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- Você não pode fazer isso!Olhei ele, como se olha um inseto que se odeia

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- Você não pode fazer isso!
Olhei ele, como se olha um inseto que se odeia.
- Posso e estou fazendo.
- E nós? Como vamos tratar nossos doentes?! Como vamos fazer...
- Se vira, Gregory! Tou nem aí para os seus problemas! O médico vai comigo e ponto final!
Jesus se aproximou, com um olhar preocupado.
- Leah, temos pessoas aqui em condições... difíceis, elas precisam de um médico. Ele estava acompanhando elas diariamente.
Assenti, até que gostava do cabeludo, mas regras são regras.
- Desculpa, Rovia, não posso fazer nada em relação a isso. - Falei. - O doutor irá comigo.
Senti que ele queria dizer mais alguma coisa, mas ele se afastou, saindo de Hilltop com aquele casaco enorme dele, ignorando Gregory.
Esperei o doutor Carson se aproximar ele teve exatamente o mesmo discurso que Jesus e eu sorri.
- Desculpe, doutor, mas não sou eu quem faz as regras. Vamos?
- Isso não está certo, e você sabe.
- É sei. - Dei de ombros. - Mas não posso fazer nada.
Carson segurou o meu braço e me fez olhá-lo.
- Claro que pode! Você é a preferida do Negan, todo mundo aqui sabe disso, e todo mundo aqui teme você por causa disso. - Ele sorriu mas depois ficou sério de novo. - Convence ele de que Hilltop precisa que eu fique.
Suspirei, não queria dizer nada a ele, mas agora iria falar.
- Dr, o médico que nós tinhamos no Santuário... morreu.
Ele me largou, ficando em choque e negando com a cabeça. Carson ficou bastante abalado com essa notícia, como eu sabia que ele ficaria, mas eu precisava levá-lo no Santuário.
- Preciso que venha, agora. Tenho coisas a fazer e um cara para vigiar.
Ele me olhou e assentiu, derrotado.
- Vou para esse lugar para morrer também? - Perguntou.
- Esperemos que não, doutor.
Indiquei a pick up e ele subiu, entrei no lugar da frente e saímos dali, com meus homens nos seguindo.
Já estávamos afastados de Hilltop quando ele falou.
- Como ele morreu?
Olhei o médico de canto, sem saber se falava a verdade ou inventava uma mentira mais aceitável.

Fiquei parada junto da porta da cela de Daryl, aberta e vazia, sem saber se chorava, gritava ou matava todo mundo.
- Cadê ele? - Perguntei, num tom de voz baixo.
Dwight se aproximou. - Quando cheguei essa manhã, a porta....
Avancei sobre ele, pegando e encostando na parede, olhando naqueles olhos e querendo matar o desgraçado.
- Cadê o Daryl, Dwight? - Gritei. - Deixo você de olho nele um dia, um dia, e ele some! Onde está o caipira?
- Ele já não estava aqui essa manhã! E...
- E o quê, imbecil? - Gritei.
- Sherry sumiu também e eu estava...
Tirei a katana da bolsa e encostei a ponta na sua cabeça, com raiva.
- Você não prestou atenção no Daryl por causa da sua mulherzinha?
- Leah, abaixa essa merda.
Respirei fundo, escutando a voz de Negan e, contrariada, abaixei a katana, guardando e depois larguei o Dwight.
Olhei Negan, com o ódio no olhar e querendo acabar com tudo naquele momento. Matar aquele cuzão de vez!
- Daryl sumiu! - Indiquei a porta aberta.
Negan suspirou. - Era sobre isso que eu vinha te falar.
Franzi o cenho. - O quê? Você sabia e esperou que eu entrasse e viesse até aqui para descobrir?! - Nesse ponto eu já estava aos gritos de novo. - Quem abriu a porta da cela? Porque era impossível ter sido o Dixon!
- Já tenho minhas suspeitas, baby doll. - Ele lançou a Dwight um olhar intenso. - Mas agora temos de procurar esse caipira, ele sabe demais sobre nós. Se formos rápidos talvez alcançemos ele. A pé, ele não deve ter ido longe.
Passei as mãos pelos cabelos, tremendo e completamente perdida sobre o que fazer. Eu não podia perder o Daryl, não agora! Não de novo!
Saí do Santuário não escutando ninguém, e entrei na pick up, rodando a chave.
- Isso vai ser bom. - Escutei Negan falar para Simon antes de ele sentar do meu lado. - E para onde estamos indo?
Dirigi para fora do Santuário, com a raiva tomando conta do meu corpo.
- Alexandria. - Respondi com maus modos.
- Baby doll...
- Cala essa merda dessa boca, Negan! Estou cansada de perder pessoas! Farta! Ou o Daryl aparece ou eu acabo com a raça de quem achar pelo caminho.
Negan sorriu e depois olhou a estrada. - Eu sabia que tinha feito a escolha certa ao deixar você viva.
- Além disso, Dwight me paga!
- A Sherry sumiu, pelo que deve ter sido ela.
- Pouco me importa! Se essa vagabunda sumiu, Dwight pagará o preço!

Assim que chegámos em Alexandria, pulei da pick up e nem esperei por ninguém. Fui direta no portão e bati.
Um cara que eu nunca tinha visto, me olhou do topo do muro.
- Ainda não passaram três semanas.
- Abre essa merda agora, ou eu derrubo. Não vim para buscar minhas coisas.
O homem riu. - Não? Então porque tenho de abrir?
Olhei para o cara que estava mais próximo de mim, peguei a arma dele e mirei no cara, atirando. Ele caiu, gritando de dor e eu devolvi a arma para o outro homem.
- Leah, acha mesmo...
- Cala a boca, Negan! - Olhei ele e depois o portão.
Assim que abriram, mandei todo mundo entrar e procurar em cada canto.
Rick se aproximou, olhando de mim para Negan e depois para min de novo.
- Porquê tudo isso? Você atirou num dos nossos.
- Foi no ombro, ele ficará bem. - Falei entrando, mas Rick segurou meu braço.
Logo o taco de Negan aparece sobre a mão do xerife e ele me solta.
- Não toca na Leah de novo.
Rick se segurou para não falar nada, e seu olhar caiu sobre mim. - Porque estão aqui tão cedo?
- O Daryl sumiu. Só irei sair daqui quando ele aparecer!
Rick franziu o cenho. - Ele não está aqui. Mas, espera, um prisioneiro sumiu? Como vocês deixam um cara sumir assim? Cadê o Daryl? Ele é um dos nossos!
Negan encostou Lucille no rosto de Rick e ele ficou tenso.
- Você não tem de mandar, dizer ou perguntar nada, Grimes. Ouviu a garota. Queremos o Dixon.
Saí andando por Alexandria, entrando em tudo quanto era casa, até que passei junto de uma igreja, que tinha um cara na porta, me olhando de forma estranha. Avancei até lá, mas ele se colocou na frente da porta. Ergui uma sobrancelha.
- Sai. - Ordenei.
- Não. Aqui você não entra. É uma igreja, um lugar sagrado, e eu sou um mensageiro de Deus e estou falando que você não vai entrar aqui.
Respirei fundo, sentindo a raiva e o desespero tomarem conta de mim. Tirei a katana da bolsa e avancei sobre o homem.
- Nesse momento, sou uma mensageira das trevas, ou você sai da frente ou eu te mato e queimo tudo isso!
O homem saiu, falando algo sobre eu não saber o que estava fazendo. Entrei, procurei em todos os lugares e nada de Daryl. Olhei para cima, querendo chorar, mas me impedi. Não iria fazer isso, não ali.
Saí da igreja e olhei o homem negro. - Viu? Não doeu nada.
Andei pela avenida e logo uma voz fala o meu nome. Olho para o lado e vejo Carl se aproximando. Esperei ele, olhando em volta.
- Leah.
- Não tenho o dia todo.
- Soube que o Daryl sumiu mas... ele não está aqui. Pode procurar o quanto quiser, mas não está aqui.
Franzi o cenho, sentindo meu mundo caindo em cima da minha cabeça.
- E onde está?
Carl deu de ombros. - Como vou saber? Vocês que deixaram ele fugir. Leah, acredita em mim, Daryl não veio para cá. Até porque, se você pensar bem, era um lugar bastante óbvio.
Franzi o cenho, pensando nas suas palavras, e depois percebi que ele estaria certo.
Estávamos perdendo tempo e enquanto isso, Daryl se afastava cada vez mais de nós. Então, do nada, na minha mente surgiu um lugar e talvez ele estivesse aí.
O menino deve ter percebido a merda que fez, porque ele tentou mudar minhas ideias, mas sem sucesso. Eu só queria achar o caipira.
Mandei todo mundo sair de Alexandria. Estivesse Daryl onde estivesse, nem que fosse no inferno, eu iria achar ele.

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