<15>

167 18 3
                                    

Gabrielle estava se sentindo em um daqueles filmes de ação de sucesso.

Mas, que diabos estava havendo?!

Sua vida transformara-se em um videogame?

O porta-malas não era nada confortável.  Lidar com a escuridão e o silêncio obrigatório era a pior parte.

Onde estaria o vigia do prédio no momento do sequestro, e de que serviam todas aquelas câmeras? A vida era mesmo engraçada. Digamos que a dela era.

Quem são estes homens? E para onde a estariam levando? O que fariam com ela? Matariam-na? Ou lhe torturariam?

Uma série de pensamentos conflitantes atravessavam sua mente.

Seria obra de Toyo? Que já haveria de ter descoberto seu romance com a atraente japonesa proibida?

Ou Mitsuo, que ficara fulo por ter sua privacidade exposta dessa forma inesperada?

Tentou se mover desesperadamente, em vão. Seus músculos estavam dormentes, e sua cabeça latejava.

Reagiria; assim que eles parassem o carro e abrissem o porta-malas. Ceder não fazia parte de sua natureza.

E, foi isto que fez. Deve ter contado uns quarenta minutos de viagem, até que finalmente o automóvel cessou no asfalto.

Respirou fundo.

Dois minutos para abrirem e ela pulou depressa para fora e saiu correndo. Retirou o capuz. Olhou para trás para ver o rosto de seus sequestradores, e avaliar a distância que separava-os. Eles corriam apressados atrás dela.

Arrancou a mordaça numa velocidade surpreendente e continuou fugindo por aquela estrada isolada, esquecida por Deus.

Pensou em entrar na mata que a circundava, mas poderia se perder e ficar pior. Decidiu seguir em frente, até que avistou uma escada e desceu.

Pelo que percebeu, estava numa represa abandonada, que agora servia de abrigo para os animais da floresta.
Acabou acordando os moradores. Morcegos voaram assustados em sua direção. Não sabia para onde ir. Entrou no primeiro corredor que avistara e virou à esquerda.

Expirou mais aliviada quando olhou para trás e não viu mais os homens. Foi quando olhou para frente e teve uma surpresa desagradável. Levou uma coronhada na testa e caiu desfalecida. Ainda pôde ouvir num sotaque cafona, que não tinha raciocínio o suficiente para definir:

— Seus imbecis! Incompetentes! Deveriam ter amarrado os pulsos e os tornozelos dela! Agora vêem se façam isso direito. Se a perdemos, o chefe vai nos comer com molho shoyo! Estúpidos! Andem logo com isto!

E apagou num profundo e conturbado sono...

(...)

Mika chegou na mansão bastante apreensiva. Não bastasse as supostas traições de Gabrielle com a puta da cozinheira, agora, teria que arranjar uma forma eficaz de se livrar do que estava por vir com a descoberta de seu romance com a lutadora.

Toyo. Toyo. Toyo. — era o nome que se repetia em sua mente. O medo a dominava quando entrou na sala, e se deparou com o silêncio. O que, de fato, não era muito comum. Onde estariam os empregados? Mitsuo? Ele poderia ser um canalha, mas pelo menos a defendia dos ataques do filho.

Toyo era realmente insano.

Quando se virou para colocar a bolsa na mesinha de centro, sentiu as mãos agressivas do homem a segurar na cintura.

Logo, se debateu.

— Solte-me seu louco!

— Isto não vai acontecer Mika! As únicas mãos que irá sentir pelo resto de sua vida, são as minhas! — cuspiu o rapaz, atormentado de ira. Sacolejou-a e gritou: — Pensou que eu não descobriria sobre seu casinho com aquela selvagem? Hã?

Sexo, Ringue e Paixão em Tóquio Onde histórias criam vida. Descubra agora