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Olhei em volta, tentando ver o que eu poderia usar para trancar a porta atrás de mim

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Olhei em volta, tentando ver o que eu poderia usar para trancar a porta atrás de mim. Os zumbis estavam chegando e  não podiamos deixar eles entrarem. Vi um pedaço de metal no chão e, largando a porta por dois segundos, peguei ele, voltando a empurrar ela e colocando o metal para trancar, impedindo que eles entrassem.
Me afastei, um pouco cansada, e olhei a porta, escutando eles do outro lado fazendo aqueles sons nojentos e tentando abrir.
Fui andando pela loja, olhando as coisas e vendo o que poderíamos usar. Levariamos apenas o que fosse útil e nada mais.
Fui no corredor seguinte e vi Daryl parado, no meio, olhando algo que ele tinha nas mãos. Me aproximei, vendo que eram latas de feijão. Coloquei as mãos na cintura quando parei do seu lado.
- Acho melhor levar antes que alguém tenha a mesma ideia e as nossas acabem. - Falei.
Ele me olhou e fez um sorriso de canto.
- Claro. Nós, que sabemos caçar, não deixaremos nada para os restantes sobreviventes.
Eu ri. - Você que sabe caçar.
Ele colocou algumas latas na mochila e me olhou. - Amanhã te ensino, ou ainda hoje se sairmos a tempo.
Daryl se afastou, descendo o corredor, e eu ia seguir ele, se não fosse ter escutado alguma coisa do lado de fora.
Parei, franzindo o cenho, e tentei escutar melhor, e foi quando percebi, nitidamente, duas vozes do lado de fora da loja.
- Eu vi, cara! Eles entraram aqui! Olha a quantidade de zumbi. Vem, temos de achá-los ou o Martinez mata a gente.
Senti a mão de Daryl no meu braço, puxando devagarinho, e olhei ele, que levou o dedo nos lábios pedindo silêncio.
Segui o caipira até os fundos e entrámos numa sala onde antes guardavam as coisas que não eram colocadas nas prateleiras. Olhei em volta enquanto Daryl verificava as janelas.
- Eles não vão entar enquanto os zumbis estiveram na porta. - Falou Daryl. - A não ser que matem eles, ou tirem dali.
Fui na parede do fundo e tirei umas caixas que estavam na frente de um sinal de saída e vi uma porta, daquelas que apenas permitia abertura pelo lado de dentro.
- Daryl. - Chamei.
Ele viu a porta e assentiu, mas depois subiu em umas caixas e olhou pela janela, caso nossos perseguidores estivessem por ali. Daryl desceu de novo e negou com a cabeça.
Coloquei as mãos sobre a barra de metal que servia para abrir a porta e fiz força para baixo, sentindo a porta abrir sem um único som. Espreitei a rua, vendo que não tinha nada, nem pessoas e nem zumbis e saí, seguida por Daryl.
Corremos até chegar no estacionamento e nos escondemos atrás de um carro, olhando a loja.
Segundos depois, senti uma presença perto da gente e olhei para trás, vendo um cara, bastante novo, de pé, com uma arma na mão, apontada para baixo, nos olhando. Vi ele olhar a loja e depois a gente de novo, com Daryl mirando sua cabeça. Ele abriu a boca para chamar seu companheiro, mas eu fui mais rápida e espetei a katana, que já estava na minha mão, no seu pescoço. Ele abriu muito os olhos, mas caiu no chão, jorrando sangue pelo pescoço e abandonando sua vida ali, na nossa frente.
Daryl fez sinal para sairmos dali e eu segui ele.
Não achámos mais pessoas depois disso, o que foi um alívio. Não precisávamos de problemas e não queríamos um grupo novo. Já tínhamos o nosso, só precisávamos achar.
Quem quer que nos seguisse, ou nos tivesse visto, não voltou a aparecer e conseguimos achar coisas que nos poderiam ser úteis antes de regressar a casa.
Fomos andando todo o caminho, com a neve, agora mais baixa, gelando meus pés e cobrindo nossos rastros.
Mais na frente, vi três zumbis, andando com dificuldade por conta do frio, e sorri tirando a katana da bolsa.
Daryl ficou cobrindo os rastros e eu me aproximei dos mortos. Chutei um deles, espetando a sua cabeça, depois rodei a katana nas mãos e cortei a cabeça do segundo, rodando e espetando a lâmina na cabeça do terceiro zumbi.
Depois de todos no chão, sacudi o sangue da katana e apontei eles com a mesma, girando devagar e contando "1,2,3" e ficando de frente para Daryl. Fiz uma vênia e me endireitei de novo, colocando a katana na bolsa.
Daryl negou com a cabeça. - Você tem problemas.
Sorri e me aproximei dele. - É... alguns, sim. - Dei um selinho nos seus lábios e me afastei, andando de novo. - Vamos?
Quando chegamos em casa, retiramos tudo o que tinhamos nas nossas mochilas, guardando. Depois me sentei no sofá, fechando os olhos por dois minutos, e logo escutei Daryl acendendo o fogo. Depois senti ele sentar do meu lado e abri os olhos, me aproximando, pegando na sua mão e colocando a minha cabeça no seu ombro.
Fiquei olhando o fogo.
- As únicas pessoas que achamos em semanas, e nenhuma era do grupo...
Daryl respirou fundo e se mexeu, me fazendo afastar um pouco. Fiquei vendo ele colocar a mão no cinto, atrás, e retirar algo. Depois ele estendeu a mão para mim, segurando uma faca de cabo preto... uma faca que eu conhecia bastante bem.
Peguei ela, enquanto Daryl me observava atentamente. Abri a boca e fechei de novo, sem saber o que falar e nem o que pensar. Ergui o olhar para ele.
- Achei dentro da loja. Antes de os outros caras aparecerem. - Ele falou.
Olhei a faca de novo. - Não quer dizer que ele esteja vivo...
- Não. Mas quer dizer que ele pode estar vivo... e perto.
Respirei fundo e olhei Daryl.
- Obrigada.
Ele me deu um sorriso fraco e eu baixei o olhar de novo para a faca. Eu lembrava dela bem demais, já que fui eu que oferecera, e tinha uma igual. Aquela tinha a cabeça de um leão, bem pequenininha, de lado, a minha tinha a de um lobo.
Aquela faca era do Shane, o que significava que o meu irmão estava, ou estivera, na cidade.

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