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Abri os olhos, fechando de novo e querendo voltar a dormir, mas era impossível. Olhei para o lado, Daryl dormia profundamente.
Sorri, beijei sua testa e levantei. Troquei de roupa e saí do quarto, passando pelo quarto de Lydia e espreitando o interior, vendo que a garota também dormia profundamente.
Segui em direção da sala e Dog, confortavelmente deitado no sofá, ergueu a cabeça, me olhando como se sorrisse.
- É, também é bom ver você. - Falei e fui na cozinha.
Peguei uma peça de fruta e voltei na sala, abrindo a porta e olhando o exterior. Respirei fundo e percebi que Dog continuava me olhando, esperando apenas uma ordem. Ri e fiz um jeito com a cabeça, o que foi suficiente para que ele pulasse do sofá e corresse na rua, passando por mim como se o mundo fosse acabar.
Peguei a katana, fechei a porta e fiquei vendo ele correr. Desci as escadas.
- Está atrasado, Dog. - Falei. - O mundo acabou, já.
Ele latiu quando escutou o seu nome e eu sorri, colocando a bolsa nas costas e seguindo ele.
Nesse momento, o sol surgiu, prometendo um dia quente.

- Leah!
Sorri, fazendo careta por causa do sol, e só vi ele chegando quando seus braços rodearam minha cintura e ele me levantou do chão, apertando forte.
- Credo, até parece que voltei da guerra.
D.J. me colocou no chão e sorriu.
- Mais ou menos. - Olhou para trás de mim. - Cadê o Dixon?
Dei de ombros. - Estava dormindo quando saí. Não planejei vir até aqui, mas...
- Oi estranha.
Jesus se aproximava, sorridente, e me abraçou, fazendo depois carinho em Dog.
- Aconteceu alguma coisa?
Neguei. - Não, apenas uma caminhada matinal. Nem tinha intenção de vir aqui, apenas... - Dei de ombros.
- Fico feliz. - Ele me sorriu. - Quer entrar? Hilltop teria muito prazer em receber você.
Olhei os muros e depois para ele de novo.
- É... A Maggie... É melhor não.
- Leah, a Maggie está diferente.
Assenti. - É, mas eu estava com o Negan quando... - Indiquei a cabeça.
Jesus suspirou. - Vou com você. Ela é cabeça dura mas eu sei que ela se importa com você, assim como todos eles se importaram. Além disso, você tem de conhecer o Hershel.
Franzi o cenho, o filho do Glenn. Maggie iria me matar.

Passar pelo portão de Hilltop foi a coisa mais estranha de sempre. Eu me sentia uma invasora.
Todo mundo nos olhou, aliás, era para mim que eles olhavam, mas eu seguia do lado de Jesus, com os olhos fixos na casa grande.
E foi quando vi Maggie, junto das escadas, com um bebê e uma mulher. Assim que ela me viu, entregou o menino nos braço da mulher e veio até nós, parando bem na minha frente.
- Leah estava por perto, convidei ela para entrar. - Falou Jesus. - Ela e o Dog, mas não se preocupa, está tudo bem.
- Ela não deveria estar aqui. - Falou ela.
Suspirei. Se fosse eu, se Negan tivesse matado Daryl e Maggie estivesse lá, do lado do homem e nada fizesse, eu também teria vontade de matar, então, simplesmente, assenti. Ela tinha razão.
- Posso ir embora. - Falei.
- Que ir embora? - Jesus me olhou. - Nada disso, descansa primeiro, me conta as novidades e depois você vai.
Maggie olhou o amigo como se ele fosse louco, e Jesus sorriu.
- Me fala Leah, o que anda acontecendo por Alexandria? - Perguntou ele.
Franzi o cenho. - Não sei. Fiquei com a mente bagunçada desde que... Enfim. Então eu, Daryl, Dog e Lydia moramos na floresta.
Vi que Maggie mudara a forma como me olhava e Jesus franziu o cenho.
- Sério? E quem é Lydia?
Sorri. - Uma garota que achamos, ela perdeu todo mundo. - Dei de ombros.
Jesus riu. - Ganhou uma filha! Que bonitinho.
Sorri, mas depois parei, vendo que Maggie ainda me olhava.
- Tentei matar o Negan. - Falei.
Ela olhou o chão e depois de novo para mim.
- Vem, falamos melhor na casa grande.
Quando ela deu as costas, Jesus me sorriu, e seguimos ela.

- Eu não queria odiar você, mas... Você estava do lado do Negan, e sabe que o que ele fez foi imperdoável. E você não impediu!
Suspirei, assentindo.
- Ele iria matar mais de vocês, eu impedi. - Falei. - Só não... Só não consegui impedir a morte do Glenn. E eu não espero que você me perdoe, ou que entenda, mas eu não sou mais uma Salvadora. Acho que nem nunca fui, não totalmente.
Ela riu, ajeitando Hershel no colo.
- Foi sim, e eu não consigo esquecer.
- Maggie, pega leve. - Pediu Jesus. - Negan fez coisas horríveis com ela também.
- Jesus, eu não...
Maggie não terminou a frase, porque um homem entrou no escritório e olhou a gente, parecia em pânico.
- Tem um buraco na estrutura, não sabíamos! Mortos estão entrando!
Maggie olhou Jesus e depois para mim, indo até á porta.
- Vamos! - Parou de andar, me encarando. - Você fica aqui e nem se atreva a sair!
Fechou a porta e escutei ela do outro lado, entregando o menino para a mulher.
Fui na janela e vi zumbis entrando, eram muitos, não uma horda, mas um grupo considerável. Todo mundo corria de um lado para o outro, matando eles e tentando impedir que novos entrassem. Não vi Dog, mas ele sabia se esconder dos mortos.
E foi quando escutei o som de zumbi do lado de fora da porta, e a mulher falando alto e Hershel começando a chorar. Eles estavam na casa.
Sem pensar, tirei a katana da bolsa e abri a porta, vendo que Hershel estava em cima da coberta onde brincava, no chão, enquanto a mulher tentava impedir que os zumbis chegassem nele, mas eles eram cada vez mais e ela não estava dando conta.
Parei junto do bebê e cortei a cabeça de um dos zumbis, sentindo o sangue na minha pele. Escutei alguém do lado de fora da casa, gritando, mas o barulho, e Hershel, só atraia mais deles.
A mulher soltou um grito de dor e vi ela sendo mordida bem ali, na minha frente. Ainda me olhou e esticou a mão para o bebê.
Olhei para os lados, sem saber o que fazer, e depois larguei a katana, pegando em Hershel e segurando a katana de novo.
Agora eu tinha os mortos na minha frente, e a parede atrás de mim, apenas uma mão para lutar e o bebê de Maggie nos braços, com sua vida dependendo de mim.

Maggie:

Quando a situação ficou um pouco mais controlada, Maggie olhou a casa grande. D.J., Alden e alguns dos outros fazendeiros matavam os zumbis, abrindo caminho para entrarem, mas Maggie estava em pânico.
Seu bebê estava lá dentro e ela não podia perdê-lo.
Foi quando escutou o grito da babá de Hershel.
Maggie começou a correr, mas Jesus agarrou ela e segurou, impedindo. A Rhee tentou se libertar.
- Me solta! É o meu filho!
- Maggie para! Desse jeito você vai acabar morrendo!
- É o meu filho! - Gritou.
- Leah está lá dentro, acha mesmo que ela deixaria Hershel morrer?!
Maggie olhou o amigo.
- Eu ordenei que ele não saísse do escritório.
Jesus sorriu. - E ela tem cara de quem faz o que os outros pedem?
Os dois ficaram olhando a casa, Maggie com lágrimas caindo pelo seu rosto.
Quando finalmente os homens conseguiram entrar e matar todos os zumbis, saíram de novo, olhando ela e negando com a cabeça.
- Não!
Maggie gritou e caiu de joelhos no chão. Porque a vida era tão cruel com ela? Porque levava todos os que amava? Porque deixara que um bebê fosse morto daquela forma?
Ela queria morrer. Respirar era difícil, todo seu corpo doía... Ela nunca mais veria seu filho.
- Maggie!
Ela olhou Jesus e para onde ele indicava.
De trás da casa, totalmente ensanguentada, saiu Leah, andando, com a katana em uma mão e Hershel perfeitamente seguro, e vivo, no outro braço. Sua katana estava manchada de sangue, o que a fazia parecer uma guerreira vingadora de outros tempos.
Maggie levantou e correu para ela, sentindo um alívio enorme por ver seu filho vivo.
Pegou ele e abraçou forte, sentindo a melhor das sensações.
Depois olhou Leah e sorriu.
- Obrigada, Leah. Muito obrigada.
A sargento assentiu, sorrindo fraco.
Nesse momento, o portão abria e Daryl entrava na comunidade, junto com uma garota que Maggie não conhecia, ficando os dois olhando para toda aquela carnificina.
Do seu lado, Leah se mexeu, mas não saiu de perto dela, como se precisasse de permissão.
Maggie assentiu, e foi quando Leah correu para Daryl e abraçou ele.

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