goodbye

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Depois daquele dia fatídico no lago Tim ficou quase dois meses hospitalizado se recuperando das sequelas que teve por conta do afogamento

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Depois daquele dia fatídico no lago Tim ficou quase dois meses hospitalizado se recuperando das sequelas que teve por conta do afogamento.

Quando ele finalmente saiu do hospital foi recebido com muito amor e carinho por mim, pelas tias e principalmente pela avó.
Tim continuava calado, até mais que antes, ele não se abria mais com ninguém, nem mesmo comigo, aquele acidente mexeu demais com ele e nós nunca soubemos de fato o que tinha acontecido

David sumiu, desapareceu deixando para trás os filhos e a mulher, eu preferi assim, não sei se conseguiria fingir que ele não tentou matar meu filho, mesmo que não fosse intencional eu não conseguiria simplesmente esquecer ou perdoar ele.

Levamos Tim para vários psicólogos, psiquiatras, mas todo dinheiro que gastamos foi em vão, ele não conversava, ele não falava e ele não vivia direito

Passamos os últimos 05 anos buscando ajuda para ele, mas parecia que ele mesmo não queria se ajudar, parecia que ele não queria sair do seu mundinho.
Mesmo que ele não falasse muito eu sempre estive ao lado dele para que ele soubesse que independente de tudo eu sempre estaria com ele, e com gestos e expressões eu sentia que ele me respondia, sentia que ele sabia disso.

Passei os últimos anos tão preocupado com Tim que me esqueci de romper com Abigail, passei muito mais tempo com a minha mãe desde o acidente e acabei esquecendo que ainda era casado.

Hoje dia 29/12 é meu aniversário e meu maior presente vai ser a minha liberdade, hoje vou finalmente depois de mais de 08 anos acabar oficialmente com tudo.

12/29 Five years after the accident
(29/12 Cinco anos depois do acidente)

Estava em casa com Tim que passava a tarde inteira olhando o céu e as nuvens, sem fazer mais nada além disso dia após dia, depois de tudo o que houve eu tive folgas mais frequentes, então estive boa parte do tempo ao lado de Tim, porém continuo sem saber o que acontece quando não estou em casa.

Ouvi o barulho do carro então na mesma hora Tim entrou e se trancou em seu quarto, minutos depois Abigail entrou em casa dessa vez com algumas sacolas e diferente dos outros dias não tentou me agradar com um sorriso forçado ou algo parecido, ela nem olhou em meus olhos e sua expressão era de confusão.

— Que bom que você chegou, precisamos conversar. -— Abigail finalmente olhou para mim

— Sim, precisamos. — afirmou ela

Ela continuou em pé em frente a mesa olhando para mim, todos os momentos bons e ruins passaram pela minha cabeça, eu esperei anos por esse momento e não queria enrolar nem mais um pouco, não podia demorar para dar fim a isso, então fui direto.

— Eu imagino que você já saiba sobre o que eu quero falar, eu não consigo mais te ver no meu futuro Abigail, a muito tempo eu não consigo... — Ela soltou um ar pela boca, como se estivesse desacreditando em minhas palavras — Não quero usar palavras duras com você em respeito aos momentos bons que tivemos, mas tudo ficou no passado e é lá que nossa relação também tem que ficar — ela me olhou franzindo a sobrancelha e largou a bolsa que estava segurando

Abigail White
— Como assim deixar "nós" no passado? — falei com a voz trêmula, não podia acreditar em que estava ouvindo

— Abigail nós chegamos ao fim, não dá mais — Anthony parecia firme com suas palavras sem sinal de dúvida

O que eu fiz de errado?
Será que ele se apaixonou por outra mulher enquanto estava na casa da mãe?

— Não pode ser verdade! Isso é por causa do garoto? Eu prometo que vou mudar, eu juro! — disse quase desesperada

— Abigail é justamente por isso! Você nunca deveria ter tratado ele como menos que seu filho, mesmo depois de 10 anos você nunca conseguiu chamar ele de filho, nunca deu um abraço nele, eu me cansei de tudo isso! Não só por causa dele, é também por causa de nós dois, não dá certo mais, eu não sinto mais atração por você, não consigo sequer te ver como amiga, quem dirá minha mulher, eu só quero terminar tudo em paz! Por favor... — ele desabafou

— Não, você não pode! — forcei um choro — Foi ele que te mandou fazer isso não foi? — olhei para as escadas enquanto Anthony apenas passava a mão no rosto irritado —  Foi você não foi Timothy? Foi você que disse para ele se separar de mim não foi? — disse gritando pela casa

De repente fiquei furiosa e subi pelas escadas em direção ao quarto do garoto, comecei a espancar a porta do quarto dele descontando na porta o que queria estar descontando nele.

— Abre essa porta agora! Seja homem uma vez na sua vida e sai daí seu imprestável! — gritei enquanto esmurrava a porta e em meio as pausas das batidas escutei os passos de Anthony subindo as escadas

Fui até meu quarto e peguei uma arma que estava escondida em meu armário, não sabia o que iria fazer com ela, mas atiraria no primeiro que entrasse na minha frente.

Anthony Ray White
Escutei do primeiro andar os gritos de Abigail, então subi para parar ela, quando já estava lá em cima ela não estava mais batendo na porta do quarto, tinha sumido, mas rapidamente reapareceu

— Você se apaixonou por outra não foi? — ela perguntou com uma expressão de insanidade com as mãos atrás das costas, me fazendo revirar os olhos

— Abigail você não pode simplesmente aceitar que acabou? — respondi calmo

— Não, não posso. Você é meu e de mais ninguém Anthony — sorri de forma sarcástica

Cheguei para perto dela ficando cara a cara a vendo me encarar com os olhos cheios de lágrimas

— Não sou propriedade de ninguém Abigail, acabou. — tirei a aliança do meu dedo e deixei que ela rolasse pelo chão, me virei e ia em direção ao quarto de Tim, que estava me olhando na porta.

De repente fui surpreendido por um disparo vindo por trás.

Abigail White
Na hora em que ele me confrontou eu só queria que ele morresse, se ele não fosse meu não iria ser de mais ninguém, então quando ele se virou eu tirei a arma das minhas costas e atirei nele, ele então parou de andar e o sangue aos poucos foi manchando toda a sua camisa se espalhando pelas costas dele e então ele caiu no chão.

Timothy foi ao encontro dele, ele estava com a cabeça do pai em cima das pernas, estava do lado do pai banhado de sangue no chão.

Eu matei o meu amor...
O que eu fiz?

Anthony Ray White
Senti o gosto de sangue em minha boca e a dor da bala que atravessou meu corpo. Olhei para meu filho e não conseguia falar nada, caí no chão e se não fosse por ele iria bater com cabeça.

Lembrei da primeira vez que vi ele, em que eu salvei ele da mesma forma, sorri lembrando disso enquanto meu sangue jorrava pelo chão.
Tim acariciava meu rosto com os olhos arregalados e chorou, chorou com uma mistura de medo e desespero.

— Eu...te amo — ouvi ele dizer e senti que podia morrer em paz, vivi para ouvir isso, minha dúvida tinha acabado de ser respondida, meu filho me amava.

— Eu sempre te amei e sempre vou estar com você — toquei o rosto dele quase sem forças

Involuntariamente meus olhos foram se fechando e dei minha última respirada, cheguei ao fim.

O Monstro Que Eu CrieiOnde histórias criam vida. Descubra agora