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- Você quer me bater, Saturno? - Issa joga o corpo para frente e para trás como uma forma de desafiá-la.

- Sim. Eu quero. Eu quero te ver sangrar nas minhas mãos.

- Você acha mesmo que pode vir aqui e me desrespeitar no meu território? Eu não admito que você vomite seu mau humor em mim.

- Mas eu não vou fazer isso, Issa. - ela liberta os dedos aliviando a face.

- Você nem conseguiria. Se você quiser continuar na minha academia vai ter que me obedecer! Você está disposta a isto?

- Estou - Gabrielle concorda dando um longo suspiro.

- Então pegue o carrinho de faxina e deixe esse lugar brilhando! É o que tem pra hoje. Eu te avisei! Você está acabada! - o homem dá às costas furioso e ganha o interior do estabelecimento em passos largos.

Gabrielle pende a mochila dos ombros. Ela terá que engolir seu orgulho se quiser permanecer na competição e chegar às finais.

Quando ela está limpando, fica pensando na agilidade do faxineiro do prédio onde mora e a sua curiosidade em saber mais sobre ele aumenta, agora que sua raiva havia passado. Lembra-se que não sabe nem ao menos o nome dele.

Os lutadores jogam lixo e derramam água no piso de propósito para ela limpar novamente. Ela só olha de soslaio para eles, mordendo os lábios para controlar a ira e suporta tudo calada até o final. Está ultrapassando seus limites e fica surpresa consigo mesma.

Já está na hora de fechar quando Issa se aproxima dela na área de serviço.

- Da próxima vez pense bem antes de ousar me enfrentar. Agora vá para a casa, durma, descanse, cure essa ressaca, e cuide dessas olheiras. Sua próxima luta é daqui a duas semanas, e temos que treinar duro, porque se você perder eu chuto seu traseiro de volta para o Brasil. Tire o dia de folga amanhã.

- Obrigada! - ela suspira satisfeita.

- Não me agradeça ainda, Saturno. Eu te vejo em breve.

Gabrielle dá com os ombros. Pelo menos é alguma coisa a seu favor. Dormir é tudo que ela precisa naquele momento. Guarda os objetos, ajeita o cômodo, pega seus pertences e sai da academia cansada porém animada por ter sido capaz de controlar seus instintos como Mika mesmo a aconselhara.

Para sua surpresa, Li está dentro do carro, estacionado em frente a calçada. Gabrielle sorri levemente. Assim que a vê, Li cruza os braços e faz biquinho.

Ela entra e se acomoda no banco do passageiro.

- Desculpe por hoje cedo. Eu fui uma estúpida com você - ela pede sinceramente arrependida.

- Ok, eu te perdoo, mas só dessa vez! Que tal comermos uma boa comida ocidental? - os olhos de Li brilham de satisfação. É a primeira vez que Gabrielle o trata de forma decente. Apesar dele ser do tipo de pessoa que não costuma guardar rancor por muito tempo.

- Claro. Eu estou morrendo de fome.

- Mas não se anime queridinha. Calorias só porque eu estou bonzinho com você hoje.

- Está bem. Só por hoje.

Li dá partida e eles ganham o trânsito até uma lanchonete.

Gabrielle se empanturra de hambúrguer e refrigerante. Li segue o mesmo pedido.

Quando eles terminam e vão para o apartamento, Li não sobe, deixa Gabrielle no portão e vai embora.

Saturno adentra a casa e vai direto para a ducha se deliciar em um banho quente para relaxar os músculos, depois se deita dormindo rapidamente.

Sexo, Ringue e Paixão em Tóquio Onde histórias criam vida. Descubra agora