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Sentindo o calor reconfortante ao redor de seu corpo, Rey desperta lentamente, agora vendo Ben dormir... ela observa o ritmo suave de sua respiração, então volta a olhar para o rosto dele, deleitando-se com seus belos detalhes, traçando um caminho com os dedos sobre as pintas com cuidado para não atrapalhar seu sono. Ele é tão lindo e atraente, ela adoraria passar horas apenas bebendo de sua beleza.

Depois de transarem mais duas vezes, ambos haviam adormecido, abraçados, trocando carícias e palavras gentis... Rey quer ficar alí para sempre, desfrutando do momento feliz, ela nunca se sentiu tão completa. Seu corpo ainda aquecido de todos os toques e carícias, sua intimidade pedindo por mais, ela se sente diferente... Agora que conhece o prazer de ser amada, sua vontade é sentí-lo dentro de si novamente e novamente, até que ambos estejam esgotados, ofegantes, sorrindo, trocando palavras doces e quentes...

O sorriso dela se desfaz lentamente... A dor surgindo em seu âmago quando a realidade a atinge. As ameaças de Han inundando sua mente, ele foi muito claro...
"Se ele te procurar, eu sugiro que o ignore, caso contrário terei que visitar sua mãe..."
Aquelas palavras permanecem rodeando seus pensamentos.

Rey afasta uma mecha de cabelo do rosto de Ben, vendo-o suspirar, ele parece tão sereno. Ela não tem certeza de como ele vai reagir ao perceber que não ficarão juntos, provavelmente não restará muito ao redor dele. Uma lágrima corre pela face dela que, aperta os lábios sentindo suas entranhas se contorcerem.

Relutante ela se afasta, tomando o cuidado de não acordá-lo. Mais lágrimas agora deslizam insistentes em suas bochechas. Ela cata suas roupas fungando enquanto enxuga o rosto com as costas das mãos. Vestindo-se o mais rápido possível, ela se aproxima da cama olhando-o copiosamente antes de se dirigir até a porta.

Segurando a maçaneta com cuidado para não fazer barulho, ela abre a porta sai. A tristeza invadindo-a contudo, Rey sabe que não pode arriscar, Han é um homem cruel, ela já teve sua cota e sabe que não pode bater de frente com ele...

Rey caminha rapidamente para o camarim, pegando seu sobretudo e bolsa, apressando-se em sair da boate. Uma batalha em sua mente tentando não imaginar como ele vai se sentir, o que vai pensar...

Suas pernas vacilam por um momento e ela se agarra a uma grade de uma casa. Um nó na garganta fazendo-a ofegar. Respirando fundo retoma os passos ainda vacilantes. Algumas pessoas se aproximam dela, entre eles, um homem segura o braço dela gentilmente.

- Moça, você está bem? Precisa de ajuda?

Rey tenta se recompor.
- Uh... Sim eu... Estou bem, obrigada!

- Tem certeza?

-Sim, obrigada!

O homem não parece convencido no entanto não insiste, ele acena indo embora com os demais. Rey permanece mais alguns minutos parada, pensativa. Fechando um pouco mais o sobretudo, ela continua sua trajetória para casa.

***

Ben não demora a despertar, ainda de olhos fechados, ele quase sorri esticando o braço em busca de Rey. Abrindo os olhos senta-se abruptamente ao perceber que seu lado na cama está vazio. Ele olha ao redor detendo-se na porta banheiro, esperando ouvir algum som de chuveiro.
"Sim! Ela certamente está tomando banho!"

Ele se levanta indo em direção ao banheiro, sua respiração pesada. Ao abrir a porta seu rosto cai em decepção, uma sensação estranha, ele sente seu estômago afundar, a angústia crescendo dentro de si, seus olhos inutilmente procurando Rey por todo o cômodo.

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