Elli-May não sabia como se havia de aproximar de Tom, por medo e vergonha do sentimento não ser recíproco. Até que Rebekah, a sua melhor amiga, a convenceu a deixar a sua timidez e medo de lado e começasse a mandar-lhe nudes anonimamente. Será que...
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• 𝓔𝓵𝓵𝓲-𝓜𝓪𝔂 •
- O que é que estás a fazer? – Tom pergunta-me.
Eu só queria chorar e tê-lo o mais longe possível de mim. Durante a noite tive bastante tempo para pensar no que dizer a Tom quando nós tivéssemos esta conversa. Só nunca pensei que fosse ser tão cedo.
A verdade é que, Shirley era uma mulher madura, com um emprego estável, era da mesma idade que Tom e tinham ambos objetivos em comum. Eu consegui ver no seu rosto quando ela entrou. Era como se o mundo tivesse parado e eram só eles os dois. Esta última semana foi desafiadora. Ela não parou um único minuto de flertar com Tom e isso deixava-me muito mal-humorada.
À beira de um colapso. Eu não sou ciumenta. Apenas sei, o quão frágil a nossa relação quase inexistente é. Eu sabia que ele ia ser mais feliz com ela. E que eu vou odiar-me para o resto da minha vida por causa da maneira como eu tinha que o tratar e dizer, para ele odiar-me e seguir em frente com a sua vida. Tudo o que eu ia fazer era com o pensamento de, é o que é melhor para ele.
- Pensa comigo, é o melhor para ti. – Recomponho as minhas ideias. – Não te julgo se quiseres que o que nós temos acabe, foi bom enquanto durou, mas tu tens que pensar no que é melhor para ti.
- Que conversa é essa Elli-May? – Ele pergunta chamando-me pelo meu nome completo, algo que ele talvez o tivesse feito 2 ou 3 vezes desde que nos conhecemos.
- A verdade é que. – Faço uma pequena pausa e começo a odiar-me pelas palavras que eu ia dizer a seguir. – Isto... – Aponto para ele e depois para mim. – ...nunca vai ir a lado nenhum, temos 6 anos de diferença, tu já tens um emprego estável, uma boa casa e provavelmente queres começar uma família. Eu ainda estou, apenas, em trabalho de secretária, o não há muito que eu já tenha conseguido. Tom, eu não sou como tu e entendo perfeitamente se queres encontrar alguém que tenha os mesmos objetivos que tu. Shirley é perfeita para isso.
- Não May para com isso, não digas merda. – Ele fala visivelmente chateado.
- Tom eu só estou a pensar no que é melhor para ti. Estes últimos meses foram ótimos e bastante educativos, e eu não guardo rancor se pensares que tudo isto foi apenas uma boa aventura com uma mulher mais nova, não tão experiente. – Falo com um sorriso fraco e falso no rosto.
- May tu sabes bem que eu não penso em ti dessa maneira. Eu gosto de ti. – Ele coloca a sua mão na minha face, fazendo o meu corpo estremecer um pouco.
- Não Tom, tu gostas da ideia de mim, eu não sou a tua princesinha perfeita. Eu ainda estou na idade de ir a um bar, embebedar-me e ir para casa com o primeiro homem que me aparecer à frente. Sair sorrateiramente pela manhã e nunca mais o ver outra vez.
- Não May, tu estás apenas a dizer estas coisas para me afastares de ti. Eu sei que sentes algo por mim e também sei que tudo isto foi mais do que uma simples aventura. Tu própria o admitiste quando me começaste a mandar aquelas fotos. May eu gosto de ti e tu de mim.
Foda-se Tom, porque é que tens que ser tão perfeito? Isto tudo estava a matar-me por dentro. Eu conseguia ver os seus olhos a começarem a ficar vermelhos, eu odiava vê-lo assim.
- Não Tom eu não gosto de ti nessa forma.
- May...
- Isto tudo foi uma maneira para eu conseguir ir para a cama contigo. – Começo a mentir sem rumo, na esperança de que ele se fosse embora. - Na verdade, pensei que fosse só uma noite, mas tu querias mais do que isso. Eu não sou tão inocente como pensas.
- Não me mintas May, para de me fazeres odiar-te.
- Porra Tom é a verdade. Eu só queria ir para a cama contigo. Um homem mais velho. Um dos meus chefes.
- Não acredito em ti. Tu estás a mentir para me afastares porque quando as coisas ficam complicadas é o que tu fazes.
- Não Tom, esta é a verdade e ela não vai mudar. Se não quiseres acreditar não acredites. Foi um bom passatempo. Eu agora tenho que ir trabalhar e tu também, por isso apenas sai.
- Não. – Ele fala abraçando-me, porque é que ele estava a dar tanta luta, eu preciso de ele longe de mim.
- Como assim não? Tu tens que ir Tom. – Falo e as lágrimas voltam sem a minha permissão pelo seu contacto.
- Não, eu não te vou deixar. – Ele aperta-me com mais força.
O seu contacto fez-me perder qualquer ideia que eu tinha, a minha linha de raciocínio simplesmente deixou de existir. O seu toque deixa-me aérea e eu sucumbo às minhas emoções perdendo parte da força no meu corpo.
- Porque é que ainda aqui estás? Eu disse que não gosto de ti, que tu foste apenas... - Tom interrompe-me colando os nossos lábios num beijo apaixonado, ao qual eu respondo sem pensar.
- Tu és demasiado importante para mim para eu te deixar ir. – Ele fala e eu simplesmente aproveito o seu abraço.
- Desculpa. – Digo arrependida de tudo o que lhe tinha dito.
