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Os dias foram passando e eu dividia eles procurando Sophia e ajudando Rick ou as filhas do Hershel

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Os dias foram passando e eu dividia eles procurando Sophia e ajudando Rick ou as filhas do Hershel.
Nesse dia, bem quente, eu estava junto dos cavalos, escovando eles, quando senti uma presença do meu lado. Olhei e vi Carl.
- Oi picolé!
Ele revirou os olhos. - Pára com isso.
- Tá, foi mal. Oi, senhor Grimes, como vai a vida?
O menino riu e depois me olhou e eu soube que tinha coisa vindo. Larguei a escova, fazendo carinho no cavalo, e coloquei as mãos na cintura, olhando ele.
- Fala. - Pedi.
- Posso ir com você quando sair para procurar a Sophia de novo?
Suspirei e abaixei na sua frente.
- Carl, é perigoso e eu nem sei onde ela possa estar.
- Eu posso ajudar.
- Pode, mas me ajuda mais se ficar aqui.
- Aqui?
- Uhum. - Passei por ele e desgrenhei seus cabelos.
O menino bateu na minha mão. - Tá parecendo o Daryl.
Olhei ele. - O quê?
Avancei sobre ele e agarrei, fazendo ele rir e fugir de mim. Corri atrás dele, gritando.
- Vem cá, Grimes!
Carl ria, fugindo de mim, e se escondeu atrás de T-Dog. Parei, olhando eles e depois fingi tirar uma espada do cinto e apontar ela a T-Dog. O negro riu e me imitou, entrando no jogo.
- Para trás... hum... - Olhou para Carl. - Quem é ela mesmo?
Carl sorriu. - Ela é o Daryl.
T-Dog riu que nem trovão e me olhou, erguendo sua espada imaginária.
- Para trás, Daryl das trevas!
- Hey!
Olhei para o lado e vi Daryl aparecendo, saindo da sua barraca. Ele já estava bem e já podia andar livremente de novo.
Depois avancei sobre T-Dog sem avisar e ele deu um pulo, como se tivesse fugindo de mim.
Fizemos vários sons engraçados e todo mundo olhava a gente, rindo, como se estivéssemos mesmo lutando com espadas.
- Foge, Carl. Eu seguro ela. - Falou T-Dog.
Carl correu e eu avancei para junto do negro.
- Segura nada. - Fingi matar ele e corri atrás do menino pela fazenda, numa total gritaria. Mas quando olhei para trás, vi T-Dog correndo atrás da gente. Estiquei o braço. - Não! T-Dog você morreu! Pára de correr!
- Ué, querida, você tem de acertar na cabeça! Virei zumbi! - Gritou ele.
Revirei os olhos. - Aaaahhh!
Carl virou junto do celeiro e eu tropecei, indo baterna porta com o ombro.
- Au. - Falei.
Mas quando ia correr de novo, parei, franzindo o cenho. Escutara algo.
Ergui a mão para Carl e T-Dog, pedindo para esperarem e me aproximei da porta. Que raio...
- Saía daí! - Gritou Hershel, saindo da casa.
Shane já estava do meu lado. - O que foi?
Olhei ele. - Escuta.
Ele olhou a porta e, de repente, soube que ele escutava o mesmo que eu. Shane me olhou. - Zumbis.
Shane se afastou, mandando todo mundo parar, gritando que tinham zumbis no celeiro.
Todo mundo parou, em choque, menos a família Greene. Fiquei ali, vendo eles defenderem os mortos, falando que eles iriam voltar ao normal, só teríamos de descobrir como tratá-los.
- Eu sei como tratá-los. - Falou Shane, pegando a arma.
- Shane, não! - Gritou Rick.
Meu irmão olhou ele, sem parar de andar e me entregou uma das armas.
- Dá para o Dixon. - E continuou andando até o celeiro.
Me coloquei do lado de Daryl e entreguei a arma, pegando a minha e segurando.
- Que merda é essa? - Perguntou Daryl.
Neguei com a cabeça.
- Eu que sou o idiota, né? Mas eles que guardam zumbis no celeiro. Isso acaba hoje! Porque essas coisas não têm cura! Eles têm de morrer. - Shane gritou e abriu a porta do celeiro e se afastou, ficando do meu outro lado.
Erguemos as armas e atirámos nos zumbis que saíam de lá. Eu ainda não sabia muito bem que raio era aquilo, mas parecia que meu corpo fazia tudo sozinho.
Atrás de mim, a família Greene chorava e se abraçava. Eles achavam mesmo que os zumbis tinham cura?
Matámos todos e abaixámos as armas. Suspirei. Que dia.
Mas ninguém estava preparado para o que saiu do celeiro depois.
Escutei som de zumbi de novo e olhei para trás. Fiquei esperando, com a arma para baixo e foi quando a garota ruiva saiu de lá, erguendo a cabeça e nos olhando com aquele olhar vazio.
Senti meu coração parar de bater. Sophia avançava para mim, fazendo sons estranhos, com uma ferida horrível no pescoço...
Percebi que Daryl segurava Carol, que chorava imenso, caída no chão, e olhei a menina de novo.
- Leah! - Shane tentou se aproximar, mas eu ergui um braço e ele parou.
Respirei fundo e deixei Sophia, ou o que antes fora ela, se aproximar. Segurei as lágrimas e respirei fundo. Ergui a arma e, tentando olhar ela como um zumbi, atirei na sua cabeça.
Seu sangue sujou minha camiseta e eu vi o corpo morto dela cair para trás.
Abaixei o braço e fiquei olhando ela. Depois, quando percebi que Carol saíra dali, rodei e fui até Hershel e olhei bem nos seus olhos.
Senti a mão de Daryl no meu braço, que ainda segurava a arma.
- Era ela quem procurávamos! - Falei.
Ele me olhou. - Não sabiamos. Ottis que trouxe ela.
Franzi o cenho, mordi o lábio, mas saí dali, sacudindo a mão de Daryl.
Me afastei deles, guardando a arma. Só parei junto da vedação da fazenda, afastada de tudo e todos. Apoiei os cotovelos na vedação e abaixei a cabeça.
Sophia era uma menina. E morrera sozinha, com medo...
Escutei alguém do meu lado e levantei, mas vi que era Daryl. Fiquei olhando ele.
- Ela esteve sempre aqui. - Falei.
Ele assentiu.
Balancei a cabeça olhando para longe. - Eu... - Olhei Daryl de novo. - Foi o Ottis quem trouxe ela, meu Deus.
Esse facto tinha uma importância para mim que o Dixon nunca saberia.
Então, do nada, as lágrimas vieram e caíram pelo meu rosto.
De repente, me pegando de surpresa, senti os braços de Daryl me abraçando, apertando forte. Queria afastar ele, mas não consegui. Encostei a cabeça no seu peito e chorei, chorei pela morte de Sophia, tão injusta.
Senti a mão dele subindo e tocando na minha cabeça e, incrivelmente, me senti segura.

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