Soul - Amor De Almas (MewGulf)

Cap 39 (O troglodita gostosão)

Mew

Acordo com os braços em volta do seus ombros o prendendo contra mim, fazem mais de dois anos que acordo feliz, dizem que podemos nos acostumar com tudo, até com o que é ruim, eu descordo em partes, podemos nos acostumar com o que é ruim, uma prova é em como eu estava acostumado a acordar com frio, em acordar e não ver as cores, olhar para as rosas que tem no meu jardim e não ver a verdadeira beleza que elas carregam, eu estava acostumado com isso, acostumado a sentir o vazio e a dor. Agora acordar sentindo um corpo quente colado ao meu, abrir os olhos e ver aquela imagem linda do meu amor de lábios rosados, com as bochechas amassadas por estar deitado no meu peito, causando um biquinho que tenho que me segurar para não morder, sentir seu cheiro, ainda não consegui acostumar com isso.

Sempre que desperto tenho medo de abrir os olhos e descobrir que foi só mais um sonho,

então fico ali por alguns minutos antes de criar coragem para conferir se quando abrir meus olhos ele vai continuar nos meus braços. Parece loucura? Talvez sim, mais depois de tantos anos sozinho sentindo a sua falta, tenho certeza que não suportaria o perder novamente, quando o perdi duas vezes a muitos anos atrás eu nem havia chegado a conhece-lo e a dor foi tão grande que tive que me refugiar na minha própria mente para tentar resistir e continuar com a esperança que eu teria uma nova chance de encontra-lo. Mais agora que experimentei a doçura dos seus lábios, a maciez da sua pele, o som da sua rizada, esse cheiro que é como meu próprio ar, seria impossível continuar um dia se quer sem ele.

Com essa ideia, abro os olhos e fico admirando por muito tempo o que está nos meus braços, como pode ser tão lindo? Sei que tenho que tomar alguma atitude, desde o seu despertar eles estão nos rondando, precisamos fazer alguma coisa, o que exatamente eu não sei, talvez o meu irmão pudesse me ajudar mais ele está tão perdido na sua própria dor que me sinto receoso em o procurar.

Mais antes de qualquer coisa preciso acordar esse bebê que a cada dia fica mais manhoso para acordar. Começo a deixar beijos pelo seu rosto na tentativa falha de fazê-lo abrir os olhos.

- Abra os olhos meu bebê, sei que já acordou. -Falo enquanto beijo os seus olhos e nariz, ele rola saindo de cima do meu corpo e esconde o rosto no travesseiro.

-Mais 10 minutos boo! você não me deixou dormir essa noite. - Não consigo segurar o riso com a forma que ele fala, com a voz manhosa tentando jogar a culpa em mim.

-Sério que vai colocar a culpa em mim? -falo mordendo seu pescoço, ele se encolhe tentando fugir.

-A culpa foi sua por me assustar daquele jeito, fiquei horas sem te sentir, consegue imaginar como estava com medo? então a culpa é toda sua P'mew. -Ele fala manhoso mais com a voz firme e na mesma hora me sinto culpado.

-Desculpa meu bebê, eu não tive escolha. -Passo a mão nos seus cabelos fazendo um carinho. Minha voz sai um pouco baixa e mesmo sem querer transmite o quanto eu fiquei triste por ter que deixa-lo sozinho, mesmo que foi por poucas horas, mas sei que um minuto sem a presença um do outro é assustador.

Ele se vira ficando de costa no coxão em baixo do meu corpo e me finta com os olhinhos tristes, passa a mão no meu rosto e me puxa em sua direção colando nossos lábios em um selinho demorado com as duas mãos no meu rosto, fazendo um carinho que me faz soltar um gemidinho manhoso, ele me afasta fintando os meus olhos, ficamos em silencio por alguns minutos somente nos olhando, não precisamos de palavras para nos entender, para saber o que está em nossos corações, sua alma alcança a minha em um abraço calmo e deixo meu corpo cair sobre o dele, ele passa os braços em volta dos meus ombros, leva uma mão até a minha nuca enfiando os dedos no meio dos meus cabelos encaixando minha cabeça no seu pescoço, nos encaixamos perfeitamente um no outro. Ficamos assim por alguns minutos, nos sentindo de corpo e alma, sua pele quente contra a minha, até que ele quebra o silencio falando próximo ao meu ouvido.