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Depois da demonstração física de seus anseios, exausta, Mika pega no sono, mas Gabrielle não conseguiu dormir, principalmente após ter uma visão. Levanta-se, veste-se e ajeita a espada na bainha apoiada nas suas costas. Admira Mika adormecida por alguns instantes com uns olhos apaixonados. Prefere não beijá-la para não acordá-la de seu sono revigorante. Sai do quarto com o propósito de deixar a mansão, mas antes decide passar no quarto de Mitsuo para ver como ele está. Um leito hospitalar foi montado com tudo o que ele necessita para cuidarem de sua saúde. Gabrielle pede ao enfermeiro que o acompanha para que os deixem a sós. O homem não questiona e a orienta para que o chame se precisar de alguma coisa. Gabrielle assente gentil e assim que ele se vai, aproxima-se de Mitsuo, sentando numa cadeira que há ao lado da cama. Como quem sentindo a presença iluminada da jovem brasileira, ele acorda.

- Gabrielle... - sussurra com a voz baixa e falhando, visivelmente cansado, apenas esperando a morte vir lhe buscar.

- Poupe suas energias... Eu só vim ver como você está.

- Não... - ele agarra a mão da garota com certa dificuldade. Gabrielle sente a mão fria e rígida do homem como se ele estivesse semimorto. - Agora que aquelas sombras se foram, eu finalmente posso enxergar com clareza e eu consigo ver a verdade. Você, a Tomoyo e a Mika estavam certas o tempo todo. Eu estava criando um monstro que me apunhalou pelas costas da maneira mais covarde que alguém pode imaginar - Mitsuo dá uma pausa para respirar fundo. Seus pulmões já não respondem direito mesmo com a ajuda de aparelhos. - Não vou te pedir perdão pelo que te fiz, eu não sou perfeito, não era nada pessoal, apenas ossos do ofício, mas eu sinto tanto por ter sido tão enganado a ponto de causar tanta destruição na sua vida e na vida de Mika. Agora é tarde demais e eu não posso mais protegê-la e nem verei minha filha crescer. Eu sei que você ama a Mika e eu só te peço que cuide delas por mim.

- Você sabe que não precisa nem me pedir isso.

- Mesmo assim. Eu preciso ouvir de você.

Gabrielle suspira fundo:

- Eu vou continuar cuidando da Mika e da sua filha com a minha própria vida, eu prometo.

- Isso me deixa extremamente aliviado. Você é a pessoa mais indicada para educar Kyoko a construir um mundo melhor para as próximas gerações com os recursos que ela possui através das nossas empresas.

- Eu a guiarei nessa responsabilidade e a Mika também.

- Eu deixei tudo documentado e assegurado - ele começa a tossir compulsivamente.

- Descansa - comovida, Gabrielle dá alguns tapinhas na mão estendida e Mitsuo, debilitado, não discorda.

Ela chama o enfermeiro e se vai. Quando chega na rua da propriedade, Akira está sentado no capô de seu carro fumando um cigarro. Assim que a vê, o apaga e deposita dentro da caixinha.

- O que está fazendo aqui? O Hiroshi te mandou me vigiar? - ela anda até ele.

- Não. Onde quer que você esteja indo, eu só quero te acompanhar.

- Por que está fazendo isso por mim? - pergunta desconfiada.

- Há males que precisam ser cortados pela raiz, senão, eles continuam crescendo e devastando tudo ao redor. O Toyo precisa ter o que merece e eu estou disposto a ajudá-la.

Gabrielle pondera por alguns instantes e decide que toda ajuda agora é bem-vinda.

- Tudo bem - ela não questiona mais nada e se acomoda dentro do possante.

Akira vem logo atrás e dá partida.

Enquanto transitam, Gabrielle o fita de soslaio perguntando-se qual é a bagagem de vida que Akira carrega.

Sexo, Ringue e Paixão em Tóquio Onde histórias criam vida. Descubra agora