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- Ela está ótima

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- Ela está ótima. - Falou o médico depois de acabar de cozer minha testa, mesmo por cima da zona do olho. - Nada quebrado, nenhum órgão vital comprometido... Foi apenas uma surra.
Negan, no canto do consultório, abaixou o braço que tinha erguido, com a mão no queixo, e se aproximou de mim, segurando meu rosto e virando, para analisar a sutura.
- Tá tão ruim assim? - Perguntei, sorrindo, olhando sua expressão.
Seu olhar encontrou o meu e ele soltou meu rosto.
- Não, só estava pensando que filho da mãe que fez isso. Quem anda matando nosso pessoal. - Suspirou. - Minha primeira aposta seria o Grimes, mas acho que você tem razão, eles estão demasiado chocados ainda.
Assenti e depois deixei o médico fazer um curativo em mim.
- Eles não fariam nada com o caipira aqui dentro. - Falei.
- Acha?
- Uhum, tenho certeza. Viu a forma como olharam ele, naquela noite? E você havia de ter visto a reação deles quando levei o Daryl comigo no dia em que fui em Alexandria.
Negan sorriu e fez uma expressão como se só naquele momento se recordasse de algo.
- Sabe o que eu descobri? - Perguntou. - Quando passei a noite em Alexandria? Rick tem uma menina.
Meus olhos voaram na sua direção e fiquei atenta na expressão dele.
- Tem?
- Você não viu ela?
Neguei com a cabeça. - Devem ter escondido.
Negan assentiu. - Ela estava severamente guardada pelo Carl. Devem ter feito o mesmo nesse dia. Mas você precisa ver, é a coisa mais fofa de sempre. E sabe o que isso significa? Um ponto a nosso favor.
Franzi o cenho. Nem morta eu iria deixar Negan magoar a minha sobrinha! Eu matava ele antes de ele sequer tentar.
- É... - Falei. - Pode ser.
- Acham mesmo que pode ser alguém das comunidades que já conhecemos?
Eu e Negan olhámos o médico, até mesmo D.J, deitado na espécie de cama, esperando ele terminar seu curativo  olhou o doutor.
Negan cruzou os braços. - Acha que não?
O médico deu de ombros, terminando meu curativo e se afastando, em direção ao D.J.
- Só estou falando que podem existir diversas comunidades, diversos grupos, que não conhecemos.
Olhei Negan e depois para o médico de novo. - Tem razão. Mas como explica o homem saber que eu era um Sargento antes de tudo isso?
- Isso eu já não sei, mas...
- Espera aí, doutor. - Negan ergueu a mão. - Você está falando com uma certeza muito confiante. Sabe de alguma coisa? Sabe quem anda matando meu pessoal?
O médico me olhou, apavorado, e depois de novo para o Negan.
- Não! É claro que não, Negan. Só estou comentando. Existem comunidades espalhadas por esse mundo fora.
- É. - Negan olhava ele como um gato olha uma taça de leite. - Mas para saberem tanto sobre nós, não pode ser qualquer um, não acha? E parece que você está querendo tirar a atenção das comunidades.
- O quê? Claro que não, estou só falando. Porque não é normal.
Negan assentiu. - É, não é mesmo. Daqui a meia hora, lá em baixo, junto do forno. Espero você lá. Aliás, todo o mundo.
Negan sai do consultório, deixando nós três em silêncio, sem saber o que fazer.
O médico sentou em uma cadeira, tremendo, e depois me olhou.
- Ele vai me matar, não vai? Ele acha que eu sei de alguma coisa. - Passou a mão pelo rosto. - Mas eu não sei de nada!
Respirei fundo. O que eu poderia fazer? A situação estava fora do controle de qualquer pessoa. Negan parecia já ter tomado uma decisão, e não iria mudar de ideia. Além disso, eu era uma Salvadora, eu não podia fazer nada.

Nessa tarde, Negan mandou reunir todo mundo junto do forno onde ele aquecia os ferros com que queimava as pessoas.
Olhei todos ali e percebi Daryl me olhando, e rapidamente desviei o olhar. A última coisa que eu precisava era que Negan visse e quisesse castigar o caipira também. Não que eu deixasse, mas isso acabaria estragando tudo o que eu conquistara até ali.
Cruzei os braços no peito, enquanto Negan falava e falava, e vi o médico tremendo, em pânico, sem saber o que fazer e nem o que dizer para melhorar a sua situação.
Se ele sabia de alguma coisa ou não, era algo que ninguém tinha certeza. E por isso, e por falta de provas em contrário, ele seria castigado.
Negan pegou o ferro e Simon trouxe o médico até ele, mas no último minuto, o médico falou algo e Negan parou.
Franzi o cenho, olhando a cena, enquanto o doutor parecia convencer Negan de que era inocente. O homem chegou mesmo a colocar o ferro de volta no lugar e escutar o outro. Aquilo não era, definitivamente, normal.
Olhei Dwight, calmamente parado junto da fornalha e ele me olhou.
- Pensando bem, acho que não vou mais castigar você. Não desse jeito. - Falou Negan. - Até porque precisamos de um médico e você não consegue cuidar da gente se estiver machucado.
Olhei em volta, ninguém parecia entender o que estava acontecendo. Quando olhei de novo para Negan, ele me sorriu.
- No entanto, ninguém é insubstituível e eu sei onde achar um outro médico. E sabe, doutor - Ele se aproximou dele e colocou um braço sobre os seus ombros, sorrindo. - Odeio pessoas mentirosas, principalmente as que mentem para mim.
Pegando todo mundo de surpresa, Negan agarrou no médico e jogou ele dentro da fornalha, vivo. Os gritos eram horríveis e algumas pessoas chegaram mesmo a tapar os olhos para não verem aquela terrível cena.
Desviei o olhar até aquilo acabar. Negan era a pessoa mais horrível na face da Terra e tinha de ser travado o mais rápido possível. Mas como? Ele controlava tudo e todos...
Ele ajeitou o cabelo e a jaqueta, sacudiu as mãos e se aproximou de mim, sorrindo.
- Vai em Hilltop, me traz o Dr. Carson.
Franzi o cenho. - O quê?
Negan deu de ombros. - Precisamos de um médico, certo?
Revirei os olhos e assenti, fazendo sinal aos meus homens ali presentes para reunirem.
- Baby doll.
Olhei Negan de novo, esperando e odiando aquele nome.
- Não deixa nada, absolutamente nada, chegar perto daquele médico. Quero ele vivo.
Assenti. - Pode deixar.
Avancei até o portão, passando por Daryl sem olhar ele. Não podia, não ali.
Tinha de pensar num jeito de terminar com aquilo.

Heart's On FireOnde histórias criam vida. Descubra agora