losing control

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David Ray WhiteMinha esposa, minha filha, o que foi que aconteceu com vocês

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David Ray White
Minha esposa, minha filha, o que foi que aconteceu com vocês...
Independente de quem fosse aquela pessoa eu tinha uma única coisa a fazer, procurar o LMI (IML) o mais rápido possível, espero que todos estejam errados sobre essas mortes, espero que não seja a minha família

— ...Era só isso que eu tinha para dizer, estou na frente do LMI vou entrar e não sei o que fazer, estou nervoso, eu não quero ver minha esposa morta, eu estou atordoado — desabafei ao telefone

Olha David, eu não sou muito bom com conselhos e nem palavras de apoio você sabe disso, mas eu perdi muitas pessoas nesses dias de uma forma completamente sem sentido, embora eu nunca tenha precisado reconhecer corpos eu recebi todas as notícias e não pude me despedir pois estava com medo e fugindo do que eu fiz... Você não foi na sua antiga casa, ela pode estar bem e você pode estar se torturando atoa

— Mas por que então Alfred estaria no hospital? Isso não faz sentido Jeffrey! Tem algo bem na minha cara que eu não consigo ver, que eu não consigo aceitar! — falei com fúria sentindo lágrimas no meu rosto

Jeffrey Ray White
A dor realmente nos cega, depois algum tempo eu percebi que as chances das pessoas mortas não serem Adelaide e Sarah eram baixíssimas, quase inexistentes, mas meu irmão não tinha enxergado isso, lá no fundo ainda arde no peito dele uma chama de esperança, e eu não quero ser a pessoa que vai apagar esse resquício de fé que ainda há nele, eu já entendi, ela e minha sobrinha provavelmente foram mais vítimas desse assassino que pelo visto vive nessa cidade, eu não aceito isso, mas eu compreendo.

— David, não se faça tantas perguntas, faça o que você tem que fazer aí e vá embora, me ligue se precisar. Eu vou conversar com uns amigos policiais, aqueles que me tiraram do carro...

Onde você está? Por que eles querem falar com você? Eles sabem de algo?

— Não fale disso... — falei em um tom baixo — Eu estou na delegacia, eles saíram, foram trazer alguém para conversar comigo junto com eles, eles estão prestes a chegar e eu vou desligar o celular, então se cuida. — expliquei desligando rapidamente

Agora era aguardar o que estava por vir e provavelmente me preparar para acalentar meu irmão posteriormente

David Ray White
Respirei fundo e tirando coragem de onde não tinha abri a porta do carro e caminhei em direção a entrada do lugar onde iria reconhecer os corpos, nunca havia feito isso antes e sinceramente não sabia se eu teria estômago para aquilo, não sabia o que iria ver muito menos de que forma iria ver, não estava preparado, me pegaram completamente de surpresa mas alguém precisava fazer isso e pelo o que parece todos que poderiam reconhecer o corpo no meu lugar estavam ocupados ou simplesmente não aceitaram.

Fiz toda a papelada e quase que imediatamente fui conduzido para um local onde me deram uma roupa especial, troquei de roupa rapidamente e senti calafrios pelo o meu corpo, o ar condicionado gelado me fazia arrepiar e o nervosismo me fazia pensar se o que eu estava prestes a fazer era realmente o que eu queria

Todo o local era claro, bem iluminado em tons branco, a calmaria que tudo passava era quase que enlouquecedora, nunca havia visto esse lugar antes, nunca foi preciso que eu viesse aqui antes.
Saí do banheiro e juntamente com dois homens bem vestidos andei até uma grande porta com um vidro redondo na frente, ambos então pararam e segurando uma pequena prancheta um deles me olhou fixamente.

— Eu sou delegado investigativo, e esse ao meu lado é o legista que está a frente do caso que você vai testemunhar.
Você assinou todos os termos e leu tudo o que lhe foi proposto, mas antes eu queria reforçar o que já disse, o que você vai ver aqui e o que vamos conversar aqui dentro, não vai sair daqui, sigilo nesse caso é extremamente importante e eu espero que você entenda e colabore com isso. — ele explicou pacientemente

— Eu entendo, não vou dizer nada a ninguém — afirmei sentindo minha mandíbula tremer, meu coração batia rápido e podia sentir minhas mãos ficando úmidas

Foi então que as portas foram abertas, imediatamente senti um cheiro forte de uma substância que não consegui identificar, mesmo de máscara o cheiro era presente por todos os cantos, não era algo incômodo, acredito que era algo para disfarçar o cheiro dos cadáveres que ficavam ali por todo tempo.

Tive visão de várias gavetas e macas com lençóis, eu sabia o que estava embaixo daqueles lençóis mas preferi não olhar diretamente, tentei controlar minha mente e meu corpo pois estava sentindo que a qualquer momento poderia entrar em pânico

— Então senhor White, esses foram os dois corpos encontrados — ele parou frente a duas macas com corpos cobertos, apenas tinha visão dos pequenos pés brancos e distantes

Olhei rapidamente para o lençol que cobria tudo voltando meu olhar para o policial, minha respiração ficou visivelmente mais rápida

— Fique calmo, senhor. — pediu o legista, pelo visto todos perceberam meu nervosismo

— Vamos lhe dizer as circunstâncias que foram encontradas e algumas características das duas e você vai me responder algumas perguntas, certo? — confirmei com a cabeça e ele pegou a prancheta para ler — Tudo bem vou lhe dizer as características físicas, ambas eram mulheres, ainda não fizemos exames mais precisos mas a menina parecia ter entre 17/18 anos e a mulher mais velha uns 37/38, ambas tinham cabelos escuros e ligeiramente longos, a mulher mais velha tinha os olhos escuros e a mais nova olhos verdes — senti meu estômago gelar

Não... Eu pensei

— Alguma dessas características é familiar para você? — perguntou o policial

— Todas batem com a discrição da minha filha e esposa — confirmei sentindo o ar ficar escasso dentro da máscara

— E tinha alguém disposto a matar a sua esposa e sua filha? Você sabe se elas se envolveram em alguma briga com alguém ou se elas estavam sendo ameaçadas?

— Eu não estava mais junto delas... Eu estava morando em outra cidade longe, eu apenas recebi a notícia sem saber de nada. Por favor, acabem com esse mistério, eu preciso ver se são elas mesmas ou não! — pedi tentando não chorar

Não estava triste mas com medo, muito medo, senti isso apenas uma vez... No lago, quando Anthony me olhava com fúria como nunca havia olhado para ninguém antes

O Monstro Que Eu CrieiOnde histórias criam vida. Descubra agora