17. Ilegível

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- Ah, não... Danny, como você deixou ele ficar assim?

- Ele disse que queria beber e o cara do caixa não pediu nossas identidades, mas acho que as coisas fugiram um pouco do controle.

- Caralho, é meio de semana! Tia Emma vai arrancar o couro dele.

- Ele disse que ela não está em casa.

- Tudo bem, então a Ali vai arrancar o couro dele.

- Justo.

- Está falando o que? Você deixou que ele ficasse assim.

- Ah, Tom, eu não sou o pai dele! Para de ser um pé no saco, senta aí e bebe um pouco também – ouvi Danny dizer entre risos e senti alguém me cutucando na altura das costelas. – Está precisando, não é, Harry?

- Por que ele queria beber?

- E eu vou lá saber! Ele se ofereceu para pagar e eu aceitei, simples.

- Já disse hoje que vocês são dois idiotas? Cara, me dá isso aqui e levanta – ouvi Tom dizer ao arrancar a long neck de minha mão e levantei o rosto, que estava apoiado na mesa até então, encarando-o com os olhos comprimidos.

Por que ele não parava de se mexer?

- Ei, pegue sua própria cerveja! – reclamei e ele entregou a garrafa para Danny.

- Idiota. Sabe o quanto nós procuramos por você?

- Nós? Você e mais quem? – resmunguei.

- Quem se importa com você. O que aconteceu?

- Nada! Cala essa boca – respondi ao afastar a cadeira da mesa e me levantar rápido demais, fazendo-me sentir uma breve tontura.

- Ah, eu posso ligar para a Ali então? Não tem problema, não é? Já que nada aconteceu, eu posso avisá-la... – ele disse enquanto tirava o celular do bolso e eu rolei os olhos.

- Claro, porque foi ela quem pediu para que você me procurasse. Sei.

- Que isso, cara?

- Faça o que você quiser, está bem? Ligue! – eu disse apoiando-me em seu ombro enquanto ele franzia o cenho em estranheza.

- Seu bafo está horrível!

- Ligue logo! Alice não se importa. Não se importa com o que digo ou com o que faço, só se importa com ela mesma...

- Do que você está falando?

- ... Porque eu sou o errado, Tom, sou o injusto. Mas não faz sentido eu reclamar, ela vai pegar aquele avião e ir embora de qualquer forma!

- O que? Avião? Harry, que história doida é essa, cara?

- A história, Thomas... – sorri e lhe dei dois tapinhas nas costas antes de começar a andar, andar para qualquer lugar. – Começa com ela omitindo e termina com ela hesitando, é só isso que você precisa saber.

- Aonde você vai?

- Porra, chega de perguntas!

[...]

Minhas mãos passeavam sem pudor algum por sua pele quente, explorando cada parte de seu corpo. Minha boca avançava contra seus lábios com ardor. Minha mente girava em uma busca desesperada por qualquer forma que pudesse fazer com que meu corpo reagisse e sentisse tudo aquilo que eu sentia quando estava com ela.

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