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- O que significa isso? – Gabrielle volta a questionar.

- Não é óbvio? – Juka dá despreocupadamente com os ombros – Madeira, machado... – aponta ironicamente.

A lutadora revira os olhos:

- Sei exatamente o que são, quero saber qual seu propósito?

- Preciso construir um chiqueiro novo. E... Minha coluna não anda nada boa. – explica segurando o quadril, e se curvando levemente, estampando uma careta forçada.

A brasileira solta profundamente o ar de seus pulmões:

- O que quer dizer que vai sobrar pra mim.

- Isto! Garota inteligente! – o mentor fica ereto de repente, desenhando uma expressão entusiasmada, muito distante da adoentada de segundos antes.

A jovem lutadora nem se dá o trabalho de retrucar. Estava cansada demais para iniciar uma discussão. E, pelo tempo convivendo com Juka, sabia que havia alguma segunda intenção por trás daquilo. Cuidou logo de cortar a madeira. Em horas executando o trabalho braçal pegou o macete, e o serviço não se mostrou mais tão cansativo como realmente era.

Quando os troncos acabavam, ela ia até a floresta desmatar outros até que Juka garantiu que já eram suficientes para a construção que almejava.

Em dado momento, com o suor escorrendo pelo seu rosto, a camiseta empapada, os braços e as pernas doloridas pelos movimentos repetitivos, ela passou a mão pela testa secando a umidade e parou para fitar Juka entretido com o celular em mãos, fixando a tela do mesmo com bastante euforia.

- Que isso? - pergunta incrédula.

- O que pirralha? – ele nem se moveu, continuou sentado num baquinho de madeira com as pernas cruzadas.

- Jogando Pokémon Go? Enquanto eu estou aqui ralando?

- Ah não seja tão despeitada! Eu deixo você capturar alguns quando terminar o que deve fazer!

Gabrielle meneou a cabeça negativamente, muito indignada.

- Não tem nada a ver com despeito... Na verdade, nem sou fã de jogos virtuais...

- Prefere quebrar um nariz e ver o sangue escorrendo pelos seus dedos, não é?! – sondou, avaliando-a de canto de olho.

A morena abriu um sorriso de consentimento, e deu com os ombros:

- Nem sabia que era aderente da tecnologia...

Juka desligou o aparelho, e olhando-a descaradamente, indagou:

- Achou isso só porque moro num lugar esquecido por Deus e trabalho de faxineiro?

- Claro que não! – seus olhos castanhos esbugalharam-se – É só que, você parece antiquado demais...

- Engano o seu. Somos espíritos imortais, e a intelectualidade também é parte essencial da evolução. Digamos que a inteligência e a moral são as duas asas que irá nos granjear. Toda essa tecnologia com a qual estamos acostumados já existe no plano astral. E a medida que vamos alcançando mais um degrau, o conhecimento se torna inevitavelmente a consequência.

- Quer dizer que não detemos nem metade das tecnologias?

- Não. Ela é concedida a medida que trabalhamos para merecê-la. Pense bem, se a inteligência fosse nos dada sem movermos uma palha, que mérito teríamos? Se tivéssemos em mãos tanto poder, não acha que iríamos metê-los pelos pés?

- Tem razão. Há pessoas muito inteligentes, mas que não sabem usar isso para o bem comum, as usam para guerras e satisfação própria.

- Exatamente. A inteligência é uma missão de grande responsalidade. Por isso a evolução é algo que se realiza aos poucos...

Sexo, Ringue e Paixão em Tóquio Onde histórias criam vida. Descubra agora