Quando o som da porta sendo destrancada chegou aos meus ouvidos, meus olhos se arregalaram no mesmo instante enquanto sentia que meu coração estava a ponto de explodir em meu peito. Desci os últimos degraus correndo com a intenção de impedir que essa fosse aberta, mas, antes que eu pudesse chegar perto de tocar a maçaneta, já era tarde demais. Ali entrou, mas parou abruptamente depois de dois passos com os olhos arregalados para a escada atrás de mim, para Brook.
- Ali...
- Se soubesse que esse era o seu motivo para não abrir a porta, eu nem teria me dado ao trabalho de procurar a chave.
- Alice, eu não...
- O que? Tinha razão, eu não devia ter vindo aqui, foi uma péssima ideia – ela me interrompeu encarando-me com seu olhar irritado antes de se virar a fim de sair da casa, mas eu segurei seu braço. – Me solta!
- Por favor?
- Me solta, eu não quero você perto de mim – pediu com firmeza, mas com olhos já marejados, e eu recuei.
- Me deixa pelo menos tentar...
- Tentar... Tentar o que, Harry? Tentar explicar? Adivinhei? – quis saber entre risos nervosos, deixando que lágrimas escapassem de seus olhos. – Acho que não vai dar. Eu tive que aguentar todo o seu ciúme e o seu drama sobre eu não ter contado uma coisa óbvia e ficar aqui, plantada na porta da sua casa, esperando pela sua boa vontade por mais de horas enquanto você... Você...
- Eu sei e sinto muito...
- É o meu último dia aqui!
- Eu sei! – disse em um tom mais elevado ao dar um passo à frente e ela deu dois para trás, mordendo os lábios. Odiava vê-la chorar, mas odiava ainda mais ser o motivo disso. – Sou um idiota e sei que o que fiz não tem explicação...
- Não, não tem mesmo! Nada explica isso – disse no mesmo tom e balançou a cabeça negativamente. – Mas tudo bem, como você disse, eu não me importo, não é?
- Ali, para! Você sabe que se importa...
- Não! – e levou as mãos ao rosto. – Não! Para!
-... Você disse que precisava de mim!
- Você não é insubstituível, Harry!
Suas palavras me atingiram como um forte tapa no rosto. Eu engoli a seco, atordoado, mas se realmente quisesse que ela ouvisse, que entendesse, tinha que continuar. Tinha que insistir. Não podia desistir dela.
- Eu te amo, você sabe disso. E você me ama! – consegui dizer.
Ela então parou por alguns segundos apenas para me encarar com seus olhos comprimidos, conseguindo assim quebrar com qualquer resquício de firmeza que ainda poderia haver em mim. A mais pura incredulidade era o que eles transmitiam. Sua respiração estava irregular como a minha e seu rosto, lavado por lágrimas, expressava toda a raiva e dor que eu causei a ela.
Era tudo minha culpa.
- Não diga isso! – ela apontou seu dedo para mim e veio em minha direção em passos largos e decididos. – NUNCA MAIS DIGA ISSO! SEU IDIOTA!
- Amor... – tentei alcançar seu rosto, mas ela deu um tapa em minha mão que se erguia.
- NÃO ME CHAME ASSIM! – gritou com a voz trêmula e, com suas mãos fechadas em punhos, começou a socar meu peito inutilmente. – EU TE ODEIO, EU TE ODEIO, EU TE ODEIO...
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Make It Change
FanfictionEle perdeu a garota de seus sonhos há alguns anos. Na verdade, há mais de 7 anos. E nunca conseguiu superar isso, sempre imaginou como seria e onde estaria agora se tudo tivesse acontecido ou terminado de uma forma diferente. Mas e se essa garota de...