16_Conflito interior...

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Os encontros casuais entre Rey e Ben fora da boate, tornan-se frequentes, precisamente, onde ela costuma tomar seu café, no quiosque situado em frente ao hospital, por hora, ela segue essa rotina, enquanto Lyra se encontra internada.

Ben quase sempre a vê, quando sai das reuniões com a direção do hospital, ou mesmo quando passa eventualmente pelo local que, além do hospital, tem uma diversidade de empresas, com os mais variados ramos de negócios.

Ele não faz a mínima idéia do porque da garota está constantemente alí, entretanto, prefere não perguntar, havia notado uma certa resistência da mesma, quando perguntou se ela trabalhava perto dalí. Rey, da mesma forma, mantém-se reservada.

Contudo, os dois gostariam de saber um pouco mais, um sobre o outro, porém, o receio de conversar mais abertamente, por não quererem ser  invasivos, faz com que ambos falem apenas sobre assuntos não pessoais.

Não obstante, a garota sente-se cada vez mais acuada, diante do olhar abrasador do mesmo, quando a observa dançar. Essa situação revira cada dia mais seus pensamentos sobre Ben que, com sua gentileza e atenção, a faz se sentir cercada de todos os lados.

Longe da boate, sempre que se vêem, ele parece diferente, insondável, porém, aprazível, pelo menos é essa a leitura que a garota consegue fazer dele.

Não é fácil para ela assimilar o comportamento dele nas diferentes situações, o Ben que costuma ser gentil ao compartilhar um café, é o mesmo que a deixa constrangida, com seu olhar sequioso.

O fato de ela usar máscara na boate, à tranquiliza de certa forma, acredita que ele nunca descobrirá sua verdadeira identidade.

Nas apresentações, Rey evita falar ou olhar para ele que, dificilmente lhe dirige a palavra, apesar do desejo de fazê-lo. Quando se falam, são apenas  cumprimentos formais.

Todavia, ele não tira da cabeça a idéia de possuí-la, nunca mulher alguma havia resistido a ele e, o fato dela evitá-lo, o faz desejá-la cada vez mais, ele seria capaz de pagar o valor que fosse, para provar daquela mulher tão misteriosa a qual o tem frustrado com sua recusa.

Entretanto, Ben é insistente, continua a presenteá-la, o que a deixa sempre sem graça, ela sabe perfeitamente o intuito de toda aquela gentileza... O modo como a olha, a faz se sentir desconcertada, evitando-o ao máximo, não fosse sua boa capacidade de concentração, ela sequer conseguiria dançar para ele.

***

Na lanchonete, seus desabafos com Finn e Rose, fazem com que os amigos se sintam diante de uma novela. Finn chega a ficar eufórico com as novidades da amiga.

-Se ele descobrir, o que você pretende fazer?  _pergunta Rose, observando Rey limpar o balcão.

-Não faço idéia mas, com certeza não terei mais coragem de olhar para ele. _responde Rey arqueando as sobrancelhas.

-Ai amiga, tenho tanta inveja de você, sabia?  _Finn brinca torcendo a boca.

Rey e Rose olham para ele franzindo o rosto.

-, deve ser bom se sentir desejada, vocês vão dizer que não?  _Finn arqueia as sobrancelhas.

-A questão não é essa, seu desmiolado! Não dá pra se sentir bem, sendo desejada na profissão dela, é uma faca de dois gumes, você não entende? _explica Rose gesticulando com as mãos.

-Ai calma! Não precisa me engolir, só estou brincando! _Finn levanta as mãos em rendição.

-Do jeito que você é sem juízo, eu não duvido que gostaria, aliás, ia pular de cabeça! _Rose enfatiza torcendo a boca.

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