Leah sempre sentiu que tinha de existir algo mais. Algo de diferente nesse mundo.
Nunca fora como as outras garotas, isso era certo, e nunca fora a predileta da família - seu irmão mais velho ocupava esse lugar.
Mas quando fez dezoito anos, Leah dec...
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Estávamos perto de Alexandria quando fomos surpreendidos por um pequeno grupo de zumbis. Coloquei Judith no chão e olhei Negan. - Fica de olho nela. Me afastei, tirando a katana da bolsa. Andei até os zumbis e bati com o punho da katana na cabeça de um deles, chutando depois, fazendo ele cair. Rodei a katana e espetei outro zumbi atrás de mim, rodando de novo e espetando a cabeça do que estava no chão. Sacudi o sangue e encarei o próximo, erguendo a katana e dobrando um pouco os joelhos. Ele se aproximou e eu empurrei a katana, espetando bem no centro do seu rosto, agarrando o cabo com as duas mãos e puxando para cima, abrindo sua cabeça e retirando a katana. Rodei ela, sorrindo enquanto o zumbi se aproximava, erguendo os braços. Cortei as suas mãos, rodando e erguendo a katana, abaixando na sua cabeça. Respirei fundo, sacudindo o sangue da lâmina a guardando a katana na bolsa. Regressei para junto de Negan e Judith e ele me sorriu, daquele jeito torto dele. - Nossa, baby doll, assim me faz apaixonar por você. Estreitei os olhos. - Nunca. - Fiz sinal para Judith e ela pulou de novo nas minhas costas. - Vem, temos de continuar. Negan se manteve do meu lado, carregando aquele pedaço de ferro dele, no ombro e com uma das mãos no bolso. Assim que chegámos na estrada que levava ao portão de Alexandria, alguém abriu e vi pessoas saindo, esperando. Continuei andando e quando chegámos perto o suficiente, Rick e Michonne vieram correndo, pegando Judith. - Obrigado, Leah. - Disse Rick, abraçando a filha. Sorri e assenti, deixando eles e entrando em Alexandria, mas percebendo que Negan me seguia. Revirei os olhos. - Rick, posso usar a casa? - Perguntei. - Claro. Andei pela avenida, mas de repente parei, rodando e encarando Negan. - Pára de me seguir! Ele sorriu e ergueu as mãos. Dei as costas e entrei na casa, batendo com a porta. Fui no banheiro e lavei o rosto sujo de sangue. Quando saí na sala, Negan já estava lá e eu parei. - Sério? Ele me olhou. - Precisamos falar. - Não, não precisamos. Eu preciso é voltar para casa. Para junto do Daryl. - Leah... - Negan levantou. - Desculpa. Sério. Sei que é impossível mas... Cara, eu mudei aqui, não quero ser aquele cara de novo. Eu ri. - Tá, sei. Sai da frente, quero ir embora. - Encarei ele. - Você não manda mais em mim, Negan. Minha cabeça está bagunçada, mas eu sou livre. Negan ficou me olhando durante muito tempo e depois fez algo que eu nunca imaginei. Ele segurou no meu rosto e colou seus lábios nos meus. No princípio, fiquei petrificada, sem saber o que fazer, mas depois fechei a mão e ergui com toda a força, batendo no rosto dele. Negan se afastou, segurando o rosto, mas eu ergui a mão de novo e soquei ele. Negan me olhou, passando a mão pelo queixo. - Ficou doido?! - Gritei. Empurrei ele, e Negan bateu com as costas na porta, perdendo o equilibrio e segurando no sitio errado, pois a porta abriu e eu empurrei de novo, fazendo ele cair e rolar pela escada. Todo mundo estava nos olhando, mas eu queria nem saber. Desci as escadas e me coloquei em cima dele. Negan sorriu. - Pode ser também. - Cala a boca! Ergui a mão e soquei ele uma e outra vez, até sentir mãos me puxando para trás, me tirando de cima dele. Era Rick. Tentei me soltar, socando o ar e dando chutes para chegar em Negan, mas Rick me afastou. - Chega, Leah! - Chega coisa nenhuma! - Gritei. - Ele tem de morrer! Negan levantou e passou a mão pelo queixo, fazendo careta. - Você bate com uma força danada. - Negan, chega. - Avisou Rick. Parei, respirando com dificuldade, olhando aquele besta. - Me solta, Rick. - Sacudi ele, até ele me soltar. - Vou para casa. Rick passou a mão pelo rosto. - Espera Leah... Olhei para trás. - Não. Quero distância desse nojento! - Olhei Negan. - Se você chega perto de mim de novo, eu corto sua cabeça! Dei as costas e saí dali, indo na direção do portão. Abraham me sorriu, erguendo a mão. Bati, levei os dedos na testa, como faziamos no exército, e saí de Alexandria. Enquanto andava, sorri. Bater em Negan, daquele jeito, me fizera aliviar um pouco de toda a raiva que eu ainda sentia dele. Ri, sozinha, enquanto entrava na floresta, em direção a casa.
