17_Nova amizade...

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Voluntários maqueados de palhaço, percorrem os corredores do hospital, no intuito de levar um pouco de alegria aos doentes, algo que contribui bastante, tanto que esse movimento existe à anos.

Um deles entra no quarto de Lyra, Rey o observa curiosa, já tinha ouvido falar a respeito, agora pode compreender melhor o trabalho importantíssimo dessas pessoas.

Depois de fazê-las rir com suas brincadeiras, o rapaz dá uma flor para Rey que, fica ruborizada diante do flerte.

-Será que este palhaço aqui pode saber o nome da bela moça? _pergunta o voluntário.

-Rey. _ela não demora a responder, embora esteja notavelmente corada.

-Humm... bonito nome! Prazer em conhecê-las, me chamo Poe.
_ele permanece fitando-a.

Rey e Lyra se entreolham, denunciando um sorriso quase imperceptível, enquanto a garota ajeita o travesseiro da mãe, em seguida estendendo a mão para Poe.

-Prazer em conhecê-lo Poe, você é muito simpático.

-Oh! Obrigada! Assim você derrete meu coração! _segue em tom de brincadeira colocando a mão sobre o peito.

Ela não pode deixar de observar que o rapaz por trás da maquiagem é aparentemente bonito, além de carismático.

Ele segue entretendo elas com sua conversa descontraída, demorando-se alí um pouco mais do que costuma em suas visitas aos pacientes.

-Já vou, mas amanhã virei novamente. _avisa Poe fazendo reverência antes de se retirar do quarto.

-Thau! _as duas respondem simultaneamente.

-Bonitão ele! _Lyra observa.

Rey estreita o olhar para a mãe, as duas riem.

-Simpático também... -comenta Rey.

-Você falou duas vezes que ele é simpático... _ressalva Lyra.

-Ah mãe! Dá um tempo tá! _a garota ri enquanto revira os olhos.

As duas ficam em silêncio por algum tempo, Rey levanta uma sobrancelha, olhando para a mãe novamente rindo.

-Pode tirar esse pensamento da cabeça... Não estou precisando de namorado!

-Mas eu nem falei nada. _Lyra se faz de desentendida.

-Hum... Tá certo! _Rey conserva um sorriso, junto à expressão de quem não ficou convencida.

As duas seguem conversando de forma espontânea por mais algum tempo até que, Rey sente seu estômago roncar, elas riem.

-Mãe, vou lá fora lanchar.

Lyra assente. Rey vai até o quiosque, sente muita fome, a correria do dia a dia por vezes a impossibilita de se alimentar adequadamente. Enquanto lancha, ouve a voz familiar.

-Posso lanchar com você? _Poe pousa a mãe sobre o encosto da cadeira.

-Sim, claro! _responde Rey com um sorriso rápido, observando o rosto do rapaz agora sem maquiagem, confirmando o quanto ele é bonito.

O rapaz senta iniciando algum assunto aleatório, ela em maior parte, apenas escuta, vez por outra riem.
A conversa tranquila prende a atenção da garota até que, a mesma visualiza o carro de Ben se aproximar.

O coração de Rey parece querer saltar do peito, subitamente, ela fica agitada, o que não passa despercebido por Poe.

-O que houve? Você está bem?

-S-sim, estou bem é que... _seu olhar atento procura por Ben -Lembrei que preciso resolver alguns assuntos.

-Ok, tudo bem!
_a resposta dela não o convence, contudo, o rapaz percebe que é melhor não insistir, não quer ser inconveniente.

-Se você quiser, pode ser voluntária também. _Poe propõe, antes que ela se afaste.

-Agradeço o convite Poe, mas infelizmente não tenho tempo.

-Tá, então, amanhã a gente se vê.
_o rapaz se despede sem mais delongas.

Ela caminha apressadamente em direção ao quarto da mãe, não pretende encarar Ben tão cedo, não se sente segura sobre os próprios pensamentos sobre o mesmo.

***

Chegando ao quarto onde a mãe se encontra, a garota comenta sobre o encontro com Poe, entre outros assuntos, entretanto, Lyra percebe uma pequena agitação na filha, observando-a com mais atenção.

-O que houve filha? Você parece um pouco tensa.

-É impressão da senhora. _Rey tenta desconversar.

-Algo com Poe?

-Não... pode ficar tranquila, eu estou bem. _a garota esboça um leve sorriso que aparentemente convence a mãe.

-Ta certo filha... sabe que sempre pode desabafar comigo.

-Sei sim mãe, agora descanse. _Rey beija a testa de Lyra, em seguida senta-se na poltrona, pegando seu celular.

A garota vasculha suas redes no intuito de se distrair, ri das loucuras de Rose e Finn, lê algumas notícias... passa algum tempo assim até cansar-se, ela bufa jogando o celular de volta na bolsa, levantando-se em seguida, vai até a janela, observando do pouco que consegue, o fluxo ainda intenso de pessoas que, provavelmente saem do trabalho.

Rey se vira, olhando Lyra dormir, depois volta sua atenção ao movimento lá fora, encostando a cabeça na janela, vê então um homem de costas, semelhante à Ben. Ela abre a boca, em seguida morde os lábios forçando seus olhos um pouco mais, no intuito de confirmar a suspeita, porém, o tal homem se vira, fazendo a expressão da garota relaxar, aparentemente resignada, não era Ben.

Direcionando o olhar para o céu, suspira, absorta em seus pensamentos... Sabe que ficará frente a frente com ele, mais cedo ou mais tarde...
Mais do que isso, diferente de momentos atrás, quando fugia da possibilidade de encontrá-lo, ela admite agora, pelo menos para si própria, o quanto gostaria de revê-lo...

Em outro momento, pensa em Poe, no seu jeito agradável, não nega que é um rapaz interessante, contudo, percebe que o ar enigmático de Ben, chama sua atenção de forma distinta.

Rey permanece encostada na janela, averiguando o modo como tudo mudou, ela de fato não esperava passar por tanto, a doença a que sua mãe fora acometida... o trabalho na boate... conhecer alguém como Ben...

Um calor estranho percorre seu corpo, lembrando o olhar lascivo sobre ela, o que ele faria se colocasse as mãos em seu corpo?
Certamente a faria gemer sem qualquer pudor... a garota sente sua intimidade pulsar... sim, ela muito provavelmente iria
apreciar o toque daquele homem...

-Está sem sono querida? _Lyra a tira de seus devaneios, Rey se vira repentinamente.

-Ah... eu só estava observando o movimento.

-Tente dormir um pouco. _recomenda a mãe.

-Sim, sim, irei dormir.
_Rey retorna à poltrona. -Boa noite mãe.

-Boa noite filha.

A garota fecha os olhos, sentindo a umidade entre as pernas, repreende a si mesma internamente, almejando tirar da cabeça, esse pensamento visto por ela como impróprio.

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Notas finais _
Hum...Rey não vai resistir muito tempo...

"Eu nunca senti isso..."
_Never Have I Felt This_
Koven_
💖🔥🔥


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