45. Can I have this dance?

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- Ah, Harry! – Ali protestou assim que tirei a prancheta de suas mãos.

Eu já estava ficando impaciente. Fazia tempos que nós estávamos em pé, no meio do ginásio do colégio vazio, e ela não parava de escrever naquilo! E não falava nada! Eu estava ali, sem nada para fazer, apenas lhe fazendo companhia e ela não me dava um pingo de atenção.

- Você sabe que isso é do baile de formatura, não sabe?

- Sei – respondi simplesmente, colocando a prancheta atrás do corpo enquanto Ali tentava inutilmente recuperá-la. – E sei também que você ainda não me explicou esse negócio doido da minha banda tocar no baile.

- Mas você sabe que o que tem nessa prancheta é mesmo muito importante, que eu tenho que mostrar isso para o grupo aprovar e depois levar à direção, certo? – insistiu e eu assenti, impassível. – Então você vai tomar muito cuidado, ou senão eu terei que fazer tudo de novo, não é?

- Até parece que você vai fazer tudo isso de novo – eu me apressei em dizer com as sobrancelhas arqueadas, puxando-a pela cintura até seu corpo colar no meu, e ela riu com isso. – Eu não deixo!

- Eu também quero ir embora, mas você tem que colaborar comigo!

- Tudo bem, vai... – suspirei, deixando os ombros caírem. – Eu faço qualquer coisa por você mesmo.

- Então vocês vão tocar no baile? – se aproveitou e dobrou o lábio inferior em um bico. – Por favorzinho? Precisamos de uma banda extraordinária e maravilhosamente boa e eu tenho certeza de que a McFLY seria perfeita!

- Ahm... E o que eu ganho? – quis saber, fingindo que nem notei ou gostei do seu exagero para qualificar a minha banda.

- Um "muito obrigada"?

- Mas... Só isso? – indaguei e me afastei minimamente dela, incrédulo. – Que garota mão de vaca! É sério mesmo? – insisti e Ali jogou a cabeça para trás, gargalhando. – Você não tem mais nada a me oferecer, não?

- Depende – ela disse ainda entre risos, voltando a me encarar. – O que você quer?

- O que eu quero? – eu disse, pensativo ao olhar brevemente para o alto, sentindo-a me abraçar pela cintura. – Vou poder ficar só contigo depois de salvar o seu baile?

- Se você dançar uma música comigo...

- Se você dançar só para mim mais tarde... – disse mais baixo, em tom malicioso, e ela reprimiu o sorriso que ameaçou aparecer em seu rosto.

- Acho que podemos parar por aqui, já temos muitas condições!

- Tudo bem, então não importa o que os caras digam, nós tocaremos no baile – garanti para não perder o que, aparentemente, já tinha conseguido, e Ali arqueou as sobrancelhas diante de minha animação. – E como você quer que eu dance? Assim?

E me soltei dela, começando a dançar do jeito mais ridículo possível, arrancando mais e mais gargalhadas de minha namorada.

- Harry, para!

- Mas assim é legal, olha!

- Assim não! – disse ainda entre risos e tocou meus ombros, me fazendo parar. – Eu não quero passar vergonha.

- Está bem, então...

Suspirei a fim de me recompor e coloquei a prancheta, que ainda segurava, no chão e a empurrei com o pé até ela deslizar para longe. Sob o olhar bastante curioso de Ali, pigarreei e me posicionei de frente para ela com postura antes de fazer uma reverência, que não era nada exagerada assim como aquelas que costumava fazer apenas para arrancar risos dela. Era uma reverência digna!

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