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- Ah, fala sério! - Protestei, fazendo beicinho e arrastando a katana atrás de mim

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- Ah, fala sério! - Protestei, fazendo beicinho e arrastando a katana atrás de mim.
Andei alguns passos, para logo erguer a katana de novo e rodar ela, antes de cortar a cabeça de um zumbi que se aproximava. Outro apareceu, fazendo aquele som nojento e eu bufei de raiva.
- Porque vocês não desaparecem e pronto?! - Gritei, ao mesmo tempo que espetava a lâmina na cabeça dele e puxava, fazendo aquele corpo podre cair no chão.
Sacudi o sangue e depois percebi Daryl, de pé, a poucos metros atrás de mim, observando.
- Sério? Ficou aí o tempo todo e nem me ajudou? - Olhei Dog, parado do seu lado e estreitei os olhos. - E você! Traidor!
Daryl olhou o cachorro e depois para mim de novo. - Você se saiu muito bem sozinha, além disso, eu peguei uns esquilos e... um coelho.
Revirei os olhos. - Minha nossa Senhora! Homens.
Virei as costas e continuei andando, mas parei pouco depois, esperando que Daryl me alcançasse. Dog parou do meu lado, chegando primeiro do que o dono, e eu cocei sua orelha.
- Quieto, rapaz. Eu sei. - Falei bem baixo.
- O que houve? - Perguntou Daryl.
Continuei andando e sorri, como se ele tivesse dito algo bonito. - Estamos sendo seguidos. A algum tempo, já, mas agora tenho certeza.
- Hum. - Fez Daryl. - Muitos?
Neguei com a cabeça. - Não, não parece.
Ajeitei o colete dele com a mão que tinha livre, fingindo, e sorri. Depois diz carinho no Dog.
- Vai, Dog, vai! - Ordenei.
O cachorro saiu correndo na nossa frente, se embrenhando na floresta.
Esperámos um pouco, sempre andando, com Daryl preparando a besta e eu erguendo a katana.
Do nada, algo se mexe por entre a vegetação e cai no chão, de joelhos, enquanto Dog latia e ameaçava morder.
Girei rápido, junto com Daryl, ele mirando com a besta e eu segurando a katana na minha frente, mas parámos ao ver o que o cachorro tinha achado.
Troquei um olhar com Daryl, sem nunca abaixar as armas e franzi o cenho por dois segundos.
- Dog! - Chamei, e o cachorro correu para mim, se colocando protetoramente na minha frente.
- Quem é você e porque estava nos seguindo? - Perguntou Daryl.
Dog tinha achado uma garota. Ela estava assustada, com roupas sujas, como se passasse bastante tempo na rua, cabelo comprido e escuro e olhos grandes, que dançavam entre mim, Daryl e o cachorro.
- Não me mata, por favor. Eu... Eu não ia fazer nada de mal. Esse cachorro que me assustou, mas... Eu não fiz nada.
- Quem é você? - Repeti.
Ela negou com a cabeça, perturbada, como se não soubesse o que dizer. Daryl deu um passo em frente, mirando sua cabeça e ela se encolheu.
- Tá, tá. - Falou. - Sou a Lydia. Eu... Perdi meu grupo e estava seguindo vocês porque... - Deu de ombros. - São as primeiras pessoas que encontro em meses.
Olhei Daryl e depois de novo para ela.
- Como assim, perdeu?
Ela suspirou. - Um homem matou minha mãe, era a única familia que eu tinha. Era a líder.  - Ela passou as mãos no rosto, tremendo. - Olha, eu não quero problemas, eu só quero ir embora. Prometo que me afasto o mais que conseguir daqui e não volto a seguir vocês.
Agarrei o braço de Daryl, puxando  afastando da garota ao mesmo tempo que mandava o Dog guardar ela. Nos afastamos um pouco e eu olhei o caipira, que negou com a cabeça, adivinhando meus pensamentos.
- Não. Ela não vai com a gente. - Falou.
Revirei os olhos. - É uma garota, Daryl.
Ele esticou o braço na direção dela. - Pode ser armação! E se ela tiver um grupo e tudo isso for uma armadilha?
Suspirei, olhei ela e de novo para Daryl.
- Levamos ela, damos algo para comer, se você não mudar de ideia, falamos com Ezekiel.
Daryl suspirou. - Não vai mudar de ideia, não é mesmo?
- Não consigo. Tem algo nela que...
Daryl tocou no meu rosto e sorriu. - Tá, levamos ela.
Me coloquei na ponta dos pés e beijei ele. Nos aproximamos de novo da garota e Daryl ergueu a besta.
- Levanta. - Ordenei.
Ela começou a chorar. - Gente, se vão me enfiar uma flecha na cabeça, para quê tudo isso? Anda logo.
Franzi o cenho, olhando ela. - Não vamos matar você. Você vem com a gente, tem cara de quem não come á dias. E precisa de roupas limpas também, devo ter alguma coisa que sirva a você.
Ela abriu muito seus olhos já enormes.
- Sério?
- Anda, me segue. Qualquer coisa e meu marido aqui te mata, qualquer movimento da sua parte, escutou?
Daryl me olhou, de cenho franzido quando escutou a palavra "marido", e eu sorri, o rosto da inocência.
Lydia assentiu e eu comecei a andar, com Daryl chamando Dog e aquela estranha garota do meu lado.
- Sou a Leah, aquele é o Daryl e o cachorro é o Dog. - Falei.
A garota me olhou. - Um cachorro chamado Dog?
Eu sorri. - É, Daryl foi muito original.
Olhei ele, que já estava com a besta no ombro, andando atrás da gente, e ele revirou os olhos, me fazendo rir.
Após um tempo, Daryl começou a andar do meu lado, enquanto Lydia seguia dois passos na frente, junto com Dog.
- Acha que é uma boa ideia? - Perguntou ele de novo.
Suspirei. - Daryl, eu nunca mataria uma criança, é o que ela é. Com grupo ou sem ele, eu apenas irei matar a Lydia, ou qualquer outra criança, se não houver outro jeito.
Daryl mordeu o lábio, assentindo.

Mais tarde, nesse dia, Lydia estava sentada á nossa mesa, comendo um prato cheio de carne de esquilo que Daryl fizera. Eu e ele estávamos mais atrás, olhando ela.
- Ainda acho uma ideia muito irresponsável, trazer essa garota para cá. - Falou Daryl.
Olhei ele. - Obrigada por achar que eu sou irresponsável.
- Não foi isso que eu falei. Mas pensa em tudo o que já aconteceu com a gente.
Suspirei. - Eu sei, Daryl, e eu entendo. Mas... é só uma garota. E se algo der errado, eu serei a primeira a admitir que você tinha razão e acabo com ela,se for necessário.
Daryl tocou no meu rosto e deu um sorriso fraco. - Eu estou do seu lado, você não está sozinha. Se algo der errado, eu estarei aqui.

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