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Nesse dia, depois de deixar Daryl na vedação, subi de novo no interior do Santuário e entrei, sem nem bater, no quarto onde estavam as esposas do Negan

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Nesse dia, depois de deixar Daryl na vedação, subi de novo no interior do Santuário e entrei, sem nem bater, no quarto onde estavam as esposas do Negan. Ao fim de tanto tempo, aquilo ainda me causava nojo.
Revirei os olhos e parei no meio do quarto, procurando Sherry e achando ela sentada junto da mesa das bebidas.
- Sherry.
Ela me olhou, franzindo o cenho.
- Negan mandou te levar no médico. Vem, não tenho o dia todo.
Sherry suspirou, largou o copo e levantou, se aproximando e parando na minha frente.
- Vamos, Sargento? - Sherry carregou no apelido.
Sorri. - Claro, esposa número 1.
Segurei a porta para que ela pudesse sair e depois segui do seu lado pelos corredores. Tirei um papel dobrado de dentro do bolso e dei a ela. Sherry me olhou.
- Negan que mandou entregar a você.
Ela assentiu e pegou, abrindo, lendo e depois guardando, me lançando um olhar intenso e aliviado.
- Obrigada.
Sorri, sem vontade, e seguimos nosso caminho.

Depois de um tempo dentro do consultório do médico, D.J. entrou apressado e me olhou com uma expressão estranha.
Eu, que mantinha os braços cruzados em cima do peito, abaixei eles e olhei para o homem.
- O que foi? - Perguntei.
- Negan quer você lá no portão de trás. Agora.
Assim que cheguei na rua, perto de Negan, entendi o motivo de tanta balbúrdia.
- Dwight me falou que você saiu ontem ao anoitecer e regressou a meio da noite? Viu alguém estranho por aqui?
Neguei com a cabeça. - Não, mas porquê?
Negan me entregou um pedaço de papel sujo de sangue e depois indicou um corpo no chão, um Salvador, morto. Suas entranhas estavam de fora, sua cabeça aberta e tudo isso numa poça de sangue.
Franzi o cenho perante a cena horrenda e abaixei, analisando os ferimentos.
- Não foram cortes limpos. - Falei indicando uma das aberturas. - Olha aqui, a pele está irregular.
- E o que isso significa? - Perguntou Simon.
Revirei os olhos.
- Não foi uma faca de lâmina direita, tipo minha katana, por exemplo, ou a sua faca. Quem fez isso usou algo como uma faca de mato, algo assim.
Levantei e entreguei o papel ao Negan, onde estava escrito "Morte aos Salvadores". Ele me olhou.
- Rick?
Neguei com a cabeça. - Não creio. Ainda estão muito abalados com a morte do coreano, a vinda do Daryl, e agora Eugene e a outra garota...
- E eu matei outro, lá... - Continuou Negan no mesmo tom.
Olhei ele, de sobrolho franzido. - Quem? Porque matou?
- Ora, ele queria matar o Rick. - Negan balançou a mão. - Um tal de Spencer.
Assenti e dei de ombros. Nem me importava com esse daí, conhecera ele no dia em que fora na comunidade e não gostara dele nem um pouco.
- Precisamos descobrir quem fez isso.
Olhei ele. - Posso ver se tem rastros.
Negan assentiu. - Ótimo, leva alguém com você.
Eu ri. - Para quê? Para ser vista? Ninguém aqui dentro sabe andar sem fazer barulho.
- Eu sei. - Falou D.J. me sorrindo.
Revirei os olhos.

Passei quase todo o dia com D.J. na floresta, procurando rastros de quem possa ter feito tal coisa com um dos nossos e não achando nada.
- Quem quer que seja, é bom. Nem deixou rastros para trás. - Disse ele.
Assenti olhando o chão e depois em redor.
- Você tem razão. Nunca vi isso em toda a minha vida. Sempre deixam algo.
Ele assentiu e se aproximou.
Continuámos andando até que, do nada, algo bate na cabeça de D.J. e faz ele cair no chão, desacordado.
Pego a katana e viro muito rápido, vendo nosso agressor e seguro a katana com força. Ele sorriu.
- Oi, Sargento.

- Negan! Chamem o Negan! - Gritou alguém ao mesmo tempo que o portão abria.
Puxei um D.J. ferido e ensanguentado para dentro do Santuário, segurando ele com um braço por cima dos meus ombros.
- Chegámos, valentão. - Falei, fazendo um esforço enorme para trazê-lo para dentro. - Conseguimos.
Ele deu um sorriso fraco e logo foi ajudado por outros Salvadores e o médico levou ele para o consultório.
Daryl me olhava na vedação, com a preocupação no olhar, ansioso. Negan chegou rápido e veio em minha direção, me olhando de alto a baixo.
Eu estava medonha, suja com meu sangue e o sangue de D.J, o rosto ferido, cabelo desgrenhado...
- O que aconteceu com você, baby doll?
Negan segurou o meu rosto, analisando meus ferimentos.
Fechei os olhos com força, por causa da dor, e depois olhei ele.
- Fomos atacados na floresta. Não sei quem era o cara, nunca vi, mas era enorme e sabia que eu era um Sargento.
- Como é possível?
Dei de ombros.
- Mas não tem nada quebrado? - Perguntou.
- Acho que não.
- Vai ver o médico, só para prevenir. - Negan lançou um olhar em redor dos muros. - Vou reforçar a segurança e você - Me olhou. - Não volta a sair sozinha, aliás, ninguém mais sai daqui sozinho. - Falou mais alto, para todos ali. - Se Leah foi atacada e levava o D.J. nenhum de nós estará seguro sozinho. Algum cuzão anda nos atacando, mas quando eu descobrir quem é o infeliz... ele vai desejar nunca ter nascido.
Depois Negan segurou no meu braço e me levou com ele.
- Vem, vamos no consultório médico.
Lancei um olhar a Daryl e vi que ele continuava me observando, nervoso. Sorri discretamente, mostrando que estava bem, e foquei minha atenção em Negan.
- São só uns machucados. - Falei enquanto andava pelos corredores.
- Você parece que bateu de cara numa parede.
Respirei fundo, sabendo que nada faria Negan mudar de ideia.
- Eu quero ir em Alexandria. - Falei. - Eu nunca vi aquele homem na minha vida, mas isso não quer dizer que eles não tenham visto.
Negan parou de andar e me olhou.
- Você poderia ter morrido.
Eu ri. - É, por mais que eu lutasse, aquele lá era forte.
- Pára de rir, Leah! Olha para você! Poderia ter morrido!
Olhei Negan. - E daí? Só só uma Salvadora, nada de importante.
Negan, do nada, segurou meu rosto com as duas mãos, tendo o cuidado de não apertar, e me olhou.
- Não é só uma Salvadora. Eu não... Só não morre, tá bom? Você é minha melhor Salvadora de todos os tempos. E... Eu não posso perder isso.
Assenti. - Nossa, que sentimental.
Negan me largou e sorriu. - Você estraga sempre tudo. Gosto de você, fazer o quê? Vem, precisamos ver o médico e ver como está seu amiguinho, lá.
- D.J. tentou impedir que o cara chegasse em mim.
Ele assentiu. - Pelo menos fez algo bom.
Revirei os olhos. - Fomos atacados, Negan. De surpresa.
Ele balançou as mãos no ar. - Tá, tá. Mas isso não me impediria de matar ele se o cara tivesse matado você.
- Não precisa. Mas, sério, acho que deveríamos tentar perceber se as comunidades conhecem esse homem.
Negan me sorriu. - Uma coisa de cada vez, Leah.

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