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Daryl:

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Daryl:

Depois de voltarem na cidade e perceberem que Merle já não estava no topo do prédio e que não havia qualquer sinal dele, e nem de Leah, Daryl mirou a besta na cabeça de Rick.
- A culpa é sua! - Gritou.
T-Dog se aproximou, erguendo as mãos, tentando acalmar ele, mas Daryl o olhou de forma irada e o negro recuou.
- Você tem tanta culpa como ele! Pela chave e por ter deixado Leah voltar para trás!
- Seu irmão pode estar por aí. - Falou Rick. - Junto com Leah. Olha, não tem sinal de luta e nem tem tanto sangue assim que indique uma morte.
- Não, só tem a mão cortada do Merle! - Rosnou Daryl. - Se acontecer alguma coisa com eles...
- Iremos achá-los. - Falou Rick. - Leah sabe o que faz, foi treinada para sobreviver nas piores condições. Se seu irmão estiver com ela, ele estará seguro.
Daryl pegou a mão e enrolou em um pano, colocando na mochila. Olhou Rick e mordeu o lábio.
- Eu sei. - Falou. Depois indicou o chão. - Tem um rastro, podemos seguir.
Os garotos seguiram o rastro de sangue, com Rick e Daryl liderando o pequeno grupo. O rastro levava até o prédio do lado, onde tinha sangue junto de um fogão, numa cozinha, onde o gás ainda estava aceso.
- Merle é doido, cara. - Falou Glenn, olhando a cena bizarra.
Daryl o olhou, com um monte de sentimentos tomando conta de si.
Deu um passo em frente, mas algo chamou a sua atenção e ele ficou muito quieto.
Rick se aproximou. - Daryl?
O caipira indicou a porta fechada, do outro lado. Escutara algo, só não sabia o que era.
- A gente tem de sair daqui. - Sussurrou Rick. - O saco está na avenida em baixo e tá na cara que o Merle já saiu daqui faz horas.
- Se você não tivesse deixado ele para trás, nada disso estaria acontecendo. - Rosnou Daryl.
De repente, ele mirou a besta na porta, pronto a atirar. Rick e os outros ergueram as armas, agora era perfeitamente audível um som do outro lado.
Ninguém teve tempo de fazer absolutamente nada, pois a porta abriu com um estrondo, como se alguém desse um chute nela, e uma pessoa entrou igual furacão.
Era uma garota, suja de sangue, com uma arma presa nas costas, um saco no ombro, katana na mão e cabelo desgrenhado. Ela parou ao ver o grupo e suspirou, jogando a cabeça para trás, cansada, e depois olhando eles de novo. Sorriu.
- Oi garotos.
Daryl ficou olhando ela, sem saber muito bem o que fazer, e depois abaixou a besta, sentindo um alívio imenso por ela estar viva.
Largou a besta no chão e se aproximou, rodeando ela com os braços e apertando forte.
- Leah. - Falou Glenn atrás de si.

 - Falou Glenn atrás de si

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Leah:

- Cadê o Merle? - Perguntou Daryl.
Olhei ele e suspirei, vendo a sua expressão ansiosa passar a uma expressão totalmente sem esperança.
- Segui ele, ou o rastro que ele deixou, pelo menos. - Dei de ombros. - Desculpa, Dixon, não achei o Merle.
Ele abaixou a cabeça, olhando o chão e depois ergueu de novo, me olhando, mordendo o lábio e assentindo uma vez.
- Merle sabe se virar. - Falou. - Mas provavelmente acabará morto. Obrigado, Leah.
Assenti e depois olhei Rick e sorri.
- Mas eu tenho algo para você.
Rick franziu o cenho. - Para mim?
Retirei um saco grande, preto, que tinha preso no ombro e coloquei em cima de uma das mesas, próximo do xerife. Ele me olhou sem acreditar e abriu o saco.
- Eu não tirei nada. Mas confere para ver se tem tudo.
Ele mexeu nas armas e munições e depois me sorriu.
- Como você conseguiu?
Dei de ombros. - Tinha uns caras de olho no saco mas acabou ficando comigo.
- E os caras? - Perguntou Glenn. - A gente não viu ninguém.
Olhei ele.
- Digamos que nem todos eles sobreviveram para contar a história. Os que sobreviveram fugiram.
- Você está suja de sangue. - Falou Rick.
Dei de ombros e indiquei a minha arma.
- Fiquei sem munição.
Rick pegou o saco e iamos sair dali, mas escutei ele do meu lado.
- Tinha um saco com munição, Walsh.
Olhei ele. - Numa cidade cheia de zumbi acha mesmo que eu queria usar essa arma barulhenta? Minha katana é muito mais silenciosa.
Todos ele riram enquanto saíamos do edifício.
Andamos pela cidade, comigo e Daryl na frente, abrindo caminho e matando todo o zumbi que se aproximasse, já que nossas armas não faziam barulho.
Chegamos junto da ponte e parei, olhando para todos os lados, confusa.
- Leah?
Bufei de raiva e andei de um lado para o outro. Passei a mão no cabelo e voltei a deixar ela cair.
- O que aconteceu, Leah? Você está parecendo o Shane e isso sim é assustador. - Falou Glenn.
Olhei ele e depois ergui o braço, espetando o dedo na direção onde tinha deixado minha moto.
- Deixei minha moto bem ali! - Gritei. - Quem iria roubar uma moto no apocalipse?! Como raio isso foi...
E depois percebi, enquanto Rick falava que o carro que eles trouxeram também sumira. Olhei para cima, tentando não gritar de novo, e depois encarei Daryl.
- Acho que seu irmão conseguiu sair da cidade.
Ele me olhou e depois em redor, mas já não tinha ninguém ali, a não ser a gente e os mortos que se aproximavam.
Balancei a cabeça, guardei a katana na bolsa e coloquei as mãos no cinto.
- Vamos embora, garotos. Temos um longo caminho pela frente.
- A pé? - Perguntou Glenn.
Olhei ele, sorrindo. - Eles estão se aproximando, quer mesmo verificar todos os carros aqui?
Rick balançou a cabeça.
- Não dá tempo, Leah está certa. O melhor é irmos andando.
- Conheço um atalho pela floresta. - Falou Daryl.
Eu sorri e Rick balançou a cabeça.
- Leah, Daryl, vão na frente, indiquem o caminho. Irei atrás, para nada se aproximar da gente.
Assenti, virei as costas e comecei a andar, vendo Daryl do meu lado. Suspirei.
- Sinto muito pelo seu irmão. - Falei.
Ele me olhou. - Você ficou. Por ele. Você tentou. Tá tudo bem.
Sorri e toquei no seu ombro, abaixando a mão de novo.

Já anoitecera quando chegamos perto da pedreira.
Eu caminhava no meio de Daryl e Glenn, rindo das besteiras que o coreano falava, enquanto Daryl ficava atento ao caminho na nossa frente e Rick falava com T-Dog, atrás de nós.
De repente, parei de andar, ao mesmo tempo que Daryl ficava quieto, olhando na direção da pedreira. Eram gritos e tiros...
- Shane. - Murmurei.
Saí correndo, sem nem esperar pelo meu pequeno grupo, com Rick chamando meu nome. Eu sabia que eles estavam me seguindo, mas eu não iria deixar meu irmão morrer.
Parei quando cheguei no acampamento. Aquilo parecia o inferno na terra. Tinha zumbis por todo o lado e o pessoal tentava matar eles. Escutei um grito horrível e vi que Amy fora mordida.
Tirei a katana da bolsa, segurei com as duas mãos e avancei, cortando a cabeça de um zumbi.
Vejo Shane, um pouco mais na frente, atirando em tudo o que mexe e ele vira, mirando minha cabeça quando me aproximo.
- Sou eu! - Gritei.
- Oh meu Deus. Leah. - Ele me abraça rápido e depois se afasta, continuando a matança.
Parecia que aquilo nunca mais ia ter fim, para qualquer lado que eu olhasse via mortos andando e atacando todo mundo.
Escutei outro grito de dor, vindo de uma das barracas e corri até lá, só para ver Ed sendo comido vivo. Senti alguém se aproximar e vejo Carol. Corri até ela e segurei pelos ombros.
- É meu marido. - Ela chorava.
- Não é mais! Sai daqui, protege a Sophia! Vai para junto da Lori. Sai daqui!
- Leah...
- Eu não deixo ele virar. Vai!
Peguei a katana de volta e entrei na barraca, matando o zumbi e depois espetando a cabeça de Ed. Ele sempre fora um merdoso, mesmo. Carol não merecia sofrer por ele.
Quando saí da barraca, tudo tinha terminado. Todo mundo estava bem, á exceção de Ed e Amy.
Shane caminhou até mim, com passos largos, e jogou a arma no chão, me abraçando e apertando forte. Abracei ele de volta, vendo, por cima do ombro dele, Daryl me olhando. Mas depois ele desviou o olhar noutra direção.
Shane se afastou e segurou meu rosto.
- Pensei que tinha perdido você quando soube que tinha ficado em Atlanta.
Neguei com a cabeça e sorri.
- Que nada. E você? Está bem?
- Claro que sim.
Seguimos para junto do grupo e Carl se aproximou, me abraçando e voltando para junto da mãe. Olhei Lori e percebi que ela ficara tensa, mas não falei nada.
Glenn se aproximou e me empurrou com o seu ombro, sorrindo. Bati, devagar, no chapéu dele e sorri de volta.
Depois olhei para trás, para onde Andrea olhava sua irmã morta, esperando que ela virasse.
Imaginei, por dois minutos, se fosse Shane no lugar dela, e eu esperando ele virar. Meu irmão podia ser o maior cuzão do mundo, um besta de todo o tamanho, mas era meu irmão mesmo assim. E eu ia ficar de rastos se ele morresse.
Senti alguém do meu lado e olhei, vendo Daryl.
- Você está bem? - Perguntou.
Assenti.
- E você?
Ele assentiu. Fiz carinho no seu braço e me afastei, indo sentar sobre uma pedra, olhando toda aquela destruição e amontoado de corpos.

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