38_Ameaças...

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Os dias e noites parecem ficar mais longos... Rey não teve mais qualquer notícia de Ben. Isso a consome lentamente, sem contar o medo de esbarrar em Han quando ela está no hospital. Já se passou cerca de uma semana do episódio aterrorizante pelo qual ela passou ao visitar Ben. Rey sente suas esperanças se esvaindo aos poucos, ela deseja pelo menos que ele esteja bem.
Talvez um dia, o destino coopere e eles possam se reencontrar, viverem seu romance em paz, quem sabe Deus...

Ao menos um pouco de alegria em seu coração, Lyra está próxima de finalizar o tratamento, ambas estão ansiosas pelo término da atual e fatídica rotina. Não que Rey se incomode em cuidar da mãe, entretanto ela sabe o quanto é degradante estar dia após dia em um leito de hospital e por tanto tempo... Lyra está animada com a idéia de ir para casa mas não alheia ao sofrimento que a filha luta com unhas e dentes para esconder.

Rey sempre tão preocupada com a mãe, não foi capaz de lhe contar tantos acontecimentos. Além do mais, o fato de sua estadia no hospital está chegando ao fim desvia Rey de seus pensamentos sobre Ben pelo menos em parte... Ela até tem planejado com Rose e Finn uma festa de boas vindas para Lyra que, ultimamente tem se concentrado na idéia de convencer a filha a largar o emprego no boate.

-Rey, querida... quando eu voltar para casa já posso trabalhar, logo não há necessidade de você continuar trabalhando à noite.

Rey responde suavemente

-Nem pensar mãe! Mais do que nunca a senhora terá que ter cautela para não precisar voltar para cá!

Lyra afasta a cabeça para trás franzindo o rosto

-Deus me livre!

Rey arqueia as sobrancelhas torcendo a boca enquanto acomoda o travesseiro nas costas da mãe.

-Então...nada de extravagâncias senhora teimosa!

Ambas se entreolham rindo enquanto trocam um abraço.

***

A noite chega trazendo consigo uma ventania incomum, Rey esfrega as mãos contra os braços depois as esconde contra o próprio corpo. Ela faz o trajeto para a boate distraída. Ao chegar próximo a boate não percebe mas, Han está do outro lado da rua sob uma árvore, encostado em seu carro com um charuto na boca, como um predador a espreita.

Rey entra em seu local de trabalho indo direto ao camarim como sempre costuma fazer, cumprimentando um ou outro que passam por ela. Tão logo a garota entra na boate, Han se afasta do carro, caminhando sem qualquer pressa, tranquilamente... e friamente...

Ele entra na boate se esgueirando para não ser notado, escolhendo uma mesa que não o deixe tão exposto.
Cerca de uma hora depois, Rey está no palco fazendo sua apresentação. Apesar da máscara ele sabe que é ela.

Han a observa enquanto aprecia um whisky, Rey é deslumbrante, seu modo de dançar prende a atenção de todos alí próximos ao palco, faz sentido Ben ter ficado tão atraído por ela... O velho reconhece erguendo uma sobrancelha com um meio sorriso.

Mas Han não está alí para admirá-la, suas intenções são totalmente diferentes e cruéis. Ele espera pacientemente...entre um gole e outro, observando toda a movimentação do local.

São quase 3 da manhã quando os últimos clientes saem do recinto, Rey até pensa em esperar as colegas, entretanto está exausta, decide então ir embora.
Ela caminha apressada, tentando acompanhar algumas pessoas que estão à sua frente quando sente um puxão em seu braço.

Rey tenta gritar mas uma mão enorme está sobre sua boca, o homem a arrasta até o carro enquanto ela se debate. Ela vê quando ele abre a porta, jogando-a no assento, ela pensa em gritar porém, sua voz congela ao ver que é Han. Rey está em pânico, lágrimas brotando em seus olhos, Han bufa rindo diabolicamente.

-Olá vadiazinha

Rey ofega

-O que você quer?

Han levanta uma sobrancelha analisando o corpo da garota

-Deixe-me pensar...

Rey arregala os olhos deixando cair grossas lágrimas

-Não faça nada comigo por favor!

Han ri mas seu semblante muda rapidamente para algo perverso, ele agarra o queixo de Rey com força. Rey grita exasperada porém, ele à contém.

-Calada vadia! Hoje vou te poupar... Vim apenas te fazer uma advertência, não quero você perto do meu filho, ESTÁ OUVINDO!

-Eu nunca mais o vi! SEU LOUCO!

Han a empurra

-Menos mau mas, se ele te procurar, eu sugiro que o ignore, caso contrário terei que visitar sua mãe...

Rey estremesse desesperada com o pensamento, é claro que ele já deve saber tudo sobre elas. Ela vai pra cima dele descontrolada.

-Desgraçado! Se você chegar perto da minha mãe, EU TE MATO!

Han a joga no chão como se ela fosse uma boneca, em seguida ri, olhando-a com desprezo.

-Está avisada biscate! Fique fora do caminho de Ben! Não quero ele de caso com uma qualquer como você!

Han entra no carro indo embora, Rey se levanta chorando desesperada enquanto toma seu caminho para casa. Ela ama Ben, mas não arriscará a vida da mãe em hipótese alguma, não mesmo! Por mais que dia... E vai doer muito... Ela sabe que ficar longe dele não será nada fácil... Não depois de ter sentido a intensidade dos sentimentos de ambos.

Ao chegar em casa, ela se debruça sobre a cama, mais lágrimas correm por sua face. Tudo ela queria agora era se aconchegar nos braços da mãe...ou de Ben... Ela queria tanto que ele estivesse ao lado dela, protegendo-a, amando-a...

Mas até então, ela não teve notícias dele, entretanto, se Han veio importuná-la, significa que Ben está se recuperando... ele está bem, Rey sorri com o pensamento, esquece por um instante as palavras ameaçadoras de Han. Seu sorriso desaparece ao lembrá-las... Ela ama Ben, certamente não hesitaria em abrir mão de qualquer outra coisa por ele mas... Nesse caso não... É uma situação totalmente diferente onde ela está com as mãos atadas... Trata-se de sua mãe.

É cruel mas, ela sabe que terá de fazer uma escolha se ele a procurar...

***

Notas_
Obrigada por ler! 🥰💕🦋

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