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Depois de finalmente conseguir se conectar com seu dragão, Gabrielle e Juka passaram a treinar juntos, mas na verdade se trata bem mais que um simples treino, é um momento de interação entre duas almas amigas que se afinizam. E quando se fala em afinidade, não significa  necessariamente que não há divergências de opiniões ou gostos distintos. Os dois juntos parecem adolescentes se estranhando, fazendo brincadeiras idiotas, e demonstrando carinho da maneira mais ridícula. Embora o dragão seja considerado o totem mais poderoso entre todos os outros, disputando corrida, é Juka e seu porco selgavem quem ganham. Ela o desafia argumentando que o dia que for capaz de ultrapassá-lo não terá mais nada o que aprender.

Aproveitando o desdobramento, resolvem ir visitar Mika para saberem como ela está e sondar o inimigo. Ficam surpresos ao se depararem com a casa ainda mais tomada pelas sombras. Camuflam-se para passarem despercebidos e encontram Mika no exato instante em que ela está sendo agredida por Toyo e decidem interferir energicamente, já cientes de que terão que lidar com as consequências de salvarem a vida dela e dos outros envolvidos.

Dali, retornam para o corpo e entreolham-se.

— Eles estão vindo... — Gabrielle comenta suspirando. — Desculpa ter os atraído para cá. Eu não podia deixá-los machucar a Mika. Ela jamais iria me entregar.

— Eu sei — Juka toca no ombro de sua pupila. — Não precisa se desculpar. Eu sabia que esse dia chegaria. Você está pronta e eu ficarei do seu lado.

Gabrielle suspira fundo tocando a mão de Juka em agradecimento. Seguem para o castelo planejando uma estratégia de contra-ataque. Tomoyo os recebe com o semblante inquieto.

— Ah que bom que chegaram! Eu estava esperando por vocês! Estão sentindo alguma coisa diferente? Eu não sei explicar mas estou com um mau pressentimento.

— Você não está errada. Sua intuição está apenas te avisando que o perigo está por perto. Toyo e seus comparsas estão vindo me matar.

— E o que faremos?

— Juka e eu vamos ficar pra enfrentá-los, mas você não é obrigada, Tomoyo. Eu não quero que se arrisque por mim.

— Como pode dizer isso Gabrielle? Eu estive o tempo todo do seu lado, desde o dia em que você chegou a Tóquio e eu não vou te abandonar logo agora. Nós vamos enfrentar isso juntos — Tomoyo rebate tocando Gabrielle no rosto.

A brasileira pega a mão dela e deposita um beijo delicado com um ar de gratidão imensurável.

Não muito longe de onde estão, os ninjas, liderados por Ren e Toyo, que fez questão de participar da ação desejando matá-la outra vez e se certificar de que dessa ela ficará realmente morta, aproximam-se cada vez mais rápido da propriedade. Vários carros, lotados de soldados fortemente armados e com sede de sangue pelo simples prazer de matar e destruir, dirigem-se velozmente pela estrada precária que leva até a antiga construção.

Assim que eles chegam, prudentemente, Toyo separa um grupo para vasculhar o castelo em busca de algum sinal dos moradores, porém deparam-se com uma armadilha muito bem elaborada para eliminar o maior número possível deles. Uma bomba caseira fabricada e instalada por Juka num local estratégico para ser acionada pelo movimento de algum deles, explode e todo o local é atingido por labaredas e destroços. A explosão é tão forte que resquícios atingem até mesmo os outros que estão a metros de distância, no início da escadaria.

— Malditos! — Toyo berra levantando-se após se proteger dos vestígios atrás do carro mais próximo. — Eles já sabem que estamos aqui!

— Não é de se surpreender. Ela é portadora do dragão! O alcance do seu poder é vasto! — Ren replica com os olhos ansiosos percorrendo o seu entorno.

Sexo, Ringue e Paixão em Tóquio Onde histórias criam vida. Descubra agora