Brooke e Rita se entendem e se reconhecem como mães de Jean e decidem abrir um processo para o adotarem. Para adotar como um casal homo, elas precisam oficializar a união e marcam a data do casamento. Porém, elas não vão se casar apenas para adotarem Jean, e sim porque já haviam manifestado esse desejo antes e acharam que é uma ótima oportunidade de firmarem seus anseios.
Selena não concorda com a decisão das duas, tanto para o casamento quanto para a adoção, e até tenta desanimá-las, é aí que Brooke e Rita anunciam que irão se mudar depois do casamento. Elas compraram um apartamento fora da comunidade, mas não muito longe do local, pois não desistiram do projeto do estúdio e mesmo que elas não estejam se dando muito bem com a conservadora, Brooke não pode abandoná-la porque se trata de sua mãe e acredita que precisa relevar certas coisas para elas terem uma relação no mínimo tolerável, mesmo que Selena dificulte isso a todo instante, principalmente agora que sua filha vai embora da sua casa.
— Ainda está em tempo de desistir dessa loucura! — comenta azeda observando Brooke terminar de se arrumar. Enquanto ela está se arrumando ali, na casa da mãe, Rita está no novo apartamento das duas, onde boa parte de seus convidados de Nova York estão hospedados.
A b-girl respira fundo tentando ignorar, mas não consegue.
— Mãe, tudo o que sai da sua boca só serve para me afastar ainda mais de você! — a encara.
— Que horror, Brooke! Eu só estou falando a verdade. Acha mesmo que Deus vai abençoar essa infâmia?
— Se Deus é esse seu Deus preconceituoso, eu não preciso da benção dele, ok? Não preciso de uma dinvidade que discrimina o amor entre pessoas do mesmo gênero. Não estamos fazendo nada de errado a não ser amar quem nossa natureza escolheu. E não me venha com esse papo de bíblia. Ela já foi adulterada por homens um milhão de vezes e seu Deus não é o único. Sua verdade não é a única.
Selena torce a boca.
— E você, ainda não está arrumada? Pensei que ia me acompanhar até o altar — como a mãe ficou sem argumento, Brooke prossegue.
— Eu me recuso a testemunhar essa vergonha.
— Eu bem que tento não demonstrar, mas isso me fere pra caramba, sabia? Você é minha mãe e devia me apoiar, não me criticar! Uma coisa que te ensina a ser preconceituosa não deveria ter sua atenção.
— Eu sinto muito, mas não dá... Não entra na minha cabeça.
— Não precisa entrar na sua cabeça, só escuta o seu coração, poxa mãe!
— O Francis te acompanha.
Dizendo isto, imediatamente o homem aparece. Ele está hospedado em um hotel com a namorada que foi para o apartamento e ele para ali, dar suporte a Brooke.
— Olá, eu ouvi meu nome?
Selena não diz nada e sai com a cara emburrada.
— Qual o problema dela? — Francis pergunta todo elegante.
— Ela não aceita que existem vários tipos de amores e famílias. Nada de novo.
— Ah, deixa ela pra lá. Uma hora ela se conforma. Já está na hora, vamos?
— Já que são duas noivas, as duas podem atrasar — Brooke brinca bem-humorada e Francis se desmancha numa gargalhada. A irmã simplesmente finge que não escutou e termina de dar os últimos ajustes no seu terno branco.
Dali eles partem para o estúdio que já está completamente reformado e funcionando, onde será realizado o casamento mesmo. Escolheram o lugar pelo que representa para elas. O local já está cheio de amigos e familiares.
— Eu não acredito! Gabrielle! — Brooke enxerga sua amiga Hulka entre os convidados e corre para abraçá-la.
Gabrielle está acompanhada por Mika e Kyoko.
— Você não sabe o quanto eu senti falta desse abraço.
— Que bom que deu pra você vir!
— Eu fiz o impossível. Estamos arrumando a bagunça que ficou lá em Tóquio. Vai demorar pra ajeitar tudo, mas com paciência vamos conseguir, eu só não podia perder o casamento de vocês!
— Sejam bem-vindas! Mika! — Brooke a abraça em seguida e cumprimenta Kyoko.
Elas ficam conversando até a chegada de Rita, as integrantes do Black-out e seus parentes.
Ao contrário de Brooke, Rita usa um vestido da mesma cor. Elas se beijam.
— Você está linda.
— Eu sou a mulher mais feliz do universo, Brooke. Estou transbordando — comenta olhando ao redor por ver todos que ama presentes, mas quando não vê Selena, indaga: — Onde está a sua mãe?
Brooke balança a cabeça negativamente, recusando-se a dizer em voz alta que a mãe não quer participar do casamento da própria filha por puro preconceito.
— Eu sinto tanto... — sussurra.
A cerimonialista as conduz até o altar pois a celebrante já está pronta e elas respiram fundo, certas do que irão fazer.
A celebrante fala algumas palavras com conotação sentimental e elas enfim trocam alianças e se beijam. Todos estão aplaudindo quando Brooke avista sua mãe de soslaio, olhando para elas e chorando compulsivamente. Entretanto, não é um choro de decepção e sim de comoção. Ela se liberta das amarras do preconceito disposta a trabalhar sua negação e vai até elas, abraçando-as. Brooke e Rita se aninham nos braços dela e deixam a emoção fluir. Elas já haviam passado por isso antes e estão dispostas a passar quantas vezes forem preciso até as pessoas compreenderem que amar não é errado e muito menos pecado.
Fim.
Ahhhhhhh eu finalmente consegui terminar essa história pelejando com ela desde dois mil e dezesseis. Quero agradecer quem não desistiu dela. Obrigado quem chegou até aqui e que possamos embarcar em muitas outras histórias juntinhes. Beijo na testa e se cuidem!
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Sexo, Ringue e Paixão em Tóquio
Fiction généraleA lutadora amador Gabrielle Saturno recebe uma tentadora proposta para participar de um torneio de Muay Thai no Japão, após ser classificada em uma eliminação rigorosa no Brasil. Chegando lá, ela conhece a sedutora japonesa Mikaela Sato e um romance...