51_Reconciliação

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Pensativa, Rey olha para o prato na sua frente, composto de ovos, bacon e torradas, que sua mãe comumente prepara com carinho. No entanto, não tem certeza se é uma boa idéia comer nesse momento, tendo em vista as repentinas náuseas.

Definitivamente, a jovem ainda não se sente preparada para revelar seu segredo à mãe. Apesar de saber que poderá contar com seu apoio, uma coisa é certa, Lyra estará na porta de Ben no minuto seguinte.

Sua mãe sempre foi muito protetora, até mesmo nas ocasiões mais simples, o que dirá sobre algo tão sério, a vinda de um neto.

Pousando a mão sobre a barriga lisa ainda sem sinais de gestação, Rey divaga, mais uma vez sua vida está de pernas para o ar, agora com uma grande diferença, ela será mãe.

"Um bebê... Fruto do nosso amor e sequer posso falar para ele, que será pai."

A garota suspira com o cotovelo sobre a mesa, tendo o queixo apoiado em uma das mãos, enquanto sorri sutilmente, ao imaginar Ben mimando o bebê. Um homem daquele tamanho, totalmente enrolado no dedo mindinho do seu filho, certamente seria uma cena feliz, a qual faria questão de guardar na memória.

Mas voltando rápido a sua realidade, sabe perfeitamente o quão arriscado será se essa notícia também cair nos ouvidos de Han Solo.

Balançando a cabeça, se desfaz dos pensamentos, colocando a mão sobre o ventre em gesto defensivo. Agora muito mais do que antes, a futura mamãe precisa proteger seu bebê.

Infelizmente, dizer a Ben que está grávida, não é uma opção, embora seu coração esteja partido, mas é de suma importância ocultar essa novidade, tendo em vista o quão mau Han é capaz de ser.

- Você não vai comer?

Lyra pergunta olhando para o prato ainda intacto da jovem. Voltando o olhar para sua mãe, Rey desperta, respondendo com um tom de voz arrastada.

- Estou sem fome, mas vou tomar o suco, para quebrar o jejum.

- Precisa se alimentar corretamente, filha.

- Comerei mais tarde na lanchonete.

Lyra levanta a sobrancelha direita em desaprovação.

- O que? Você prefere a comida da lanchonete?

- Imagina, não é isso.

Lyra sorri, esta por sua vez, só quer convencer a garota a tomar o café da manhã.

- Estou brincando, faça como achar melhor, desde que não pule as refeições, caso contrário terá vertigens.

- Não tenho fome agora, mas juro que comerei mais tarde.

- Assim espero.

Observando a filha demasiadamente pensativa, desconfia que tem algo errado, mas prefere que a jovem a revele quando se sentir confortável, embora não consiga esconder sua preocupação.

- Está tudo bem?

Fazendo círculos na toalha de mesa com a ponta do dedo indicador, Rey pensa em uma forma de resolver toda essa situação.

- Mãe, você já pensou alguma vez em ir embora daqui?

Lyra para de mastigar por um momento, colocando o talher sobre a mesa.

- Ir embora, de onde tirou essa ideia? Está acontecendo alguma coisa?

Na esperança de não ser tão transparente, a garota oferece um fraco sorriso, porém, nada convincente.

- De forma alguma, apenas imaginei na possibilidade de começarmos uma nova vida em outro lugar, respirar novos ares.

- Você não gosta mais daqui?

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