Capítulo Especial

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Uma tragédia acometeu a tenra vida do pequeno Jean. A madrasta assassinou o seu pai e não há mais ninguém da família com quem ele possa contar. A mulher vinha sendo vítima de violência doméstica e reagiu, mas nunca havia denunciado e por isso está sendo mantida presa por hora. Como Brooke se tornou madrinha do menino desde o dia em que o encontrou sofrendo bullying por ser um garotinho miúdo e bastante afeminado, ela se sentiu no dever de tomar a responsabilidade dele para si e até contratou um advogado para ampará-los nesta crítica situação. Maurício é filho de uma amiga de Selena e essa o indicou para a filha. O homem que cresceu na comunidade, se formou em direito e aceitou prontamente a trabalhar no caso. A afinidade entre ele e o casal foi imediata e assim se iniciou uma grande amizade.

Os três chegaram no abrigo onde Jean foi acolhido por ordem da justiça para lhe colocar a par da situação.

- Estou com tanta compaixão do Jean - Rita comenta assim que eles descem do carro que acaba de ser estacionado e que estava sendo dirigido por Maurício.

- É lamentável! - Maurício exclama compassivo enquanto eles caminham para a entrada da moradia.

De repente, Rita se sente tonta e tomba, ambos a amparam, um de cada lado.

- O que você tem Rita?

- Eu não sei, estou meio zonza, fraca, com as vistas embaçadas...

- Não deve ser nada demais, só exaustão - Maurício deduz.

- Tem razão. Ela anda muito desgastada com todo este caos. Por que vocês não vão almoçar e eu fico pra conversar com o Jean?

- Mas amor... - Rita lamenta por não participar de mais um momento difícil da vida de Jean.

- Vai ser melhor, ele está mais acostumado comigo e você precisa se alimentar e descansar. Se der, eu encontro com você depois.

- A Brooke está certa, Rita. Se você passar mal na frente do Jean vai ser pior. Nesse momento temos que demonstrar força para ele e não ao contrário.

- Isso aí.

- Tudo bem então. Nos vemos depois - Rita se aproxima de sua esposa e lhe dá um beijo delicado na boca que é correspondido com o mesmo carinho.

- Vai dar tudo certo, você vai ver - garante alisando suas costas.

- Tomara!

Brooke os observa entrar no carro e ir embora e só depois entra indo direto anunciar sua presença a assistente social que está cuidando da situação dele e depois falar com Jean.

Ela aguarda na sala até que o garoto seja chamado e assim que a avista, ele corre para ela, abraçando-a ardorosamente.

- Brooke, até que enfim você apareceu. Você veio pra me tirar desse lugar, não é? Eu não aguento mais ficar aqui.

- Calma rapazinho - Brooke o consola entendendo que para ele, um minuto ali, longe dos seus parentes, amigos e conhecidos deve parecer mesmo uma eternidade, uma vez que estivera ali ontem. Estava aprendendo o português, mas ainda se embolava com as palavras e a maioria delas soava estranha, misturada com o inglês e com um sotaque engraçado, e às vezes se sentia com dificuldade de se expressar, embora tudo fosse questão de hábito e costume. Com algumas pessoas como sua mãe e Maurício que sabem seu idioma fica mais fácil dela e de Rita aprender. -Você não está sendo bem tratado? É isso?

- Não, não é isso. Todos são legais comigo, o negócio é que eu quero ir pra casa.

Brooke engole em seco. Estava ali exatamente para falar sobre isto.

- Então... A gente precisa conversar, carinha.

- Que cara é essa, Brooke? O que aconteceu?

- O Maurício conseguiu soltar sua mãe alegando legítima defesa, e como ela não tem nenhuma passagem pela polícia, vai responder o crime em liberdade.

Sexo, Ringue e Paixão em Tóquio Onde histórias criam vida. Descubra agora