9. Vem comigo

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- Ah, Danny, é uma festa. Por que eu não iria? Já fiquei muito tempo trancada dentro de casa, diferentemente de vocês, estudando para todas as provas que tivemos essa semana. Agora, assim como qualquer garota, eu mereço ir a uma festa, dar o ar da minha graça – ela fez pose ao mexer no cabelo e nós rimos.

- Mas você não é qualquer garota...

- Você é a Ali! – Tom completou minha frase, frisando muito bem suas últimas palavras, e ela rolou os olhos.

- E devia ficar com a gente, ao invés de ir à uma festa idiota cheia de pessoas idiotas desse colégio idiota – eu disse e os outros três concordaram com um aceno de cabeça.

- Ah! Por favor, quanta besteira! Eu só quero me divertir um pouco, não ficar vegetando dentro da casa de qualquer um de vocês, enquanto os assisto jogar videogame e fazer coisas de homem. Eu sou a Ali... – ela enfatizou, olhando para cada um de nós. – Mas ainda sou uma garota, que quer acompanhar o namorado em uma festa idiota e ter os seus amigos idiotas por perto.

Ela apoiou as mãos na mesa e arqueou as sobrancelhas vendo todos nós bufarmos ou rolarmos os olhos, completamente descontentes. Primeiro, porque ela ainda insistia em seu namoro com o otário do Joey. Mesmo que ele pareça ser bom com ela, pois nunca ouvimos uma única queixa de Alice sobre o relacionamento deles, era óbvio que nós não nos daríamos bem com ele de forma alguma, por motivos de: Joey era um otário. E segundo, porque sabíamos que ela não abriria mão daquela festa.

Às vezes era um tanto frustrante, parecia que nós precisávamos mais dela do que ela de nós. Como se a presença dela fosse indispensável desde o primeiro minuto em que ela resolveu andar com a gente.

- Eu dei uma semana para vocês se decidirem sobre essa festa. Uma semana! Vocês são mesmo uns chatos – ela rolou os olhos e se levantou do banco, colocando a mochila em apenas um dos ombros. – Eu vou lá para o campo, porque daqui a pouco o Joey sai do treino – anunciou olhando-nos, e nós continuamos sentados sem mover um único músculo. – Que droga, meninos, o que aconteceu? Vocês estão mais estranhos que o normal.

- É que hoje você resolveu virar menininha – Danny respondeu fazendo uma careta, e ela nos encarou por longos segundos antes de começar a gargalhar.

Ela gargalhou de jogar a cabeça para trás e colocar a mão na barriga, de ter seu rosto ruborizado e escondê-lo entre as mãos. Os meus amigos continuaram sérios apesar da forma afetada e engraçada como Danny falou, mas eu queria rir também! Eu tive que reprimir o sorriso, porque agora era constante o fato de que quando ela ria me dava vontade de rir também.

- Eu vou fingir que não ouvi isso – Alice respirou fundo, passando as mãos nos olhos que lacrimejavam de tanto que ela riu e colocou as mãos na cintura. – Podem pelo menos me dar um abraço já que só vou vê-los na quarta-feira?

- Quarta-feira? – Tom perguntou levantando-se para lhe dar um abraço rápido e nós nos levantamos também. – Mas hoje ainda é sexta.

- Você não vem nem na segunda e nem na terça? Me deixe cabular essas aulas contigo? – Danny indagou fazendo Ali rir ao abraçá-la e logo ser afastado dali por Dougie.

- Por que você não vem, maninha?

- Por Deus, quantas perguntas! Acho que preciso arranjar amigas, meninas costumam ser mais compreensivas – ela brincou soltando-se do abraço de Dougie e sorriu para nós. – Eu volto, prometo. Só vou visitar alguns parentes na outra cidade.

- Mas, Ali, você já tem uma amiga... – Tom disse e ela sorriu já sabendo onde aquilo ia dar.

- É, o Dougie não basta, como sua amiguinha? – Danny indagou entre risos.

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