fingir que me importava com o que aquela mulher sentia e dizia, depois de poucos segundos Timothy voltou para o controle
Timothy Ray White
Rose fez um ótimo trabalho se aproximando do íntimo daquela mulher, tudo está indo bem.Hoje foi um longo progresso, Jane não vai conversar com Jeffrey sobre a minha visita, ela acha que ele está a atraindo, isso me ajuda ainda mais, ela não irá ter contato com ele e também não vai falar com nenhuma outra pessoa, parecia desesperada para desabafar, se abriu para mim sem me conhecer, não tenho dúvidas de que ela não tem ninguém para conversar, seria triste se não fosse cômico.
Enquanto isso na casa de Hillary...
Hanna Ray White
Passamos boa parte do tempo lendo mais cartas e descobrindo cada vez mais coisas terríveis sobre o suposto passado de Tim e a vida terrível de Tony.Não podíamos tentar ajudar Tim sem contar tudo para minha mãe, uma hora ou outra ela iria saber então Bruce e eu decidimos contar para ela o que de fato descobrimos.
— Mãe, descobrimos muitas coisas com as cartas de Tony... — comecei a falar e Bruce olhou tenso para mim, ele sabia que eu iria contar tudo mesmo não tendo avisado a ele
— Mais coisas? — ela perguntou e eu olhei involuntariamente para Bruce, ela percebeu meu olhar e olhou para ele simultaneamente — O que vocês estão escondendo de mim? — sua voz ganhou um tom desconfiado.
o ar se tornou rarefeito, a tensão nos alcançou.
— Eu fiz uma pergunta. — ela repetiu e a sala se encontrava em silêncio absoluto
Ela olhou para Bruce e para mim, estávamos fingindo estar concentrados nas cartas então ela não insistiu, também ficou em silêncio.
Não tive coragem para contar, porém agora ela sabia que estávamos omitindo algo dela, a qualquer momento ela poderia descobrir ou nos obrigar a contar.— Eu preciso ir, tenho que fazer algo importante — Bruce falou fugindo da situação
Minha mãe não disse nada apenas olhou para ele e voltou a prestar atenção na caixa, sabíamos que ele estava irritada mas ainda não era o momento certo para revelar tudo, eu estava errada
Bruce Ray White
Depois que consegui fugir da situação tensa que Hanna causou na casa de minha mãe fui em direção ao meu carro com minha namorada em mente, precisava ver ela, talvez ela pudesse me ajudar com o caso complicado que minha família estava vivendo, prometi não contar sobre nada para ninguém mas talvez ela pudesse me ajudarDirigi por horas até chegar em outra cidade, a cidade onde ela morava. Estava fora do país a muito tempo, voltei por conta do que ocorreu com meu irmão e acabei esquecendo de Janice, minha namorada.
Enquanto dirigia e olhava a paisagem vi um rapaz alto e bem coberto por casacos parado perto de um parque, naquele momento me assustei, não estava vendo uma miragem ou um reflexo qualquer
Parei o carro bruscamente e voltei para o local que vi a silhueta que já não estava mais lá, saí do meu carro sem me preocupar com o que os motoristas de trás diriam e corri até onde vi o homem
Olhei ao redor e não vi ninguém por perto, apenas uma rua com poucos carros à esquerda e uma densa e pequena floresta à direita
Aquela silhueta não me era estranha, eu tinha certeza do que tinha acabado de ver.
Oh céus, ou eu estou enlouquecendo ou acabei de ver Timothy.
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O Monstro Que Eu Criei
HorrorTimothy foi um homem que na infância presenciou coisas que nenhuma criança deveria presenciar e cresceu com as consequências dos traumas causados principalmente por sua própria mãe. Ele então se torna um adulto cheios de conflitos internos e uma dup...