32_Incerteza...

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O familiar toque suave faz Rey abrir os olhos relutantes em despertar, Lyra havia se posicionado de forma à alcançar o rosto da filha mesmo com dificuldade

Ao perceber, a garota levanta rapidamente com semblante preocupado, ajudando a mãe a se posicionar

"Mãe! O que está fazendo? Se a senhora caísse?"

Lyra a olha incessantemente, como se procurasse respostas para aqueles traços de tristeza tão perceptíveis

"Queria muito saber o que está te acontecendo com você filha..."

"Não está acontecendo nada, é impressão da senhora, agora se comporte, preciso ir para a lanchonete..."
Rey sorri enquanto passa a mão nos cabelos da mãe
"Vou tomar um café, até mais tarde!"
Finaliza ela, se dirigindo para fora do hospital

Tentando relaxar um pouco, ela inspira o agradável aroma do café enquanto tenta desfazer todo aquele caos em que se encontra sua mente

"Bom dia!"
Surge Poe sentando à mesa

"Bom dia!"
Responde Rey interrompendo os pensamentos

"Como está Lyra?"
Pergunta o rapaz cruzando as mãos sobre a mesa

"O novo tratamento está tendo um resultado melhor"
Rey está entusiasmada com a melhora da mãe...

"Que notícia boa Rey!"
Poe está feliz e empolgado com a boa nova

A garota volta a tomar o café, Poe coça a cabeça
"O seu amigo... Ben, sofreu um acidente grave, não foi?"

Rey engasga afastando a xícara dos lábios derramando um pouco do café, mortificada ela demora a encontrar as palavras

"C-como... você soube?"

Poe observa a reação de Rey, franzindo a testa responde

"Bem... ontem à noite, quando eu estava saindo daqui, chegou uma ambulância e os enfermeiros me pediram ajuda para retirar a maca, foi então que eu percebi que era Ben, fiquei até surpreso..."

Rey baixa a cabeça pousando a mão na boca, respiração descompassada
"Então... ele, está aqui!?"

"Sim, desde ontem, pensei que você soubesse"
Poe apoia os cotovelos sobre a mesa com uma expressão de dúvida

"Não...eu... não tenho notícias dele"
Rey fala com voz embargada, seus olhos marejados

"Mas agora que ele está aqui você pode buscar informações com a família e visitá-lo..."
Poe percebe a angústia da garota que permanece de cabeça baixa apertando uma mão contra a outra

"Infelizmente eu... não posso ir até ele"

"Mas por que?"
Poe franze o rosto

"É uma longa história..."
Rey passa uma mão sobre a outra deixando nítida a tensão

"Bom... Se você quiser conversar, fique à vontade"
Poe tenta tranquilizar a garota sem fazer pressão

Rey pisca os olhos seguidas vezes, empurrando o ar para fora dos pulmões, então ela olha para Poe um pouco hesitante até que decide falar

"Eu e Ben... estávamos saindo...
Há considerável quantidade de lágrimas em seus olhos, no entanto Rey tenta se conter, Poe assimila, apoiando o queixo com uma mão

"Naquele dia em que você me abraçou aqui na calçada do hospital, ele viu e... deduziu tudo errado, então depois de alguns dias ele foi ao meu encontro e nós discutimos..."
A voz de Rey falha por um instante, ela sente um aperto na garganta ao relembrar toda a cena
"Ele saiu dirigindo feito louco e acabou capotando o carro, eu vi tudo..."
As lágrimas agora rolam pelo rosto da garota
"Foi... horrível, eu... pensei que ele tinha morrido..."

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